Chegando atrasado 14: Tame Impala, “Innerspeaker” – o melhor disco de 2010
Written by urbe, Posted in Chegando Atrasado, Destaque, Música
Hora de começar as listas de melhores do ano. Antes de entrar em 2011, é preciso fazer um ajuste a lista de melhores discos internacionais de 2010 aqui do URBe.
2010 deve ter sido o ano mais complicado de se elaborar uma lista de melhores do ano (a de melhores discos nacionais de 2010 nem se fala…). Olhando em retrospecto, mudaria a colocação de alguns, descartaria outros que não sobreviveram nem até 2011 e, principalmente, incluiria essa maravilha abaixo no topo da lista:
A estreia dos australianos do Tame Impala (após dois EPs) não apenas deveria ter encabeçado a lista de 2010, como entrou na lista de discos favoritos da vida, pra levar pra ilha deserta, essa besteirada toda. “Innerspeaker” é um clássico contemporâneo, uma jóia de disco, onde guitarras, teclados e efeitos fluem em psicodelia, um mergulho numa realidade paralela e profunda, como sugere a capa do disco, uma imagem lisérgica do Leif Podhajsk (que também fez a capa do disco de remixes do Peaking Lights, do Sun Araw, da Lykke Li…).
Estou enrolando pra escrever essa resenha e fazer esse adendo desde abril, depois de assistir o Tame Impala no Coachella e realmente ter escutado as músicas com atenção (nada supera o ao vivo).
Do chuvisco que abre o disco em “It’s Not Meant To Be” e suas mudanças de andamento chapados ao fade out de “I Don’t Really Mind”; do tecladinho que abre a derreteção de “Alter Ego”, “Solitude Is Bliss” (o mais próximo de um hit no disco) ao avanço ininterrupto de “Why Won’t You Make Up Your Mind?” (explicitado no remix do Erol Alkan); da viagem instrumental “Jeremy’s Storm” as guitarras arrastadas de “Desire Be Go”, o Tame Impala passa influências setentistas (Led Zeppellin, Floyd, Beatles, Cream, King Crimson) por um filtro stoner noventista.
A sonoridade, propositalmente lo-fi, tem também bastante influência da música eletrônica (a banda remixa e é remixada bastante) na construção dos arranjos, no uso dos efeitos, na pegada da bateria. Poderia ser apenas retrô, poderia ser apenas indie ou experimental. É tudo isso junto.
E tem as letras:
Well it’s true, yes
but you wont’t get far
telling me that you are
all you’re meant to be
when the one from my dream
is sitting right next to me
and I don’t know what to do
Oh, alter ego
Som, letras, capa, é um pacote completo. Disco nota 10 pra ouvir por muito e muito tempo.
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Com certeza, o som mais escutado desse ano e do passado. Estou ansioso pelo novo som em 2012
Assino embaixo 😀
Vi os caras aqui em Paris no primeiro semestre, o show deles é muito bom e os caras são meio chapados kkkkk a única coisa chata foi que foi curto, umas 8 músicas. Engraçado que eu comprei o ingresso por eles e não pela banda principal, mas acabei saindo mais do que satisfeito com o showzaço do Metronomy 😛
Na primeira audição nâo tinha me ligado muito, mas agora o riff de guitarra a lá Cream em The Bold Arrow of Time grudou que nem chiclete nos neuronios. Bem bom.
Por falar nisso, você ouviu o “Purple Naked Ladies”, do Internet, xará?Foi lançado agora dia 20 e é bem fodinha.
ouvi não! tem o link?
Opa, aqui: http://www.mediafire.com/?2yes39k71a8v1pu
Valeu!
eu só conheci esse cd esse ano, pelo menos a tempo de ver um show, e que show!
esperando um queremos tame impala no circo pq só assim tem como ficar ainda melhor.
seria lindo!
Som extraordinário mesmo,quero show deles aqui logo!
É meu favorito de 2010 tb.
esse álbum é uma obra-prima, tenho uma expectativa enorme pro próximo álbum.
bom pra caraleo!
“alter ego” é sensacional… disco todo altissimo nivel.
Pega de carro a BA 262 ou a BR 116 rumo ao litoral baiano que da para re-viver a capa do album de uma maneira meio que fabulosa e absurda!
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
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