Entrou areia
Written by urbe, Posted in Resenhas
foto: Ricardo Mello/O Globo
Contrariando qualquer previsão e as suposições feitas em cima do estereótipo do surfista (desses que pipocaram nas resenhas da passagem do cantor pelo Brasil na grande mídia), o show do Jack JoooooOOOOHNNNN… Uá, Johnson, não teve nada de tranquilo. Foi um caos. Culpa da produção desastrosa da Dream Factory, uma das piores para um show dessas proporções já vista por aqui.
O tumulto começou logo na entrada, com um afunilamento inexplicável do público e uma longa fila, cheia de furões, trazendo recordações do Maraca — fossem os frequentadores do estádio majoritariamente loiras de 16 anos, como num episódio do seriado Laguna Beach. A saída foi igualmente tumultuada, talvez pior, coroada com um tiroteio comendo solto do lado de fora.
Não satisfeitos, os organizadores reservaram uma arquibancada inteira para VIPs de mentira que se dispuseram a pagarR$300 pelo direito de bebidas sem filas e banheiros limpos. Algo que deveria ser oferecido a todo público, taxado em R$ 100 pela chance de estar ali.
O ambiente, definitivamente, não era o ideal para um show do Jack Johnson. Seja pelo tamanho (grande demais), seja pelo tipo de construção (só cimento), a Apoteose cortou o clima intimista proposto pelo havaiano.
O som, perfeito pra ouvir quieto, relaxando, se dispersou. Uma praia, com uma divulgação menos agressiva, para menos pessoas, seria ideal, como ficou provado na canja que JJ deu em Ipanema, no domingo.
A banda não ajuda. Tá certo que a sonoridade não pede grandes músicos; o mérito está nas excelentes canções escritas por Jack Johnson, não em performances mirabolantes. Pena que os músicos não tenham entendido isso. O tecladista, fraco, se esforçava pra aparecer. Subia no piano, tocava pulando e dançando como uma chacrete, tudo na tentativa de esconder suas deficiências técnicas.
A passagem de som também não colaborou. Os instrumentos de apoio abafavam o violão de JJ, que deveria ser o principal. Um tanto frio, parecendo até desconfortável no centro das atenções, a voz de Jack Johnson saía meio sem vontade, faltando empolgação.
Houve bons momentos. O público recebeu bem as canções de seus dois primeiros discos (“Bushfire fairytales” e “On and on”), tanto quanto as do “In between dreams” (os dois últimos com produção de Mario Caldato Jr.), que catapultou JJ para o estrelato.
O cantor tocou “My doorbell” (White Stripes), fez citação a “Whole lotta love” (Led Zepellin) e arrancou urros da platéia com o corinho de “Mas que nada” (Jorge Ben). Faltou a melhor música, “Holes to heaven”.
Ao final do show, a confirmação do óbvio: as ótimas canções funcionam melhor mesmo em disco.
Uma pena… realmente uma pena…
Mas nada que agente já não soubesse como ia ser.
Foi melhor não ter ido…
como eu já previa… ainda bem que não me dei ao trabalho de ir… 😉
Isso sem falar que era praticamente impossível escutar o som do show sem a interferência dos personagens do Laguna Beach que não paravam de conversar e fofocar durante o show inteiro.
Esses jornalista da grande mídia são mesmo uns jabazeiros! Colocaram os caras na mordomia da área vip, sem fila pra cervejinha e pro banheiro, gatinhas globais e modeletes passando, prancha mecânica pra fingir que é surfista, massagem e climinha havaino e agora eles ficam por aí sem ligar pra realidade.
Essa produção foi uma das piores que eu ví na minha vida! Isso porque o ingresso custou 50 contos pra estudante e 100 para manés como eu.
Filas intermináveis e desorganizadas por culpa da playboyzada mal educada que não tem nenhum compromisso com a civilidade e da segurança inoperante que só olhava e nada fazia. Pra piorar, depois de entrarmos só quando chegamos perto das catracas é que descobríamos que estavamos na fila errada. Lá dentro eles dividiam em vips, pista e imprensa só que a sinalização só era visivel depois que as filas eram divididas por grades. Resultao: mais aglomeração, empurra-empurra e demora.
E na hora de beber uma cervejinha….mais filas intermináveis e desorganizadas. Sempre com um segurança inoperante só olhando.
Por incrível que pareça, depois de um show mansinho e baixo pra caralho, após 30 minutos do término ainda pegamos fila e empurra-empurra pra conseguir sair da praia de concreto. Imagina se a gente já não estivesse acostumado e os traçantes que cortavam o céu causassem alguma situação de pânico….o climinha havaiano iria lembrar Pearl Harbor.
Isso tudo porque foram vendidos pouco mais da metade os ingressos postos à venda!
Nada como artistas conscientes como os caras do Pearl Jam que lotaram aquela porra e uma produção responsável que teve o bom senso de lembrar que seres-humanos (mesmo mal-educados) iriam assistí-los.
Depois de tantos boatos o homem resolve deixar o Havaí e partir em turnê. Seria uma ótima notícia se não viesse acompanhada da pior escolha que uma produção já fez: Apoteose!Nem me dei ao trabalho de tentar. Fica pra próxima.