o globo Archive

segunda-feira

20

fevereiro 2017

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Em ritmo de carnaval, Tom Zé compõe músicas com temas políticos

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FOTO: Andre Conti

Sempre ativo, o cantor e compositor Tom Zé já entrou no ritmo de carnaval este ano, e a “fantasia” escolhida para suas novas composições é a grave crise política que acomete o país. “Eu não faço música, né? Sou péssimo instrumentista e cantor. Eu faço é jornalismo-cantado”, é com essa tônica que o baiano lançou há poucos dias em suas redes sociais as canções “Queremos as delações”, “Sabatina em Latim para a Indicação de um Juiz do Supremo”, “Homologô” e “Samba da Comissão da Linguiça”.

Leia mais em O Globo.

terça-feira

7

junho 2016

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O Globo (junho, 2016)

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O Globo - Brasil - Primavera Sound 2016

Cobertura do Primavera Sound Barcelona 2016 que escrevi para o Globo.

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Porque é primavera
Em sua 16ª edição, festival reuniu 200 mil pessoas ao longo de cinco dias e teve um show pouco surpreendente do Radiohead,principal de suas 130 atrações
por Bruno Natal

BARCELONA — Ano após ano, o Primavera Sound, em Barcelona, vem conquistando uma reputação que o bota em destaque na temporada de verão do Hemisfério Norte. Em 2016, desde o anúncio da escalação, o festival despontou talvez como o mais aguardado do ano. O crescimento não é repentino. Em seu 16º ano, o Primavera Sound passou de um público de 8 mil pessoas na primeira edição para 200 mil na que se encerrou no domingo, com gente de 124 países, segundo a produção do evento.

Entre as 130 atrações, com destaque para o rock e o pop, apresentaram-se Radiohead, Tame Impala, Brian Wilson, LCD Soundsystem, The Last Shadow Puppets, PJ Harvey, Air, Beirut, Goat, Action Bronson, Alex G, Andy Shauf e Nao. Representando o Brasil, os grupos O Terno, Aldo The Band e Inky tocaram num palco secundário, com público diminuto, porém atento.

Embora o foco principal esteja nos três dias de música no Parc Del Forum, espaço de exposições na orla barceloneta, o Primavera Sound teve duração de cinco dias, com mais shows em outras partes da cidade, como o Beach Club, casas de shows e os museus MACBA e CCCB – alguns deles gratuitos, como contrapartida ao investimento oficial da prefeitura local. Além dos shows, houve também o encontro PrimaveraPro, com 3.500 cadastrados para assistir a palestras e oficinas de profissionais da música.

RADIOHEAD: POUCAS MÚSICAS DO NOVO CD

Principal atração, o Radiohead fez um show correto – o que, no parâmetro da banda, é algo grandioso. O Primavera parou para receber o grupo, reunindo praticamente todos os presentes no espaço dos palcos principais.

Mesmo em turnê do novo disco, quem esperava ouvir o trabalho na íntegra teve que se contentar com apenas quatro músicas de “A moon shaped pool’’. O cenário, sempre um dos destaques dos shows dos ingleses, desta vez não surpreendeu, parecendo uma variação do que se viu nas turnês de “In rainbows’’ (nos telões) e “King of limbs” (nas luzes de palco). O repertório da banda, porém, garantiu o espetáculo e a alegria dos fãs.

O LCD Soundsystem, de volta da aposentadoria cinco anos após anunciar seu fim, tampouco surpreendeu. Sem músicas novas, fez um show idêntico ao da última turnê, como se tivesse parado no tempo – com tudo que há de bom e de ruim nisso. O Tame Impala impressionou pela quantidade de pessoas que arrastou para o segundo palco principal, tornando difícil conferir a apresentação. Além da lotação, os australianos enfrentaram problemas com o equipamento de som, que sofreu um apagão em dado momento.

Apesar da boa qualidade do que se ouvia, houve reclamações quanto ao volume baixo, principalmente nos palcos principais, assim como problemas técnicos que afetaram também os shows de Steve Gunn, Action Bronson e do diretor cult John Carpenter, fazendo a segunda apresentação de sua vida tocando trilhas de seus filmes.

PRÓXIMA PARADA É PORTUGAL

Ao contrário de festivais em localidades mais distantes ou em parques, o Primavera aconteceu no meio de Barcelona e foi totalmente urbano. A área é toda concretada e há muitas ladeiras e escadas, o que torna as caminhadas de um palco a outro pouco agradáveis. Apesar de a noite cair apenas às 22h, o festival começou tarde, no fim do dia. Estranhamente, algumas atrações de som mais lento e contemplativo, como Beach House e os islandeses do Sigur Rós, foram escaladas de madrugada, atrapalhando um pouco o andamento.

Revelação do jazz, o saxofonista Kamasi Washington foi um dos destaques, num show avassalador com sua big band no belo auditório fechado que faz parte do Primavera Sound. Comemorando 50 anos do disco clássico “Pet sounds’’ do seu Beach Boys, Brian Wilson fez um show emocionante no fim de tarde. Os grupos africanos Mbongwana Star e Orchestra Baobab garantiram o suingue, também reunindo bastante gente num dos palcos mais bem localizados, um anfiteatro na beira do mar.

Neste fim de semana tem repeteco, em versão menor, o NOS Primavera Porto, em Portugal, mostrando que as ambições do festival são grandes.

sexta-feira

11

setembro 2015

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Transcultura #172: Carta Psiconáutica // Nao

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cartapsiconauta_transcultura_oglobo

Texto originalmente publicado na “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo. Esse foi a derradeira edição, encerrando um ciclo de 5 anos da coluna. Foi demais!

De Mente Aberta
Da sálvia ao guaraná, passando pela cannabis e pela coca, elas são catalogadas em obra do antropólogo Pedro Luz
por Bruno Natal

Antropólogo e etnobotânico, Pedro Luz é uma figura respeitada por seus extensos conhecimentos. Foi por isso que um grupo de 50 amigos e fãs dos seus relatos, incluindo diversos nomes do mundo das artes como Marcos Palmeira, Estevão Ciavatta e Nina Becker, realizaram uma campanha de financiamento coletivo para que o autor pudesse ter tranquilidade para escrever “Carta psiconáutica” (Editora Dantes). O recém-lançado livro cataloga e apresenta plantas psicoativas, cobrindo desde os seus aspectos botânicos e micológicos até seus efeitos físicos, mentais, usos medicinais e impacto cultural ao longo da História.

Folheando as páginas se aprende sobre peiote, sálvia, beladona, ayahuasca, cannabis, coca, papoula, assim como guaraná, cola e erva-de-gato, Apesar de conter relatos detalhados de psiconautas (aqueles que usam estados alterados da mente para estudá-la), o livro está longe de ser uma espécie de “manual do doidão” ou “guia prático de viagens psicodélicas”. É, sim, um rico registro dessas plantas, tanto do ponto de vista histórico quanto do cultural, incluindo seus usos psicoativos.

— Pedro Luz é um cientista que de fato experimenta as plantas e conhece o efeito delas. E isso é raro, poucos experienciam dessa forma, a exemplo de Freud — diz o artista plástico Luiz Zerbini. — Ele fala sobre alguns povos que não existem mais e como fizeram uso dessas plantas, que ainda estão aí.

Outro colaborador do financiamento coletivo, o também artista plástico Ernesto Neto concorda.

— Uma vez eu passeei pelo Jardim Botânico com o Pedro e ele começou a falar das plantas de uma maneira tão profunda e tão poética que eu comecei a me sentir em um outro universo, como se estivesse penetrado em uma dimensão das plantas — afirma Neto.

Atualmente morando em Timbó, Santa Catarina, e pai de cinco filhos, Luz diz que mais importante que o próprio livro foi o aspecto coletivo que possibilitou a sua existência.

— O livro vem imbuído da sinergia da soma, da força de todas essas pessoas no produto. Isso por si só já é maravilhoso. O livro não é meu, o livro é de todo mundo que se uniu para permitir sua publicação. Espero ter honrado todos os pesquisadores e empíricos, todos os psiconautas, pajés, xamãs, todos esses povos que fazem uso dessa ferramenta incrível para a descoberta e o trabalho do mundo espiritual que são as plantas psicoativas

Na semana do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, da posse de substâncias ilícitas para consumo pessoal, a editora Anna Dantes acredita que é hora de seguir o epíteto de Burle Marx de que cultura é uma coisa só e integrar as plantas ao universo artístico e cultural.

— O fato de as plantas ainda serem proibidas é um tema em ebulição no Brasil. O livro abre a discussão sobre plantas ainda serem vistas como ameaças à sociedade. “Carta psiconáutica” reúne a noção de indivíduo utilizada por biólogos para plantas e a noção do sagrado nos espíritos das plantas pelos povos nativos. Acreditamos que se a cultura não realizar esse salto estaremos sempre abordando esse tema com dicotomia — diz Anna.

Na introdução, Luz explica como os movimentos nômades de populações coletoras-caçadoras, há milhares de anos, sempre em busca de comida para saciar sua dieta composta 70% de vegetais, provocou repetidos encontros com novas plantas psicoativas. Há quem credite a origem do pensamento mágico/religioso a esses encontros e experiências. Por isso, mesmo concordando que o tema seja controverso, Luz toma posição contra o preconceito em relação às plantas psicoativas.

— Quando você penetra nesse universo e conhece as pessoas que nos legaram essa tradição ao longo de milhares de anos, você vê que só coisa boa vem daí, só há energia positiva nisso — declara Luz. — Há pessoas que abusam e têm dependência, mas o vício dificilmente é de planta, e sim de compostos isolados. Essas plantas ajudam a curar pessoas com problema de adicção, então não se deve confundir o elogio às plantas psicoativas com outra coisa. O que faço no livro é uma homenagem às pessoas que têm esse conhecimento.

O livro é repleto de exemplos de usos culturais de plantas e fungos, e não apenas para expansão da mente. Durante a Idade Média na Itália, pupilas dilatadas, provocando um olhar estático e intoxicado, eram tidas como símbolo de beleza valorizado. Para atingir esse visual, as nobres damas pingavam gotas de extrato de beladona nos olhos. A prática terminou por batizar a planta. Cogumelos são desenhados nas paredes de cavernas desde a pré-História, além de terem servido de inspiração para o clássico de Lewis Carroll, “Alice no País das Maravilhas”.

Os dez capítulos, divididos entre diversos tipos de fungos, plantas estimulantes, narcóticas, calmantes, cactáceas e ayahuasca são ilustrados pela artista plástica Julia Debasse.

— Fiquei muito feliz com o resultado. É um livro importante por si só, mas para mim é um caso de família — diz Julia, que é sobrinha de Pedro Luz. — É uma colaboração fundamentada no amor. Não faria sentido essas ilustrações não serem entregues aos colaboradores do livro. Essas ilustrações precisam ficar junto com o livro.

Tchequirau

Produzida por A.K. Paul, irmão do cultuado Jai Paul, “So Good”, colaboração com a cantora inglesa Nao, é um r&b retro-futurista de cair o queixo.

sexta-feira

11

setembro 2015

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Transcultura #171: Bruno Pernadas // Spotify Discover Weekly

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BrunoPernadas_transcultura_oglobo

Texto originalmente publicado na “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo.

Com músicas de até oito minutos, disco de Bruno Pernadas tem sofisticadas experimentações
Em ‘How can we be joyful in a world full of knowledge’ português mescla folk, ambient, eletrônica, jazz, hip-hop
por Bruno Natal

Dica do jornalista Julio Adler, surfista e grande conhecedor das coisas de Portugal, “How can we be joyful in a world full of knowledge”, de Bruno Pernadas, não é um disco fácil. Tem arranjos elaborados, melodias sofisticadas e longas músicas, algumas passando dos oito minutos. Mesmo assim, é muito acessível em suas experimentações por folk, ambient, eletrônica, jazz, hip-hop, com suas atmosferas psicodélicas e chapadas. Pode-se fazer paralelos com Dirty Projectors, Stereolab ou Beach Boys, pode-se também enfileirar Creedence Clearwater Revival e trilhas sonoras.

São referências presentes no som de Pernadas, estudante de música clássica, jazz e composição em instituições como a Escola de Jazz do Hot Club de Lisboa e a Escola Superior de Música de Lisboa e autor de trilhas para teatro e cinema. Ele chegou a gravar um outro disco, de jazz, nunca distribuído, antes da estreia oficial, com “How can we…”, que merece atenção, mesmo tendo sido lançado ano passado. A escolha pelo inglês chama a atenção.

— Cresci ouvindo música cantada em inglês — explica ele. — Durante o processo de composição, no que diz respeito ao caráter melódico, imagino as músicas cantadas em inglês ou francês.

Com a ideia de fazer do disco um só momento musical, em vez de faixas isoladas, as músicas emendam-se umas nas outras. Entre as influências herdadas da coleção de vinis da irmã mais velha, Pernadas lista David Bowie, Genesis, Elis Regina, Gal Costa, Doors, Yes, Rádio Macau, Richie Havens, Antonio Variações, Beatles e Rolling Stones.

— Meu processo de composição é muito intuitivo, as ideias podem começar com uma frase melódica, um som, uma progressão harmônica, depois sigo o instinto — conta. — Ouço a música na cabeça e depois transponho para a notação musical ou, se tiver oportunidade, gravo uma demo para não me esquecer. Também acontece de ouvir um fantasma de um som, mas não conseguir de imediato perceber qual é, e por vezes esse processo pode ser demorado.

Sem sentir necessidade de contratar um produtor, Pernadas capitaneou as gravações, feitas entre 2012 e 2013. Contando com a participação de sete músicos (Afonso Cabral, Margarida Campelo, Francisca Cortesão, João Correia, Ricardo Ribeiro, José Maria e Sérgio Costa), “How can we…” foi lançado em plataformas digitais de streaming e também em CD, via Pataca Discos.

— Não queria fazer um disco de canções — resume.

Conhecedor da música brasileira, Pernadas diz que tem escutado Arthur Verocai, Novos Baianos, Elizeth Cardoso, Gal Costa e Cartola.

— Quando criança e adolescente, ouvia mais MPB. Já tive também a oportunidade de tocar com (o tecladista) Lafayette Coelho num show de que participei, no Circo Voador, com o Real Combo Lisbonense e a Orquestra Imperial. Gosto muito de uma música do Rodrigo Amarante que se chama “Evaporar”, que ele gravou com o Little Joy.

Ainda sem previsão de lançamento no Brasil, “How can we…” foi bem recebido em Portugal, gerando shows e resenhas positivas e levando Pernadas a se apresentar na edição portuguesa do festival Primavera Sound, em junho, no Porto.

Tchequirau

Há duas semanas o Spotify iniciou uma playlist semanal personalizada chamada Discovery Weekly. A cada semana dicas especialmente curadas para cada usuário geram ótimas descobertas. Tá viciante.

quinta-feira

10

setembro 2015

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Transcultura #170: Daniel Maloso

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danielmaloso

Texto originalmente publicado na “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo.

Atração da festa Moo, o DJ mexicano Daniel Maloso mostra seus sons preferidos
Ele listou cinco músicas ‘com muito groove’, que deve tocar nesta sexta, na The Week
Por Bruno Natal

Hoje tem mais uma edição da Moo, dessa vez na The Week (Rua Sacadura Cabral, 135). Os DJs Diogo Reis e Badenov vão receber o mexicano Daniel Maloso (pra fazer um live) e o francês Ivan Smagghe. Pra explicar a atmosfera da noite, Maloso listou um top 5 da sua apresentação, será, segundo ele, “rústica, visceral, imperfeita, mas com muito groove”.

1) “Lo Mas” – Daniel Maloso – “Música nova com a qual abrirei meu set. É uma espécie de house punk com elementos ácidos de um Roland 303”.

2) “Clapman” – Daniel Maloso e Thomas Von Party – “Uma colaboração com meu amigo Thomas Von Party, gerente do selo Turbo e irmão de Tiga. É uma sátira ao herói da pista de dança”.

3) “Family stone” – Manueles – “Single do meu novo projeto Manueles, que é uma colaboração com meu irmão Felipe. Baixos inspirados em electro-funk com adições de guitarras espaciais e vozes “funky” melodiosas.

4) “No doy nada” (Live Acid Version) – Daniel Maloso – “Uma re-interpretação de uma das minhas músicas preferidas para tocar ao vivo.

5) “Coliseos” – Daniel Maloso – “Essa só saiu como bonus digital do EP “Hijos de Jose”. Música com vida forte no meio de synths monofásicos e vocais rítmicos e viscerais”.

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