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junho 2014

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Transcultura #139: Anonimato na rede // Ghostface Killa x BBNG

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Texto na da semana passada da “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo:

Sociedade Anônima
Em meio à crescente desconfiança sobre a privacidade na internet, diversos aplicativos oferecem a possibilidade de conviver de forma oculta na rede, despertando outros tipos de controvérsia
por Bruno Natal

Privacidade é uma das maiores questões da rede hoje em dia. Diz o ditado que “se o produto é grátis, você é o produto” e, com isso, cresce a preocupação com o uso comercial que empresas como Facebook e Google fazem dos dados que você compartilha com seus amigos.

É parte do processo de amadurecimento da vida pública on-line, ainda uma novidade para a maior parte das pessoas. E é justamente a geração que já nasceu e cresceu conectada quem mais repele os comportamentos invasivos de alguns serviços. É nessa faixa etária que florescem alternativas que vão no sentido contrário.

A busca por anonimato na rede não é novidade. Projetos como o PostSecret (em que pessoas compartilham segredos pessoais de forma incógnita através de cartões postais), o Tor Project (um navegador open source que impede empresas de extraírem dados como sua localização ou hábitos de navegação) e, mais recentemente, o Lulu (aplicativo que permitia mulheres comentar e dar notas para seus amigos homens no Facebook anonimamente) são alguns dos que exploram o desejo de não ser identificado.

O risco, como qualquer caixa de comentários numa página pode demonstrar, é que o anonimato fortalece os trolls e todos aqueles que se aproveitam do fato de não estarem identificados para fazer e falar besteiras. Os possíveis benefícios de se estar anônimo não devem servir de motivo para baixar a guarda. Sem falar que, sendo um aplicativo comercial (mesmo que oferecido gratuitamente), nenhum segredo está totalmente seguro. Recentemente os dados de cerca de 4,6 milhões de usuários do Snapchat tornaram-se públicos.

Aproveitando todos esses receios, diversos aplicativos estão em sintonia com a tendência e têm como chamariz justamente o fato de não tornarem suas informações públicas ou, levando o conceito ao extremo, de sequer guardar os posts por mais do que poucos segundos.

Conheça alguns deles:

Snapchat: O mais conhecido, comentado e polêmico serviço desse tipo, o Snapchat permite que usuários troquem fotos, vídeos e mensagens de texto que se autodestroem após alguns segundos, sumindo do celular de quem recebeu e também do servidor do aplicativo. Exatamente por isso, ele é bastante usado para o chamado sexting (troca de mensagens eróticas).

Backchat: Apesar de sua rede ser formada por amigos importados do Facebook ou Twitter, nas conversas do Backchat você não sabe exatamente com quem está falando. As mensagens chegam de maneira anônima, acompanhadas apenas de algumas dicas, retiradas dos dados de perfil da pessoa, para que o usuário possa tentar adivinhar quem está do outro lado. É mais um jogo do que qualquer outra coisa. Procure pelo aplicativo nas lojas de app do seu sistema operacional.

Secret: Similar ao Post Secret, o aplicativo Secret permite que pessoas compartilhem mensagens anônimas apenas entre amigos (e amigos dos amigos) aos quais se está conectado em outras redes sociais. Ou seja, todos os segredos que você le na tela são de alguém que você conhece, só não se sabe quem.

Whisper: Muito parecido com o Secret, a diferença do Whisper é que os segredos compartilhados são também vistos por estranhos (como no PostSecret), que podem comentar, para dar suas opiniões ou perguntar por mais detalhes.

Cyber Dust: Serviço de troca de mensagens instantâneas similar ao Whatsapp, o diferencial do Cyber Dust é que, como no Snapchat, as mensagens são codificadas e se autodestroem alguns segundos após serem lidas, garantindo que o que foi dito permaneça apenas na cabeça de quem leu. Para isso, oferece até um alerta caso o recipiente tente tirar uma foto da tela usando uma combinação de botões.

Shortwave: Utilizando a conexão bluetooth dos telefones celulares, o aplicativo lista outros usuários que estejam no seu raio de recepção para que possam iniciar uma conversa. Por exemplo: falta luz na sua casa e você quer checar a situação nas redondezas para saber se o problema é só com você (bom, você poderia olhar pela janela também, na maioria dos casos, mas enfim). Disponível na App Store para iOS.

Yik Yak: O apelo do Yik Yak está mais relacionado a conectar estranhos do que manter seus usuários anônimos. Baseado em geolocalização, o aplicativo mostra posts de pessoas que estão nas redondezas, usando a proximidade como filtro. Serve, por exemplo, para iniciar conversas num show. Mas, mesmo sem se identificar, usuários podem, por exemplo, citar o nome de outras pessoas abertamente, o que tem gerado problemas em escolas nos EUA.

Everyme: Basicamente, trata-se de uma rede social menos aberta, pensada desde o início na separação dos diferentes grupos de pessoas que fazem parte da mesma rede social de um usuário: amigos, família, colegas de trabalho etc. O princípio é manter essas trocas nos círculos fechados, determinados por quem inicia as conversas. Para isso, impede que o conteúdo das mensagens seja compartilhado em outros serviços.

Tchequirau

Assunto da coluna na semana passada, o BadBadNotGood lançou uma parceria com Ghostface Kilah, do Wu-Tang Clan. “Six Degrees” tem ainda a participação de, Danny Brown, um dos rappers mais excêntricos da cena.

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