TIM Fest 2006
Written by urbe, Posted in Resenhas
Cobertura encerrada. Confira abaixo textos, fotos e vídeos dos três dias do festival.
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Dia 1 (27/10)
DAFT PUNK: não teve pra ninguém
foto: Joca Vidal
A apreensão se provou desnecessária. A mudança de local, até agora, só fez bem para o TIM Fest. Ao contrário do MAM, onde o ambiente entre as tendas era espremido e um tanto claustrofóbico na área dos bares, a Marina da Glória é espaçosa e deu um ar realmente de festival para evento.
Como numa cidade do interior, tudo acontece ao redor de uma praça central, na verdade um pufe gigante. As tendas estão mais próximas uma das outras, facilitando o acesso. Dizem que o palco de jazz, finalmente, não sofreu com interferências de ruídos externos. Entretanto, a dificuldade para comprar bebidas e comidas, com filas gigantescas e confusão nos balcões, persiste.
Principal atração do festival, os franceses do Daft Punk arrastaram uma pequena multidão. A vontade era tanta que muita gente foi pra lá mesmo sem ingresso, na esperança de conseguir dar um jeito de entrar.
Com uma hora de atraso, a dupla iniciou o show e provou que toda a espera era justificada. Do momento em que Thomas Bangalter e Guy Manuel Homem-Christo, vestidos de robôs e ao som do tema de “Contatos imediatos do terceiro grau”, subiram na pirâmide e tocaram “Robot rock” até a hora que desceram, o que se viu foi uma catarse coletiva.
O repertório foi idêntico ao que tem sido tocado no resto da turnê, com as mesmas colagens e na mesma ordem. Músicas dos três discos são divididas de maneira igual pelo set, na maior parte das vezes aparecendo misturadas uma as outras, como mash ups (“One more time” + “Aerodynamic”, “Face to face” + “Harder, better, faster, stronger”) e indo e voltando ao longo da apresentação (“Too long”, “Technologic”).
Logicamente, sucessos como “One more time”, “Around the world” e “Da funk” tiveram recepção mais calorosa, mas o que chapou a tenda mesmo foi a psicodelia luminosa do cenário. Cada virada de luz, cada mudança de padrão ou pisco da pirâmide era saudada com urros. Pessoas gritando para luzes, presta atenção nisso.
Bright side of the moon?
fotos: Sergio Valle
Depois de discos perfeitos, como “Homework”, o Daft Punk conseguiu atingir a perfeição também no quesito “música eletrônica ao vivo”. Apesar das justas comparações com o Kraftwerk, o que está sendo feito nessa turnê nunca foi visto antes. Daqui a muitos anos, esses shows serão lembrados como um marco. O “Dark side of the moon” dessa geração.
Teve gente desconfiando de playback, algo dito em relações a outros nomes da eletrônica ao longo do tempo. O que essa acusação pode ter de verdadeira, tem também de equivocada. Shows de música eletrônica geralmente são feitos utilizando bases pré-gravadas, não é nenhum segredo. O bacana é ouvir essas bases serem manipuladas ao vivo, criando algo novo. Interpretar um estilo (eletrônica) seguindo parâmetros de outro (rock) é que não faz o menor sentido.
A dupla passeia por todos os estilos, do house ao rock, passando pelo techno, breaks e electro. Na sequência de “Television rules the nation”, antes de emendar em “Too long”, rola uma dubzeira, no melhor estilo Leftfield, utilizando elementos desacelerados de “Harder, better, faster, stronger”. Classe.
Com a providencial utilização do “método resistro de invasão de camarins”, os robôs receberam uma carta-convite para participar do “Dub Echoes” e parece que, após dois anos tentando, agora vai. Mais um.
No encerramento, com “Human after all”, os telões que cobrem as faces da pirâmide exibiram, pela primeira vez na apresentação, imagens reais, de rostos humanos. Os robôs, derretidos, se despediram mandando beijos pra platéia.
Nas rodas de conversa pós-show, um consenso: uma hora e quinze minutos de Daft Punk é muito pouco. E é mesmo.
Perdeu? Só se foi pelo salgadíssimo preço do ingresso, não por falta de aviso. Contente-se com a íntegra do show do Coachella 2006, editado por um psicopata que catou trechos da apresentação pela internet até juntar os 75 minutos em um só vídeo.
Dia 2 (28/10)
YYY
foto: Mariana Vitarelli
A segunda noite do TIM Fest começou pontualmente as 23h no palco principal. O Mombojó foi a primeira banda da noite, tocando para uma platéia ansiosa para assistir Patti Smith e Yeah Yeah Yeahs, o que não era exatamente uma tarefa simples.
Recifolia
MOMBOJÓ
foto: Mariana Vitarelli
Nesse contexto, as quebras de andamento, balanço e sutilezas de músicas como “Merda”, “Fatalmente” ou “Pára-quedas” não despertava maiores reações, ainda que o público da tenda (que foi ficando mais cheia ao longo do show) estivesse acompanhando com atenção.
O tamanho do palco, grande, não foi obstáculo, mesmo que a formação de cena, com alguns integrantes permanecendo sentados o tempo todo, dê uma atravancada e isole o vocalista Felipe S no centro das atenções.
Demonstrando o amadurecimento que só a estrada traz, o Mombojó foi dominando a platéia aos poucos e, mais importante, sem afobação. Quando chegaram as guitarras pesadas de “Realismo convincente” e da infalível “Deixe-se acreditar”, no final do show, o trabalho estava feito.
TV no palco
TVOTR
foto: resistro
No palco Lab, logo depois, o TV on the Radio induziu o público a um transe coletivo, com camadas de guitarra viajandonas e muita simpatia. Falando em português, o saxofonista e flautista Martin Perna, vestindo uma blusa onde se lia “Eu coração Iraque”, conquistou a platéia com suas muitas explicações sobre tudo que acontecia no palco.
A companhia aérea extraviou a bagagem da banda e o TVOTR teve que tocar com equipamentos emprestados pelo Thievery Corporation. Isso certamente atrapalhou um bocado, vide algumas panes na guitarra da de David Andrew Sitek, mas não comprometeu o show.
Despretenciosos, o carismático vocalista Tunde Adebimpe, o guitarrista Kyp Malone (com uma impagável camiseta rosa-choque, apertada), o baixista Gerard Smith e o baterista Jaleel Bunton seguiram em frente e enfileiraram favoritas da casa como “Starring at the sun”, “Wolf like me” e Ambulance”.
Sim, sim, sim
YYY: Karen O
foto: Mariana Vitarelli
De volta ao palco principal, o show do Yeah Yeah Yeahs, como já se sabia, pode ser resumido em um nome: Karen O.
A voz rasgada, os berros estridentes e o gestual exagerado cantora (maquiada e vestida com roupas coloridas, além de máscara e capa) deixa para o baterista com pinta de nerd Brian Chase e pro guitarrista Nick Zinner apenas o papel de meros coadjuvantes, responsáveis por sonorizar as loucuras da moça.
A entrada da banda no palco, sem frescuras, indicava o que estava por vir. Ao vivo, o som cru do YYY sai mais sujo, áspero. Antes de tocar músicas dos seus dois discos oficiais, o trio — que conta com um quarto integrante como músico de apoio se alternando entre o baixo e um sintetizador — foi esquentando devagar, com músicas de seus EPs e algumas improvisações.
Uma vez quentes, o YYY disparou “Phenomena”, “Black tongue”, “Gold lion”, “Honey bear”, as excelentes” Cheated hearts” (em versão bem diferente do disco, com um teclado pontuando a música inteira e Karen O ameaçando um strip), “Maps” e “Turn into”.
A platéia, repleta de meninas com figurinos inspirados em Karen, entrou na onda, jogando calcinha no palco e respondendo a qualquer provocação da cantora, que se jogava no chão e fazia poses. Faltou apenas “Way out”, que inexplicavelmente ficou de fora.
Trapaceando?
THIEVERY CORPORATION
foto: Mariana Vitarelli
Encerrando o palco Lab, os americanos do Thievery Corporation finalmente fizeram seu show por essas terras. Fãs de música brasileira, influenciados pela própria e com uma legião de seguidores por aqui, Rob Garza e Eric Hilton estavam devendo a visita faz tempo.
A primeira parte do show foi dedicada ao que dupla sabe fazer melhor, que é misturar batidas e blips eletrônicos com a pressão dos graves da música jamaicana, o tal do downtempo.
Acompanhados por dois bons MCs jamaicanos, Roots e Zee, Rob pilotou teclados e samplers enquanto Eric ficou responsável pelos toca-discos. Os graves saiam com força do PA, apertando a garganta de quem estava perto do palco.
O lance ficava esquisito quando o BPM subia. Nessa hora, o Thievery Corporation abandonava o minimalismo do dub e pecava justamente pelo excesso. O exagero de elementos no palco (metais, dois sets de percussão, guitarra, baixo, cítara…) congestionava o som, em alguns momentos beirando a fanfarronice.
Nesse quesito, a cantora brasileira Karina Zeviani foi responsável por momentos constrangedores. Fazendo os vocais em português (originalmente gravados por Bebel Gilberto em algumas faixas), a ex-modelo convocava o público com frases do naipe de “vamos fazer barulho” ou “vamos tomar whisky”.
Sem se incomodar com nada disso, a tenda chacoalhou sem parar. Faixas com a outra vocalista cantando em francês, “Lebanese blonde” e “Le mond” caíram bem.
Pra sorte de quem acompanha o Thievery Corporation desde o começo, a presença constante dos rastas MCs puxava o som pro lado certo, garantindo momentos memoráveis nas crássicas “.38.45 (A Thievery Number)” e “The richest man in Babylon”.
Dia 3 (29/10)
SHADOW E LATEEF: em direção à luz
fotos: Joca Vidal
Convidado de última hora, Caetano Veloso teve que se contentar com o apagar das luzes do palco Lab. As principais atrações da última noite do TIM Fest estavam na tenda ao lado, com escalação dedicada ao hip hop branco do Instituto, DJ Shadow e Beastie Boys.
A exemplo do ano passado, encerrar o festival num domingo, com shows começando tarde — 23h no caso do TIM Stage — não funciona muito bem. A perspectiva da segunda-feira vindoura traz uma certa melancolia de final de festa. Nos tempos em que a largada era numa quinta, a estréia também precedia um dia de trabalho, porém a o final de semana estava logo ali.
Brazucas
INSTITUTO
Fugindo do tradicional (e normalmente monótono) formato DJ + MC, o Instituto abriu e foi muito bem recebido. A parte instrumental dos paulistas continua excelente. A groovezeira formada por teclado rhodes, guitarras, bateria, percussão, DJ e linhas de baixo com forte influência do bom reggae acerta o tempo todo.
Apesar de um “iô iô” aqui e acolá, o grupo sabe misturar hip hop, música jamaicana e elementos da música brasileira. Some a isso a presença dos MCs Kamal e Funk Buia e o Instituto confirma o título de melhor apresentação de hip hop do Brasil.
Fugindo das sombras
SHADOW
Responsável por um dos mais cultuados discos da história do hip hop, o fundamental “Endtroducing” (primeiro disco feito totalmente apenas com samples), o californiano Josh Davis é mais conhecido como DJ Shadow.
Suas produções sombrias e atmosféricas, majoritariamente instrumentais, sempre justificaram o nome, assim como a fama de fazer som cabeçudo. Após seu segundo disco, “The private press”, Shadow deve ter se cansado de ser visto como “difícil” e das muitas cópias que vieram no seu encalço. Seu terceiro disco, “The Outsider”, com uma sonoridade mais comercial, mudou o rumo das coisas.
Em sua primeira apresentação no Brasil, Shadow, exatamente como faz no DVD “In tune and on time”, começou falando com a platéia e contando o que pretendia fazer. Conhecido por suas performances bombásticas de turntablism, mesmo utilizando dois toca-discos, CD-J, MPC e laptop, o DJ chamou a atenção foi com outro aparelho, seu DVJ.
A vitrola de imagens comandava as ações no telão caprichado, colocado atrás de Shadow. O áudio e vídeo perfeitamente sincronizados pela maquininha (possivelmente usando bases pré-gravadas para isso) geraram momentos que impressionaram, mesmo após a avalanche visual promovida pelo Daft Punk dois dias antes.
Enquanto a calminha “Six days” era acompanhada por projeções de bombardeios, “Enuff” e seu sample de violão contou com a participação do rapper Lateef (Quannun, Solesides) ao vivo e também no telão, em poses bem presepeiras.
Com o clipe da música ao fundo, uma animação, Lateef cantou “Mashin’ on the motorway” e interagiu com a platéia em “The number song”, pedindo gritos de “break it down”.
As levadas mais comerciais das músicas do terceiro disco, com uma pegada dirty south e mais próximas do que está fazendo sucesso nos EUA hoje em dia, podem até servir para levantar o público, no entanto soam como contra-senso na trajetória de Shadow.
Obviamente, ele tem o direito de fazer o que quiser, mas é no mínimo estranho notar Shadow, que sempre nadou contra-corrente, com essa preoucapação. Muito melhor é ouvir “Organ donor” e seu pianinho frenético.
Essa nova fase de Shadow tem o lado positivo de ter tornado o DJ mais eclético. Indo além do hip hop, ele solta alguns pancadões estilo Miami bass (o novo samba dos DJs que querem agradar a rapaziada carioca) e brinca de rock, com guitarras nas alturas.
Pra garantir, o final com “Midnight in a perfect world” veio pra consolar os saudosistas que não se convenceram com o bom set.
BB
BEASTIES: Três MC e um DJ
Depois de passar a tarde fantasiados de “Men in Black” filmando em Super 8 pelo Rio para um projeto que não se sabe qual é, os Beastie Boys entraram em cena vestindo os mesmos ternos pretos e óculos escuros com o qual desfilaram a tarde.
Após a introdução avassaladora do DJ Mix Master Mike , definindo o nível da performance que iria se repetir ao longo do show, os três nova-iorquinos invadiram o palco ao som de “Root down” e “Sure shot”, ambas difíceis de ouvir tamanha era a gritaria.
Mike D, Ad Rock e MCA tem história o suficiente para se apresentar como quiserem e ainda assim fazer sentido, seja como banda, como rappers ou o que for. Mesmo assim, a opção pela formação tradicional de DJ + MCs privilegia os fãs de carteirinha (como tem que ser), satisfeitos em simplesmente poder ver os ídolos colocando suas vozes sobre bases e cantar junto.
Para quem acompanha a banda com alguma distância, o formato pode tornar a experiência um pouco repetitiva. A questão é: quem naquela tenda não era fã? Provavelmente, os que não eram, se tornaram. E os que não se tornaram, ficaram até o fim, admirados com a recepção que os Beastie Boys tiveram, sem dúvida, a mais calorosa do festival.
Entre elogios ao Rio e perguntas sobre quem tinha vindo de São Paulo (arrancando um urro estrondoso de quase metade do público, formado por paulistas), o grupo citou o obrigatório BB Lanches e seu suco predileto, o abacaxi com hortelã, confundindo o nome das frutas e chamando de abacate.
No melhor estilo hip hop de samplear, as iniciais do letreiro, que são uma homenagem a Brigitte Bardot rapidamente se tornaram Beastie Boys nas fotos que o produtor Mario Caldato tirou do trio, vestido com os mesmos ternos do show, para uma capa não se sabe do que.
Ao longo do set, Mix Master Mike introduziu alguns elementos de banghra e samples de “Move your body” (Nina Sky) nas bases. Na reta final, “Intergalactic”, “Brass monkey” (em estilo pancadão), “Body moving” e “No sleep ‘till Brooklyn” sacudiram, literalmente, o chão.
Aquele admirador que ficou até o fim não deve ter se decepcionado quando os panos pretos que (mal) escondiam os instrumentos foram retirados. Sem direito a bis, uma “Sabotage” esporrenta fechou a tampa e as atividades do palco principal.
O show seguiu um clima de trilha sonora. Uma trilha sonora de um “filme” passado ao vivo via cenário. Redondinho, fechado, e quem sabe, “pleibecádo”? Me pareceu playback, de fato, preciso confessar. Mas isso não sei se tira o impacto que o show causa. Com um DJ set, não tem o que cobrar muito…
Mas o show valeu pois é lindo visualmente e irresistível musicalmente. Até para mim, que acho que Daft Punk do primeiro disco não é o mesmo Daft dos outros (discos medianos, na minha opinião).
E se o som foi uma trilha sonora, o filme foi no estilo pipoca, ou seja, para todos. Mainstream, no sentido literal da palavra. Afinal, quem falou que filmes-pipoca são necessariamente ruins? Podem ser é muito divertidos como foi o show ontem.
George Lucas sabe muito bem do que estou falando. Só faltou o sabre de luz.
Alou rapeizi!
segue um link com umas fotocas bacanas:
http://www.tabblo.com/studio/person/resistro/
A sua fotoca da invasao ao churrascao do daft punk eu mando por e-mail depois.
bruno, não tenho nem o que dizer em relação ao show. só queria deixar registrado que no dia que eu morrer podem me enterrar lá na marina da glória.
Mashup yourself.
melhor show da vida!!!
zarapas, tu vai ver o lee perry daqui a pouquinho. shut the fuck up!!!!
caraco, como a karen o é gostosa!!! uhu!!!
pena que não rolou “way out”, mas o show do yyys foi muito, muito fodão.
o tv on the radio foi ótimo, mas não dá pra comparar com o daft punk e o yyys.
quanto aos “altos e baixos” do thievery, eu só gostei dos baixos (putz, que tosco isso).
Uma curiosidade: o carinha de branco que o BNegão conversa ali na foto (ver o link que passei) é músico do Antibalas Afrobeat Orchestra!
Sinira!!!
O Daft Punk foi MUITO bom!! Realmente é diversão garantida. Só achei que tinha que ter alguém tocando depois deles. Não dava pra ir embora depois daquilo tudo sendo jogado no meio da rua das pedras. Tem gente por aí falando que a MOO tinha que ter sido lá. Teria sido muito bom.
Tv on the Radio foi excelente. Achei um showzão!
O Yeah yeah yeahs foi incrível! O som é muito bom e a Karen O arrebenta nas performaces e no clima do show. Foda!
Essa história do vídeo é muito boa. O cara mandou bem.
chico,
fiquei mal no dia do show, sabia que daft punk com a galera ia ser especial, pelo menos eu já tinha visto né…. enfim…. to feliz por vcs, agora sei que tu me entende quando eu disse que o show do daft punk foi melhor que o do tool…..
Rapaiz,
Ontem tive que fazer minhas concessões. Fui ver o que ninguém ficou pra ver: Black Dice.
Sinceramente, posso dizer que o que assisti me deixou imensamente feliz, não só pela devastação sonora, a qual nunca tinha presenciado nada igual, mas também por testemunhar, talvez, o caminho mais radical em música hoje (talvez ao lado de Burning Star Core, Lighting Bolt e alguns gatos pingados).
Mesmo assim a experiência não soou como um esforço. Ao contrário, o show fluiu bem e o público que aderiu aceitou muito bem também. Foi o momento “Aphex Twin” do festival: quem ficou gostou.
Aliás, o público ali compunha grande parte da “vanguarda” carioca. Ou seja, umas 80 pessoas.
:-))
==
Acabei assistindo uma meia-hora de Beastie Boys. Foi ducacete.
nossa com os videos dos teoricamente melhores momentos do thievery o lance ficou pior ainda. como todas as vocalistas sao fracas e as musicas ficaram aceleradas. pq? triste.
mas yyy , daft punk, tv on the radio e beastie boys fizeram deste um final de semana memoravel.
e pq nao, o cervantes.
um brinde ao picadinho e vodka tonic.
” bandeira branca amor…”
cacildis!
vou ser o “do contra”, mas não consegui engolir o YYYs.
Foi um show com tudo que eu não queria ver. Um show exatamente como manda o figurino.
Mas a banda é afinada. Pelo menos.
“agora sei que tu me entende quando eu disse que o show do daft punk foi melhor que o do tool…..”
hahahahaha!
NÃO foi melhor que o do tool!!!
Não tenho palavras pro show do Daft, foi a terceira vez que vi e senti o mesmo frio na barriga e fiquei embasbacada do mesmo jeito. Gostei muito do TV on the radio, Thievery poderia ter passado sem a cantora brasileira vestida de galinha e o DJ Shadow foi foda!! Mesmo não conhecendo muito do Yeah Yeah Yeahs gostaria de ter visto a performance da Karen O. Agora rumo ao New Order!! bjss
vários vídeos do Daft Punk no Rio pelo YouTube:
http://www.youtube.com/results?search_query=daft+rio&search=Search
Para quem quiser ver mais fotos do “circuito alternativo”. Segue o link:
http://www.tabblo.com/studio/person/resistro/
Nunca mais vou esquecer de Karen. Que pernas, que berro, que cusparada!!!
Desde sexta eu ando por aí com aerodinamycs + one more time ricochetando no cérebro. binistro.
O negão do TV on The Radio mandou mto bem. tava de bala, fato!
E The Bad Plus… fóóóóda.
rumo ao new order!!!
fechar com chave de ouro
Colé Brunin,
entra lá no site e lê o relato do entrevero dos Beastie Boys com a gente lá no BB Lanches. Decepçaõ com os caras, mas continuam ídolos. Pelo menos vi pra que serviu a presepada lá no BB. Abs!
Bruno, off topic.
Qual é aquele link do you tube q vc colocou aqui outro dia, sobre um cara q viajou o mundo todo dançando ao som de um som q, se não me engano, era do Enigma?
Valeu antecipadamente, cara.
Onaicram, não lembro o link exato.
Faça uma busca por “where is matt” no YouTube que ele dança pra vc!
Abs,
que encrenca, hein andré?
a musica era do deep forest
tu perdeu a patti smith! gloriosa.
achei um saco o dj shadow, e aquele mc gritando 17 vezes “rioooooow de janeirooowwww, make some noise”
oh, lord…
YYY foi uma viagem astral… esquizofrênica do jeito que eu gosto. a céu no 1° dia foi morna, morna… chatiiiinho. Amadou & Mariam foram ótimos. empolgação. devendra me alegrou. teve gente que falou mal, deu sono… mas porra, com um atraso de quase duas horas, cerveja a 5 reais, barulho do daft punk “atrapalhando”, acho que as pessoas tavam irritadas mesmo, daí disseram que o devendra ficou “devendo”. pra mim não. agora………… beastie boys, taquipariu. nunca pulei tanto na vida. maravilha. my right to party!
Sobre o incidente no BB Lanches: mas que situação, hein?
Agora, me pareceu que foi mais uma coisa que partiu dos seguranças do que propriamente da banda.
Não que ache certo a postura blasée dos caras, mas entendo a preocupação por serem “estrelas internacionais”. Uma filtragem no assédio é sempre bem-vinda.
No mais, impedir de tirar fotos é típico de “primeiro mundo” e sua aura, digamos, superior e paranóica. Mas foi bizarro!
Antes de chegar no país tem que saber que se está na rua, é para aparecer. Principalmente no Baixo Leblon. Privacidade é no camarim e quarto de hotel.
Vou contar uma história curiosa: na última vez que o Michael Jackson veio ao Brasil, ele resolveu “dar uma volta” em Ipanema.
Maio transtorno, maior confusão de seguranças fotógrafos etc. Mal começou o passeio e o cara viu que não dava. estratégia: entrou na primeira galeria que apareceu.
A Galeria era da loja Spider, reduto da boa música. E onde o caboclinho foi parar? Lá mesmo. Na Spider!
Procura dali, vasculha daqui, o astro-freak encontra na seção de discos uma porrada de albuns piratas dos Beatles (banda a qual ele possuia os direitos).
O bicho não pensou duas vezes: separou uma pilha de discos, chegou no balcão e disse: “- eu quero levar”.
O Richard, amigo meu e vendedor da loja naquela época mandou na lata: “- não são para vender. São para alugar.”
Michael não entendeu nada e insistiu umas duas vezes, recebendo mais duas negativas. Nessa altura, eu tava rindo pra caraio! Não acreditando que o cara estava negando discos piratas pro Michael Jackson!!!
Mas não teve jeito. Michael saiu de mãos abanando. E a história virou uma lenda na Spider por um bom tempo.
Mesmo assim o Richard tomou um esporro do Wolmar que não se encontrava no momento.
Hahaha!!
Abs!
C.
hahaha! sensacional! jacko na spider? essa eu não sabia!
não sei o que daria mais galho, vender ou alugar o piratão!
abs,
Porque ler o Globo se, com um funcionráio só, existe o Urbe?
muito boa essa história do jacko!!!
mas aí, achei o shadow melhor que o b boys. talvez por causa da canseira dos dias anteriores, não sei.
pô, shadow mandou muito…
esculachou.
Tô um pouco com o Carlos. Sem dúvida, o URBe fez uma das melhores coberturas do Tim Festival. Normal. A cobertura dos grandes veiculos foi muito fraca, muito mais a serviço da divulgação da marca do patrocinador. Vamos ver se pro ano que vem, com esse exemplo do URBe, a imprensa ‘independente'(odeio esse termo!) ganha mais espaço e respeito da produção do evento.
Parabéns, xará!
excelente resenha!
instituto melhor show de rap nacional? vc nunca viu show do racionais não?
nunca vi os racionais ao vivo não, marlon, só em vídeo.
de qualquer maneira, estava me referindo a parte instrumental do instituto (como disse na resenha, acho o formato DJ+MCs um tanto cansativo) e nesse quesito, pra mim, eles são os melhores.
abs,
então, eu discordo mesmo, acho sim o formato banda do instituto cansativo: domado, obedecendo aos cânones de “músicos”. sem ofensas, um som bem do bunda mole, que só fazia algum sentido com o sabotage cantando. acho mesmo que esse formato banda serve sim pra domar a forma musical ao gosto da classe média. isso nem é ruim, mas acho que é fato. tem muita coisa interessante e dinâmica no meio do mercadão do rap nacional, acho que vale mais a pena. obrigado pela atenção, abraços.
entendo e respeito seus pontos, marlon. mas, no final, estamos falando de gosto, né?
particularmente, não levo a coisa como competição. se tivesse que escolher entre Instituto e Racionais, prefiro OS DOIS!
abs,
bruno.
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
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