sexta-feira

15

fevereiro 2008

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Pancadas

Written by , Posted in Música, Resenhas

Depois de abrir para o Chemical Brother e para Klaxons em suas duas últimas passagens pela cidade, finalmente o Justice fez um show como atração principal em Londres. O curioso é que, justo esse, foi o mais estranho dos três. Quem se destacou foi a molecada do Late of the Pier.

A banda já havia sido citada por um dos integrantes do Digitalism, em entrevista pro URBe”, no final do ano passado. Pouco depois, apareceram na coletânea Kitsuné Maison 5, com um remix do Fairy Lights para boa “Broken”.

Com integrantes na média de 21 anos, o Late of the Pier faz um rock dançante e sombrio, com fortes referências oitentistas, metal e uso de sintetizadores e, claro. No palco, o quarteto utiliza bateria, guitarra, baixo (esses dois se alternando seus intrumentos com sintetizadores Mini-Korg, com vocoder) e um sampler (MPC 1000) sendo tocado, em vez de simplesmente soltar bases e efeitos.


Late of the Pier

Totalmente alucinados, ao vivo o LOTP soa melhor que nas gravações. Talvez porque o grosso do que saiu até agora (com excessão de dois singles) são versões demo. O disco cheio está previsto para o primeiro semestre desse ano e está sendo produzido por Erol Alkan.

O evento era parte da NME Shockwave Tour, organizado pela revista mais desesperada em lançar candidatos a mais-nova-maior-banda-de-todos-os-tempos (no mínimo, uma por semana). Muito lida por adolescentes, estes eram maioria esmagadora do público.

A turma da frente não parecia simplesmente estar simplesmente esperando o Justice começar. Cantando as letras e pulando sem parar, a coisa beirava o tumulto. Principalmente por conta de uns óculos distribuídos de papel distribuídos antes do show (fazendo propaganda do próximo lançamento, “The bears are coming”), semelhantes aqueles de 3D.

As lentes produziam um efeito caleidoscópico, multiplicando os integrantes, distorcendo as luzes e as cores. A foto logo acima foi tirada utilizando os óculos como filtro e dão uma leve noção. Ninguém via nada direito, desorientação total.


Justice

Pra os que (ainda) acreditam que apresentações de artistas de música eletrônica são todas iguais — “o cara aperta play no computador e depois fica vendo e-mail” — uma sequência de shows do Justice mostra que não é bem assim.

Ainda que as variações possam ser sutis, com diferentes citações ou remixes, especialmente no caso da dupla francesa, barulhenta por natureza, um outro elemento pode fazer diferença: o peso.

Fechando a noite no Astoria, o Justice sentou a mamona, no que deve ter sido uma de suas aparições mais, hmm…, metálicas. Podreira pura. Tanta, que em muitos momentos só dava pra se defender da chuva de cotovelos. Seria bom se tivesse sido um pouco mais dançante.

A levada Jackson 5 de “D.A.N.C.E.” normalmente já vai para o espaço mesmo, via remix do MSTRKRT. Dessa vez, não sobrou nada, todas as músicas foram soterradas pelas pancadas. Coitado de quem vai parar no show levado por “D.A.N.C.E.”.

Não por acaso, o encerramento foi com um remix de “Master of puppets”, do Metallica. Vendo os dois de jaqueta de couro preta, cercados por pilhas de amplificadores Marshall, estava totalmente dentro do contexto.

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