terça-feira

18

maio 2010

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Tentando a sorte em NY

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Garagem de ensaio de Gregory Pasqua, do Indian Saints

Nos últimos tempos, a cena musical do Brooklyn, em Nova York, é de onde despontam mais bandas destinadas ao hype. É o epicentro sonoro do mundo, onde todo músico pop gostaria de estar e conseguir atenção.

O brasileiro Pedro Kakcowicz decidiu tentar a sorte e conferir pessoalmente como funcionam as coisas por lá. Ficou dois meses em Williamsburg e contou para o URBe como foi a experiência.

“A ideia da viagem começou quando me dei conta de que precisava comprar um laptop novo. Pesquisei o preço do MacBook Pro aqui nos sites brazucas e obviamente dei uma fuxicada na diferença do preço nos EUA. A diferença era tanta que pensei: se eu passar alguns dias em NY visitando uns amigos, comprar o laptop e voltar ainda sai mais barato.

“Já que eu estava indo, resolvi dar uma esticada pra tentar fazer algum som por lá. Corri atrás de algum contato interessante e arrumei alguns. Não eram exatamente o que procurava, então um dia antes de pegar o avião, resolvi entrar no Google e pesquisei algum tipo de classificados local, achei o Craigslist.

“Vi dez anúncios precisando de um tecladista, ouvi os sons e curti cinco. Escrevi com um link pro meu MySpace e em vinte minutos recebi minha primeira resposta. Em 4h já tinha recebido todas, os emails era sempre mais ou menos o seguinte: ‘Curtimos teu som, você pode ensaiar 3ª e 5ª as 20h? Temos show marcado semana que vem na 4ª, por favor avise hoje se puder iniciar amanha! Obrigado.

“Essa objetividade toda acabou me pegando de calças curtas. Fui marcando ensaios e tal e só depois me dei conta que não tinha instrumento, nenhum teclado lá! Enchi a boca pra falar tudo que eu tinha, Nord Electro 61, Prophet…mas tudo no Brasil! Comprei um Microkorg XL, com aquele vocoder embutido. O teclado tem um look retrô e parece de brinquedo, tem umas teclinhas micras. Na hora que tirei ele dá mochila rolou um certo clima do tipo ‘só isso?’, mas quando saiu o som ficou tranquilo.

“Ensaiei com três bandas (Indian Saints, Dan Dwarkin e Akudama), conversei com muitas outras. Com a Indian Saints cheguei a gravar algumas demos e fiz um show no Lit Lounge, local ideal pra novas bandas. Com a Akudama, que conheci no metrô, continuo colaborando pela internet.

“Em um mês percebi que todas as bandas que eu toquei tinham uma pontualidade e profissionalismo notório, todos os contatos que fiz eram muito objetivos. O famoso ‘beleza, então vamo marcar um chopinho’ carioca la é um pouco diferente, logo colorido com dia e hora.

“As bandas que conheci eram formadas por músicos que tinham outros empregos e as que toquei realmente eram bandas indies, ou seja, muito amor e ralação. O Gregory Pasqua, guitarrista da Indian Saints, trabalha na Sony Music em Manhattan, o baixista é técnico de som… Por meio de contatos acabei fazendo uma trilha pra um comercial que foi uma grana que pagou metade do meu aluguel.

“Os integrantes das bandas de NY são muito próximos, estão a uma pessoa de distância, é uma galera. O Greg era vizinho de um integrante do Yeah Yeah Yeahs, amigo do técnico de som dos Fuck Buttons, Mogwai, o MGMT faz parte do selo Columbia, da Sony, onde ele trabalha.

“A experiência foi sensacional e o profissionalismo por lá é motivador. Se você for objetivo vai se entender bem com a galera por lá. Voltei a uma semana e logo me deu a impressão que o Rio tava em câmera lenta! rs”

Abaixo, um remix de Pedro de “Inside and Out”, da Feist:

Inside and Out – Feist – (Remix Pedrokaco) by Pedrokaco

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  1. Pedro
  2. LucasCM

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