passinho do menor da favela Archive

terça-feira

14

janeiro 2014

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A importância da "A Batalha do Passinho"

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Acompanho o Passinho do Menor da Favela desde 2009, um ano após ter surgido ainda sem nome, chamado Passinho Foda ou Passinho do Jacaré. O lance cresceu e foi muito além do que seus criadores imaginavam, tornando-se primeiro uma febre nos bailes, depois um dos símbolos mais forte da cultura funk.

É um história e tanto. Por isso foi com imensa felicidade que finalmente assisti “A Batalha do Passinho – Os Muleque São Sinistro”, graças a um link enviado como presente de aniversário pelo diretor Emílio Domingos (muito obrigado, presentão! – mas ele pediu um link pra assistir o “Dub Echoes”, no que foi prontamente atendido). Que alegria ver que mais esse capítulo da cultura do funk está devidamente registrado.

Através de diversos personagens Emílio mostra os bastidores da criação e propagação do Passinho, exatamente no momento em que cruzava do circuito restrito dos bailes funk para grande mídia. É um apanhado geral, que por isso acaba não explorando arcos narrativos mais densos (as dificuldades de Gambá em equilibrar trabalho e dança e sua eventual morte; Baianinho e sua obsessão pelo reconhecimento internacional, por exemplo), como o próprio Emílio já havia feito em parceria com Cavi Borges no excelente “L.A.P.A.” (e como é magistralmente feito em “Spellbound”)

“A Batalha do Passinho” é um filme indispensável para todas as pessoas que batem no peito para dizer que funk não é cultura. Dança, roupa, gírias, música, o Passinho é uma cultura completa e o documentário mostra (principalmente para quem insiste em não ver), que reduzir o funk a proibidões e putaria é pura miopia – ainda que, sim, essas vertentes também sejam manifestações culturais.

Com o assunto rolezinho no shopping em ebulição, um ponto de contato entre as duas coisas, passinho e rolezinho, se faz óbvio. Os jovens dançarinos retratados no filme ou os entrevistados nas recentes matérias sobre o rolezinho falam sobre a mesma coisa: reconhecimento, visibilidade, “ser alguém”. Esse é um dos grandes buracos da sociedade brasileira, natural que o assunto seja onipresente.

Assista, sobretudo se você odeia funk.

quarta-feira

2

outubro 2013

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Emilio Domingos e Batman Zavareze conversam sobre o Passinho

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Festival Multiplicidade - Passinho flyer

As véspera de lançar “A Batalha do Passinho”, Emílio Domingos encontrou tempo pra re-editar o próprio filme para participar da edição dessa quinta do Multiplicidade, no Oi Futuro, acompanhado pelo espanhol Alvaro Uña. O assesssor de imprensa do evento, Joca Vidal, organizou um papo entre o curador Batman Zavareze e Emílio conversaram sobre o passinho especialmente aqui para o URBe.

Batman entrevista Emilio:

Batman – Você aprecia estas experiências do além cinema, das propostas que expandem a tela convencional do cinema com recursos tecnológicos para novas experiências narrativas?

Emílio – Interesso-me muito. Tenho grande curiosidade. Gosto de me surpreender e essas experiências proporcionam isso.

Batman O que mais te impactou ao longo da realização de um longa dentro de favelas tão carentes e com artistas tão potentes?

Emílio – Ver uma cena de artistas tão inovadores e diferentes entre si, espalhados pela cidade. Sem recursos mas mobilizados pela internet. O youtube é espaço de pesquisa, de discussão e de divulgação do dançarino de passinho. Ver garotos entre 3 e 23 anos atuando através de uma arte tão sofisticada quanto o passinho numa frente como essa é impactante.

Batman – Particularmente, imagino que Pina Bausch se encantaria com dançarinos como, por exemplo o Gambá, e outros tantos virtuosos do passinho. Até onde o Passinho vai? É algo efêmero?

Emílio – O Passinho tem uma capacidade de renovação muito grande. É uma dança muito livre que absorve tudo ao seu redor. Tem cerca de 10 anos. Essa é a primeira geração, que vive uma fase de transição para uma segunda. O espaço do baile e da internet servem de laboratório, acho que enquanto eles existirem o Passinho permanecerá se renovando.

Emilio entrevista Batman:

Emílio – Tem interesse por documentários? Quais mais te marcaram?

Batman – Durante anos trabalhei com fotografia para a TV, desde meus 5 anos de MTV-Brasil, e depois em todos os canais a cabo que surgiam no Brasil nos anos 90. Depois entrei no cinema, que foi uma viagem a mundo desconhecido. Documentário é meu foco e minha paixão. Trago na minha bagagem alguns trabalhos com Belisário Franca, João Moreira Salles, Eduardo Coutinho e Bebeto Abrantes que são marcantes na minha experiência profissional. Gosto muito do cinema-direto ou o cinema veritá. A alma da minha camera trazia esta linguagem, ou tentava (risos). ‘Cabra Marcado’ é um filme que vi inúmeras vezes e muito contribuiu na minha formação. Gosto desta história de voltar e rever. Tive a honra de fazer a direção de fotografia de João Cabral de Melo Neto – ‘Recife Sevilha’ (com direção de Bebeto Abrantes). Mas são tantos outros filmes que prefiro citar somente um outro mais, ‘NOW’ de Santiago Alvarez, o cine-jornalismo da revolução cubana, um misto de linguagem de video-clipe com documentário jornalístico. Os filmes de Santiago Alvarez eu volto a todo momento, é um recorte profissional de minha formação.

Emílio – Se o Festival Multiplicidade fosse numa outra época, que artistas você gostaria de reunir?

Batman – Qualquer linguagem artistica que não use a eletricidade. As tecnologias pré-históricas. Só silêncio, vento, faísca, fogo, batuque e oralidade. Mas se for falar do ano de 2050, quero muito ver no palco do festival os neurocientistas enlouquecendo, expondo imagens e sons de nosso corpo, de nossas mentes.

Emílio – A impressão que se tem é que você é um workaholic, sempre em busca de novidades. Você tem rotina? Qual?

Batman – Eu durmo pouco e sou muito inquieto. E trabalho de mais. Ok, sou um workaholic. Eu busco um tipo de expressão nos meus trabalhos que é baseado numa curiosidade em coisas que eu nunca vi e que não faço ideia como será realizado. Agora imagina buscar fornecedores e parcerias profissisonais para encarar minha jornada. Tem que ter fôlego porque eu busco o desconhecido (ao menos para mim) até o ultimo segundo, até abrir as portas do publico estou em busca do meu melhor. Eu estou sempre vendo, estudando e buscando experiências. Quando fiquei velho eu inventei filho na minha vida, e aí acontece um caldeirão efervescente de novos valores, embelezamentos de sutilezas e redescobertas que só um ser humano puro de preconceitos é capaz de enxergar, escutar e sentir. Este é meu novo campo de pesquisa, campo da simplicidade que é a arte da complexidade. Eu só desligo quando eu durmo.

segunda-feira

8

outubro 2012

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Transcultura #096: #Rio365 // “A Batalha do Passinho”

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Meu texto da semana passada da coluna “Transcultura”, que publico todas as sextas no jornal O Globo:

Projeto @Rio365 vai mapear um ano na cidade a partir de fotos do Instagram
Serão 52 temas propostos, um por semana, para a missão que vai virar livro
por Bruno Natal

A ultrarrápida ascensão do Instagram, chegando a 80 milhões de usuários em menos de dois anos, transformou a rede social de fotos numa das plataformas mais visadas para todo tipo de ação, tanto do público quanto de empresas. Um dos formatos mais populares são as “missões”, em que um tema é proposto, e os fotógrafos marcam suas fotos relacionadas com hashtags, criando galerias relacionadas ao assunto proposto. Um dos pioneiros no Brasil foi o Instamission, já comentado aqui Transcultura.

Nesta semana teve início o @Rio365, que terá um ano de duração, com 52 temas propostos, um por semana, totalmente focado no Rio. Trata-se de uma ação para gerar um registro fotográfico colaborativo da cidade, que deverá virar um livro ao fim do projeto com as 365 fotos vencedoras de cada dia, além das galerias com todas as fotos concorrentes em cada tema.

— Tive total liberdade para escolher os temas, e a equipe de curadores terá autonomia absoluta para escolher as melhores imagens — explica André Galhardo, idealizador do projeto, que tem o patrocínio da Light.

O tema desta primeira semana foi arte, atraindo mais de 500 seguidores para o perfil do projeto e reunindo mais de 1.500 fotos marcadas com o hashtag #Rio365_arte.

Entre os próximos temas estão previstos o Festival do Rio, a primavera na cidade e até uma “missão secreta”. Diante de diversos projetos similares on-line, Galhardo se diz influenciado pelo movimento “A Painting a Day” (“uma pintura por dia”), iniciado por Duane Kaiser em 2004.

— Muitos artistas iniciaram projetos “365” pessoais desde então. E, no próprio Instagram, a tag #365project tem atualmente mais de 20 mil imagens — lembra Galhardo. — Perfis como @instamission, @igersrio, @instaforfun também foram grandes inspirações pois mostram como as pessoas podem encarar o desafio de produzir imagens como um jogo muito divertido. Todos nós aprendemos e nos desenvolvemos brincando. Imaginei coordenar um projeto colaborativo com o olhar de milhares de fotógrafos que atualmente andam com suas câmeras e conexões 3G nos bolsos o tempo todo.

Para incentivar a participação, as melhores fotos produzidas serão premiadas com um iPad por bimestre. E a melhor do ano leva um iPhone. Pode parecer pouco para um projeto com verba total de quase R$ 500 mil.

— Distribuiremos prêmios simbólicos. Entrar para o seleto time dos autores do livro “@Rio365” será o principal objetivo dos participantes, não tenho dúvida. Isso legitima a sensação de “ser artista” que o usuário do Instagram tem — diz Galhardo. — Os prêmios são para reconhecer ainda mais o mérito e gerar mais emoção para nosso jogo. Todo tema terá uma foto escolhida como “a melhor da missão” pela comissão de curadores. O prêmio é uma menção honrosa, reconhecimento que, na cultura do Instagram, não tem preço. Um excesso de prêmios materiais poderia atrair “caçadores de promoções” e desvirtuaria o projeto. Queremos qualidade e a participação de quem leva fotografia a sério e procura se desenvolver como fotógrafo.

Tchequirau

Contando os dias para assistir o documentário “A Batalha do Passinho”, de Emílio Domingos, sobre o fenômeno da dança surgido a partir de um vídeo publicado no YouTube. Estreiou no Festival do Rio.

quinta-feira

2

agosto 2012

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quinta-feira

26

julho 2012

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