quinta-feira

15

maio 2008

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New York, New York

Written by , Posted in Música, Resenhas

A invasão nova-iorquina, iniciada com o show do Vampire Weekend, continou nessa quarta-feira, com a apresentação do Dirty Projectors, Battles e Fuck Buttons (esse é da Inglaterra mesmo), dentro de mais uma datas do festival All Tomorrow’s Parties.

Os anfitriões deram início a noite no Astoria (que, infelizmente, deve se demolido até o final do ano por conta das obras de expansão da estação de metrô de Tottenham Court Road). Uma ótima surpresa.

Utilizando sintetizadores, teclados e, ocasionalmente, um tambor, a dupla cria camadas e mais camadas, atmosféricas e sombrias, muitas vezes produzindo loops ao vivo, por cima dos quais adicionam ruídos e pulsações.

Acordes contínuos, semelhantes ao de uma guitarra com pedal de distorção, cortam músicas inteiras, como os choques elétricos hipnóticos de “Sweet love for planet earth”.

As músicas vão se emendando uma nas outras e só pararam de fluir porque um sujeito entrou no palco avisando que o tempo da banda havia acabado.

Um tanto agressivo para de se ouvir em casa (principalmente pelos grunhidos primais), funciona muito bem ao vivo, quando pode ser tocado bem alto, ecoando por um grande espaço.

O Dirty Projectors tem sido bastante comentado, porém as vezes chama mais atenção quando a dica vem de onde você menos espera. No caso, do Lucas Santtana, que normalmente não comenta sobre bandas com esse perfil.

Olhando a banda se ajeitar no palco, não parecia nada complicado. Duas meninas (guitarra e baixo), um baterista e um vocalista/guitarrista. A guitarra igual a do Hendrix, o baixo igual o do Paul, as belas harmonias vocais entre as meninas, eram todos falso sinais, escondendo uma esquisitice que aflora logo nas primeiras notas.

O disco já não é fácil, ao vivo a estrutura das músicas ficam ainda mais complicadas e difíceis de acompanhar. Demora-se a perceber onde começa uma parte ou onde acaba outra. Até mesmo a amigável “Rise above” surgiu totalmente torta.

Fazer comparações com outras bandas ou tentar cravar as influências é tão complicado quanto tentar seguir as melodias do Dirty Projectors.

Fazia tempo que não via um show tão estranho. Sinceramente, não entendi nada. Nem o suficiente para dizer se isso é um elogio ou uma crítica. Se alguém souber, avisa.

Desde que pintou na capa da XLR8R em abril de 2007, o Battles é um mistério. O suposto hit “Atlas” até hoje não desceu por aqui.

Na maior parte do show, o quarteto se divide entre bateria e três guitarras, com dois dos integrantes tocando, simultaneamente, teclados. Hiperatividade parece ser uma boa palavra para definir o Battles.

Um baixo também é utilizado, pouquíssimas vezes. O forte da banda é criar loops com pedais, sobrepondo um sobre o outro para construir texturas bem densas.

Com a nerdice na moda, o lance é saber apertar tantos botões quanto possível no maior número de traquitanas que aparecer pela frente. E tome blusa social pra dentro da calça.

O post-rock encontra o metal, o que é o lado interessante da banda. Pena que na maior parte do tempo, cada integrante vá pra um lado, parecendo mais preocupados com os trejeitos do que tocar juntos. A posição bizarra do prato da bateria fala por si só.

A soma de todos esses ruídos desconpassados dá caldo e rende bons momentos. É tudo muito bem executado, apenas sem graça.

Se esse é o tal do math-rock, é melhor refazerem as contas, porque não tá batendo.

Semana que vem, a Grande Maçã se faz presente em Londres na figura do aguardadíssimo show do MGMT.

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  1. Bruno Natal

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