Tráfico zero
Written by urbe, Posted in Urbanidades
foto: Marcelo Piu / Agência O Globo
Apenas 13 dias após iniciar uma ocupação do Santa Marta, o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, declarou que todas as bocas-de-fumo estão fechadas e que o morro Dona Marta (nome relacionado ao tráfico e que a comunidade local não gosta). Repórteres do jornal O Globo visitaram a favela e realmente não viram traficantes.
Para quem não é do Rio, vale dizer que, apesar de não ser das maiores comunidades em termos numéricos, o Santa Marta fica em Botafogo, coração da Zona Sul, numa das áreas mais valorizadas da cidade e também ponto estratégico para o tráfico.
Se isso de fato está acontecendo (só acredito vendo e vou tentar dar um pulo por lá amanhã), é um marco para cidade. Mostra que é possível o Estado se fazer presente e alterar positivamente o cotididano das favelas.
Isso está sendo possível, diz-se, porque está sendo feita uma ocupação permanente do lugar, não apenas uma missão de combate. A única favela do Rio onde não há tráfico, há anos, é a Tavares Bastos, no Catete, no topo da qual fica a sede do Bope.
É claro que a escolha de favelas da Zona Sul (a próxima deve ser o Chapéu Mangueira, no Leme — não confundir com a Mangueira) para iniciar os projetos não é coincidência, visando aliviar tanto as comunidades quanto o asfato. Porém, há lógica nisso, visto que essas favelas são menores e menos intrincadas do que, por exemplo, as que formam o Complexo do Alemão.
Continuo acreditando mais em escolas no lugar de batalhões. Um dia a gente chega lá.
Na matéria que li no Globo impresso, eles dizem que escolas, creches etc. etc. vêm em sequência. E que isso seria um laboratório pro que pretendem fazer em outras favelas depois.
Se o que a matéria diz é verdade, é bem impressionante. Não vou lá subir o morro não, mas vou perguntar pra quem mora por lá se é isso mesmo o que está acontecendo.
E, se for, é torcer pra durar.
Não dá nem para acreditar! É o morro do lado da minha casa! Li no Globo hj de manhã! Vou perguntar para a rapaziada da área se é verdade mesmo. Depois conto para vcs.
Ah, um outro comentário, sobre isso de “escolas no lugar de batalhões” – no caso do Dona Marta, segundo a matéria, a solução tá sendo justo o oposto. O prédio onde estão ficando baseados os policiais da ocupação era uma creche.
Que nunca foi usada porque os moradores não colocavam os filhos lá, com medo de que fossem vítimas dos tiros tão comuns por ali.
a idéia é muito boa por sinal. o único problema é a consistência do apoio da policia. A corrupção pode quebrar tudo e daqui um tempo tudo pode ser uma farsa de um projeto bem intencionado.