melhores 2010 Archive

quinta-feira

22

dezembro 2011

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Chegando atrasado 14: Tame Impala, “Innerspeaker” – o melhor disco de 2010

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Hora de começar as listas de melhores do ano. Antes de entrar em 2011, é preciso fazer um ajuste a lista de melhores discos internacionais de 2010 aqui do URBe.

2010 deve ter sido o ano mais complicado de se elaborar uma lista de melhores do ano (a de melhores discos nacionais de 2010 nem se fala…). Olhando em retrospecto, mudaria a colocação de alguns, descartaria outros que não sobreviveram nem até 2011 e, principalmente, incluiria essa maravilha abaixo no topo da lista:

A estreia dos australianos do Tame Impala (após dois EPs) não apenas deveria ter encabeçado a lista de 2010, como entrou na lista de discos favoritos da vida, pra levar pra ilha deserta, essa besteirada toda. “Innerspeaker” é um clássico contemporâneo, uma jóia de disco, onde guitarras, teclados e efeitos fluem em psicodelia, um mergulho numa realidade paralela e profunda, como sugere a capa do disco, uma imagem lisérgica do Leif Podhajsk (que também fez a capa do disco de remixes do Peaking Lights, do Sun Araw, da Lykke Li…).

Estou enrolando pra escrever essa resenha e fazer esse adendo desde abril, depois de assistir o Tame Impala no Coachella e realmente ter escutado as músicas com atenção (nada supera o ao vivo).

Do chuvisco que abre o disco em “It’s Not Meant To Be” e suas mudanças de andamento chapados ao fade out de “I Don’t Really Mind”; do tecladinho que abre a derreteção de “Alter Ego”, “Solitude Is Bliss” (o mais próximo de um hit no disco) ao avanço ininterrupto de “Why Won’t You  Make Up Your Mind?” (explicitado no remix do Erol Alkan); da viagem instrumental “Jeremy’s Storm” as guitarras arrastadas de “Desire Be Go”, o Tame Impala passa influências setentistas (Led Zeppellin, Floyd, Beatles, Cream, King Crimson) por um filtro stoner noventista.

A sonoridade, propositalmente lo-fi, tem também bastante influência da música eletrônica (a banda remixa e é remixada bastante) na construção dos arranjos, no uso dos efeitos, na pegada da bateria. Poderia ser apenas retrô, poderia ser apenas indie ou experimental. É tudo isso junto.

E tem as letras:

Well it’s true, yes
but you wont’t get far
telling me that you are
all you’re meant to be
when the one from my dream
is sitting right next to me
and I don’t know what to do

Oh, alter ego

Som, letras, capa, é um pacote completo. Disco nota 10 pra ouvir por muito e muito tempo.

quarta-feira

22

dezembro 2010

26

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Melhores discos nacionais de 2010

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Quanta cantora, quanto disco solo e quanto nome estabelecido. Desde o ano passado tem sido assim. Tô sentindo falta de uma sacolejada, faz tempo que não surge uma banda que dê uma sacudida na cena. A presença de um disco de versões (“Hits do Underground”) olhando a década pelo retrovisor é sintomático, ao entrar na lista muito mais pela homenagem do que pela qualidade final do trabalho.

Conversamos a respeito nos comentários.

10.

Miranda Kassin e André Frateschi, “Hits do Underground”

9.

Guizado, “Calavera”

8.

Maquinado, “Mundialmente Anônimo”

7.

Do Amor, “Do Amor”

6.

Nina Becker, “Vermelho”

5.

Karina Buhr, “Eu Menti Pra Você”

4.

M. Takara, “Sobre Todas e Qualquer Coisa”

3.

Mombojó, “Amigo do Tempo”

2.

Tulipa, “Efêmera”

1.

Marcelo Jeneci, “Feito Pra Acabar”

terça-feira

21

dezembro 2010

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Melhores discos internacionais de 2010

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A lista de 2010, baseada mais no número de audições pessoais, pra ver se fica um pouco diferente. Tudo quanto é lista tem estado muito parecida, parece até que é uma prova, com certo e errado.

Vamos lá:

10.

AM, “Future Sons & Daughters”

09.

Broken Bells, “Broken Bells”

08.

Gil Scott-Heron, “I’m New Here”

07.

Darwin Deez, “Darwin Deez”

06.

Beach House, “Teen Dream”

05.

Mount Kimbie, “Crooks & Lovers”

04.

Kings Go Forth, “Outsiders Are Back”

03.

The Drums, “The Drums”

02.

LCD Soundsystem, “This Is Happening”

01.

The Roots, “Dilla Joints”
(pode falar o quanto quiser que é uma “mixtape”, no que depender da quantidade de audições por aqui, é disco do ano)

segunda-feira

20

dezembro 2010

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Melhores shows de 2010

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A lista de 2010, em nenhuma ordem específica:

Gil Scott-Heron (Coachella, EUA)

“Na tenda, longe da corrida do hype, Gil Scott-Heron mostrou como se faz. Magrinho, com o rosto escondido por uma boina e parecendo frágil, o herói do funk soul chegou devagar, na classe.”

Thom Yorke & Atoms For Peace (Coachella, EUA)

“Soltinho no palco, Thom Yorke parecia estar curtindo bem mais do que nos shows do Radiohead. Talvez eu também. As referências, principalmente pela influências mais escancaradas do dub e da música eletrônica, deixam Thom menos indie.”

LCD Soundsystem (Coachella, EUA)

“Tendo estado em duas das três tendas do festival em anos anteriores, o LCD Soundsystem assumiu o palco principal como penúltima atração da noite e confirmou a aposta, echendo o lugar.”

Seun Kuti (Back 2 Black, Rio)

“Responsável por levar o legado do afrobeat adiante, Seun apresenta-se acompanhado pela última banda do pai, a Egypt 80 e faz um show hipnótico. Para alguns, o trabalho de Seun é uma continuação natural de Fela (com quem tocou desde os 9 anos), para outros é uma imitação sem graça.”

Mayer Hawthorne (Coachella, EUA)

““Just Ain’t Gonna Work Out”, “Green Eyed Love” e até “Just A Friend”, do Biz Markie, foram mantendo o pique alto até Hawthorne sair com o público na mão e consagrado do salão.”

Air (Circo Voador)

“(…) a influência do Kraftwerk salta mais do que nos discos. A eletrônica gelada, os grooves retos, ainda que aquecidos pelo baixo ou entortados pelas teclas, serve como um filtro, por onde passa todo o resto: psicodelia floydiana, texturas kraut, transes trip hop, meditações dub e até mesmo l’amour da chanson francesa.”

Hypnotic Brass Ensemble (Field Day, Londres)

“Composta apenas por metais e uma bateria, a big band conquista assim que entra em cena, só pelo visual inusitado. Quando começam a tocar isso vira um detalhe e o que chama atenção é a tuba fazendo as vezes de baixo, a coreografia dos integrantes e o fato de tocarem perfeitamente encaixados sem partitura ou maestro.”

Leitieres Leite & Orkestra Rumpilezz (Teatro Rival)

“A frente da Orkestra Rumpilezz, o maestro Letieres Leite fez uma apresentação avassaladora no Teatro Rival.”

Phoenix (Coachella, EUA)

“Era por do sol e a luz natural apenas intensificou a beleza de “Love Like A Sunset”, até no telão funcionou. Embora as vezes possa não transparecer nos textos aqui, sei exatamente o tamanho da sorte que é poder vivenciar momentos assim, e esse foi, literalmente, de chorar.”

Bomba Estéreo (Teatro Rival, Rio)

Ligado no 440 volts, a vocalista Liliana Saumet toma conta do palco com uma segurança que Lily Allen ou M.I.A. (a colombiana fica em algum lugar entre as duas) apenas sonham. Cuspindo letras agressivas enquanto faz charminho, a menina desembesta e toma a frente da banda, que começou como um projeto solo de Simón Meíja.”

Flying Lotus (Coachella, EUA)

“As batidas instrumentais tem forte influência dos graves do dub, do clima soturno do trip hop e dos blips do EBM. Utilizando apenas um laptop e sem tirar o sorriso do rosto, ao vivo o Flying Lotus entortou ainda mais suas produções.”

Deodato (Multiplicidade, Rio)

“Foi uma noite totalmente fora do usual, felizmente de casa cheia. Vamos ver se o Deodato encolhe ainda mais os períodos de ausência por aqui.”

Franz Ferdinand (Fundição Progresso, Rio)

A guitarrinha funkeada de “No You Girls”, a versão deles de “All My Friends”, do LCD Soundsystem, a pegada disco de “Outsiders” e a batucada no final, os 15 minutos alucinógenos de “Lucid Dreams”, a presença dos sintetizadores do disco “Tonight: Franz Ferdinand” invadindo as outras músicas… Não há um minuto de descanso no show.”

Paul McCartney (Morumbi, São Paulo)

“A verdade é que fui até lá corrigir um erro histórico, quando tentando fugir do tumulto da saída do show do Paul no Coachella ano passado, perdi o segundo bis e a chuva de clássicos enquanto andava pro estacionamento dando socos na própria cabeça. Missão cumprida.”

sexta-feira

17

dezembro 2010

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Balanço 2010

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Semana que vem começo a soltar as listas de melhores de 2010, em três categorias: shows, discos nacionais e discos internacionais.

2010 foi um ano de transições na minha vida profissional, várias, de plantio e organização de muitas coisas, finalizando uma página pessoal para centralizar minhas empreitadas além blogue, o novo OEsquema, o saite da CALZONE… Tudo para colher em 2011.

A dedicação a projetos que só irão dar fruto um pouco mais a frente, por consequência, deixou menos tempo para escutar discos ou mesmo ir a shows. Fiquei bobo ao constatar as pouquíssimas resenhas aqui no URBe esse ano. E pela primeira vez em 7 anos o aniversário do saite passou em branco, sem festa.

Foi um ano atarefado, estreando coluna no Globo, montado o Queremos, sem deixar os documentários de lado, registrando as gravações da Vanessa da Mata ou dando algumas aulas na PUC, frilando e dando pitaco num sem número de realizações de amigos.

Foi um ano de alguns bons discos internacionais, embora poucos tenham sido arrebatadores, e pouquíssimos lançamentos nacionais. Minha memória pra fazer listas é um desastre e o hábito de ouvir músicas em streaming, monopolizado pelo Spotify no segundo semestre, acaba transformando a catalogação em algo menos preciso.

Nesse contexto, pergunta recorrente, ainda faz sentido falar em listas de melhores discos? Bom, por hora é o que tem e o que dá pra fazer. Talvez seja hora de pensar em outras listas. Listar as músicas, tenho preguiça.

2010 foi um ano cheio, porém emperrado. Longe de ser ruim, mas sem dúvidas quero que 2011 chegue logo. Vem quente e promete.