astoria Archive

segunda-feira

26

janeiro 2009

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Na chon

Written by , Posted in Urbanidades


foto: URBe

Acabou a novela. O Astoria, tradicional casa de shows de Londres, encerrou oficialmente as atividades com um show do fraco Get Cape.Wear Cape.Fly. Uma pena.

Tá vendo, não é só por aqui que aprontam essas cagadas em nome do “progresso”.

segunda-feira

22

setembro 2008

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Digitalmente

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O Digitalism passou pelo Astoria e dessa vez fez um show um pouco diferente dos anteriores, testando algumas coisas que provavelmente estarão no disco novo.

O duo funciona melhor em disco do que ao vivo. Com uma certa tendência a fanfarronice, o show é irregular, por vezes exagerando nos ruídos. As produções são bem boas, de qualquer maneira e garante bons momentos com “Zdarlight”, “Pogo” e “Anything new”.

Foi um dos últimos shows do Astoria, que será demolido no final do ano como parte das obras de ampliação da estação de metrô de Tottenham Court Road. Os abaixo assinados e o fato do prédio ter mais de 100 anos não foram capazes de altera a decisão.

Com 2 mil lugares, ao longo dos anos foi um um dos lugares favoritos de bandas estabelecidas para fazerem shows menores. Passaram pelo palco nomes como: Radiohead, Nirvana, Rage Against the Machine, Amy Winehouse, Justice, Kaiser Chiefs, Metallica, Arctic Monkeys, Muse, Blur, Franz Ferdinand, Supergrass, Foo Fighters, Kasabian, The Libertines, Megadeth, Oasis, , Green Day e muitos outros.

quinta-feira

22

maio 2008

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A primeira vez

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MGMT, “Electric Feel”
fotos e vídeo: URBe

Sob o som de um delicado dueto de flautas, os integrantes do MGMT entraram em cena, um por um, adicionando seus intrumentos ao arranjo e mostrando que o viria a seguir não seria muito parecido com o disco “Oracular Spetacular”.

Ao longo da noite, as muitas referências de Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser, da disco ao folk, do pop a eletrônica, foram se desmachando no palco, até uma se sobrepor a todas as outras: o rock psicodélico

As flautas etéreas se revelaram uma comprida introdução para uma versão mais chapada de “Electric Feel”. A partir daí, foi como se o repertório do disco estivesse sendo tocado de trás pra frente, sempre com mais peso na guitarra. O resto dos hits ficaram guardados para o final.

Vestido com uma túnica colorida e faixa no cabelo, apesar de não escrever as letras, o vocalista Andrew VanWyngarden dá o tom do show. New age, neo-hippie e viajandão.

A lista de ingressos para imprensa e convidados, por exemplo, estava atrelada a uma contribuição de cinco libras para uma instituição de caridade escolhida pela banda.

Numa pausa entre as canções, o vocalista VanWyngarden, olhou o Astoria de frente e disse “nunca tocamos num lugar tão grande”. O público parecia tão assustado quanto ele.

Pode ser que o nervosismo, a falta de quilometragem na estrada ou que o som embolado tenham atrapalhado a banda, mas o fato é que muita gente saiu antes do final do show.

Antes de debandar, uma dessas pessoas teclava no celular (impossível não ler aquela telinha azul piscando na sua frente no escuro…) algo como “meu Deus, o MGMT é o pior pesadelo do Pink Floyd”.

A reação é compreensível. Ao vivo, a banda não atende as expectativas pop criadas pelas músicas de maior sucesso de “Oracular spetacular”.

Não que isso seja exatamente uma crítica negativa. Simplesmente, as músicas não surgem tão dançantes e estruturadas como em boa parte do disco.

Certamente, é bem diferente do que se pode esperar — a escolha de tocar uma versão de “Mindless child of motherhood”, do Kinks, não deixa dúvidas disso.

Isso não quer dizer que seja ruim, apenas diferente do que se espera, o que é até bom. Sabendo disso, na segunda vez possa ser ainda melhor.

Depois de saírem brevemente do palco, Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser voltaram, sozinhos, para cantar “Kids” sobre uma base pré-gravada. Em seguida, parte da banda também voltou e tocaram uma música inédita, “Dancing on the beach”.

Num bate-papo rápido após o show (que será extendido numa entrevista, a ser feita nessa sexta), Andrew van Wyngarden disse que estão muito empolgados com a ida ao Brasil, confirmando que irão tocar no TIM Fest.

quinta-feira

15

maio 2008

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New York, New York

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A invasão nova-iorquina, iniciada com o show do Vampire Weekend, continou nessa quarta-feira, com a apresentação do Dirty Projectors, Battles e Fuck Buttons (esse é da Inglaterra mesmo), dentro de mais uma datas do festival All Tomorrow’s Parties.

Os anfitriões deram início a noite no Astoria (que, infelizmente, deve se demolido até o final do ano por conta das obras de expansão da estação de metrô de Tottenham Court Road). Uma ótima surpresa.

Utilizando sintetizadores, teclados e, ocasionalmente, um tambor, a dupla cria camadas e mais camadas, atmosféricas e sombrias, muitas vezes produzindo loops ao vivo, por cima dos quais adicionam ruídos e pulsações.

Acordes contínuos, semelhantes ao de uma guitarra com pedal de distorção, cortam músicas inteiras, como os choques elétricos hipnóticos de “Sweet love for planet earth”.

As músicas vão se emendando uma nas outras e só pararam de fluir porque um sujeito entrou no palco avisando que o tempo da banda havia acabado.

Um tanto agressivo para de se ouvir em casa (principalmente pelos grunhidos primais), funciona muito bem ao vivo, quando pode ser tocado bem alto, ecoando por um grande espaço.

O Dirty Projectors tem sido bastante comentado, porém as vezes chama mais atenção quando a dica vem de onde você menos espera. No caso, do Lucas Santtana, que normalmente não comenta sobre bandas com esse perfil.

Olhando a banda se ajeitar no palco, não parecia nada complicado. Duas meninas (guitarra e baixo), um baterista e um vocalista/guitarrista. A guitarra igual a do Hendrix, o baixo igual o do Paul, as belas harmonias vocais entre as meninas, eram todos falso sinais, escondendo uma esquisitice que aflora logo nas primeiras notas.

O disco já não é fácil, ao vivo a estrutura das músicas ficam ainda mais complicadas e difíceis de acompanhar. Demora-se a perceber onde começa uma parte ou onde acaba outra. Até mesmo a amigável “Rise above” surgiu totalmente torta.

Fazer comparações com outras bandas ou tentar cravar as influências é tão complicado quanto tentar seguir as melodias do Dirty Projectors.

Fazia tempo que não via um show tão estranho. Sinceramente, não entendi nada. Nem o suficiente para dizer se isso é um elogio ou uma crítica. Se alguém souber, avisa.

Desde que pintou na capa da XLR8R em abril de 2007, o Battles é um mistério. O suposto hit “Atlas” até hoje não desceu por aqui.

Na maior parte do show, o quarteto se divide entre bateria e três guitarras, com dois dos integrantes tocando, simultaneamente, teclados. Hiperatividade parece ser uma boa palavra para definir o Battles.

Um baixo também é utilizado, pouquíssimas vezes. O forte da banda é criar loops com pedais, sobrepondo um sobre o outro para construir texturas bem densas.

Com a nerdice na moda, o lance é saber apertar tantos botões quanto possível no maior número de traquitanas que aparecer pela frente. E tome blusa social pra dentro da calça.

O post-rock encontra o metal, o que é o lado interessante da banda. Pena que na maior parte do tempo, cada integrante vá pra um lado, parecendo mais preocupados com os trejeitos do que tocar juntos. A posição bizarra do prato da bateria fala por si só.

A soma de todos esses ruídos desconpassados dá caldo e rende bons momentos. É tudo muito bem executado, apenas sem graça.

Se esse é o tal do math-rock, é melhor refazerem as contas, porque não tá batendo.

Semana que vem, a Grande Maçã se faz presente em Londres na figura do aguardadíssimo show do MGMT.

sexta-feira

15

fevereiro 2008

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Pancadas

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Depois de abrir para o Chemical Brother e para Klaxons em suas duas últimas passagens pela cidade, finalmente o Justice fez um show como atração principal em Londres. O curioso é que, justo esse, foi o mais estranho dos três. Quem se destacou foi a molecada do Late of the Pier.

A banda já havia sido citada por um dos integrantes do Digitalism, em entrevista pro URBe”, no final do ano passado. Pouco depois, apareceram na coletânea Kitsuné Maison 5, com um remix do Fairy Lights para boa “Broken”.

Com integrantes na média de 21 anos, o Late of the Pier faz um rock dançante e sombrio, com fortes referências oitentistas, metal e uso de sintetizadores e, claro. No palco, o quarteto utiliza bateria, guitarra, baixo (esses dois se alternando seus intrumentos com sintetizadores Mini-Korg, com vocoder) e um sampler (MPC 1000) sendo tocado, em vez de simplesmente soltar bases e efeitos.


Late of the Pier

Totalmente alucinados, ao vivo o LOTP soa melhor que nas gravações. Talvez porque o grosso do que saiu até agora (com excessão de dois singles) são versões demo. O disco cheio está previsto para o primeiro semestre desse ano e está sendo produzido por Erol Alkan.

O evento era parte da NME Shockwave Tour, organizado pela revista mais desesperada em lançar candidatos a mais-nova-maior-banda-de-todos-os-tempos (no mínimo, uma por semana). Muito lida por adolescentes, estes eram maioria esmagadora do público.

A turma da frente não parecia simplesmente estar simplesmente esperando o Justice começar. Cantando as letras e pulando sem parar, a coisa beirava o tumulto. Principalmente por conta de uns óculos distribuídos de papel distribuídos antes do show (fazendo propaganda do próximo lançamento, “The bears are coming”), semelhantes aqueles de 3D.

As lentes produziam um efeito caleidoscópico, multiplicando os integrantes, distorcendo as luzes e as cores. A foto logo acima foi tirada utilizando os óculos como filtro e dão uma leve noção. Ninguém via nada direito, desorientação total.


Justice

Pra os que (ainda) acreditam que apresentações de artistas de música eletrônica são todas iguais — “o cara aperta play no computador e depois fica vendo e-mail” — uma sequência de shows do Justice mostra que não é bem assim.

Ainda que as variações possam ser sutis, com diferentes citações ou remixes, especialmente no caso da dupla francesa, barulhenta por natureza, um outro elemento pode fazer diferença: o peso.

Fechando a noite no Astoria, o Justice sentou a mamona, no que deve ter sido uma de suas aparições mais, hmm…, metálicas. Podreira pura. Tanta, que em muitos momentos só dava pra se defender da chuva de cotovelos. Seria bom se tivesse sido um pouco mais dançante.

A levada Jackson 5 de “D.A.N.C.E.” normalmente já vai para o espaço mesmo, via remix do MSTRKRT. Dessa vez, não sobrou nada, todas as músicas foram soterradas pelas pancadas. Coitado de quem vai parar no show levado por “D.A.N.C.E.”.

Não por acaso, o encerramento foi com um remix de “Master of puppets”, do Metallica. Vendo os dois de jaqueta de couro preta, cercados por pilhas de amplificadores Marshall, estava totalmente dentro do contexto.