joca vidal Archive

segunda-feira

23

abril 2012

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Anthrax e Misfits na Fundição

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O Joca foi conferir a noite do metal na Fundição e mandou o relato pro URBe:

“Enquanto boa parte da comunidade headbanger se descabelava e comia o pão que o diabo amassou no fracassado festival Metal Open Air, no Maranhão, os cariocas que curtem um som pesado – e não são poucos – estiveram em peso (desculpe, não resisti…) neste domingo, véspera de feriado, na Fundição Progresso, para testemunhar duas lendas vivas do thrash/punk metal e que tem mais de 30 anos de atividade: Anthrax e Misfits.

“A fila antes dos portões abrirem já dava uma pista do que seria a noite: casa cheia (por volta de 2.000 pessoas), predominância do sexo masculino e de camisetas pretas (como sempre!) e nenhuma confusão, empurra-empurra e afobamento, o que comprova que o público que suporta o heavy metal aqui no Rio é mais civilizado do que pensamos. Seria “culpa” da não-renovação da cena? Não percebi muitos jovens na platéia, pelo contrário, vi muita gente beirando os quarenta e que frequentavam os shows de metal na década de 80.

“O Misfits iniciou os trabalhos depois de uma banda de abertura que não despertou muitas atenções. O trio americano, que atualmente conta com Jerry Only no baixo e vocal (na banda desde 1977), Dez Cadena na guitarra (um dos fundadores do Black Flag) e Eric “Chupacabra” Arce na bateria (da lendária banda californiana Murphy’s Law), estava na cidade para divulgar seu último trabalho, “The Devil’s Rain”. Apesar do som embolado no início, o que é de costume na Fundição, o grupo mandou ver, não deixando a peteca cair em nenhum momento e levando ao êxtase grande parte do público que cantava as músicas e vestia camisetas com a tradicional caveira que caracteriza a banda (a “Fiend Skull”).

“Sem vir ao Brasil desde 2005, o Anthrax entrou com uma postura mais animada, refletindo rodas de pogo, invasão de palco e moshs tímidos. Com uma formação que remete a discos clássicos como “Among The Living” e “Persistence Of Time”, a banda que praticamente criou o thrash metal está excursionando com ninguém menos do que o vocalista Joey Belladonna, considerado uma “lenda” pelos headbangers. O carismático guitarrista Scott Ian, o poderoso batera Charlie Benante e o baixista Frankie Belo – que não parava um minuto – completavam a escalação, que também trazia o guitarrista Rob Caggiano, que entrou no grupo no começo dos anos 00.

“Privilegiando canções do último álbum no começo da apresentação, o elogiado “Worship Music”, o Anthrax – uma das bandas que faz parte do Big Four – enfileirou petardos como “Caught In A Mosh” e “Antisocial”, passando por “Got The Time”, “Among The Living” e “Be All End All” em 1h45m de show. Canções mais antigas também satisfizeram a platéia, que correspondeu positivamente ao ouvir pérolas como “Death Rider” (do primeiro disco “Fistful of Metal”, de 1984, pela primeira vez tocada no país), “Madhouse” e “Metal Thrashing Mad”. A supresa ficou por conta de “Refuse/Resist”, do Sepultura, já nos acréscimos, ao lado dos hinos “I’m The Man” e “I’m The Law”.

“Bela iniciativa da Fundição em realizar esse show, comprovando que dificilmente o público deixa de comparecer a eventos dedicados ao heavy metal, principalmente quando há bandas clássicas no line up. Estamos torcendo para que mais shows desses aconteçam na cidade com regularidade.”

Foi também? Diz aê o que achou.

quarta-feira

8

fevereiro 2012

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Jocasan, “Sons do Uruguay” (mixtape)

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Viajante habitual do país, Joca montou uma mixtape com os sons do Urugaui.

Não é de hoje que a música uruguaia faz minha cabeça. Desde 2005 que tenho acesso a ela, mas foi depois que vi o grande show de Jaime Roos no Teatro Solis em 2007 que comecei a colecionar e procurar mais coisa. Decidi reunir nessa compilação algumas músicas que representam um pouco dessa cultura e pesquisa. Aqui você ouve ritmos uruguaios como murga e candombe mas também pop, rock, instrumental, fusion, entre outros universais. Boa viagem!

Ouçamos os sons do vizinho do sul.

As músicas:

Durazno y Convención – Jaime Roos (Repertorio – 1997)
Mejor Con Vos – Francisco Fattoruso (The House Of Groove – 2007)
Chau – No Te Va Gustar (Por lo Menos Hoy – 2011)
007 (Se Duerme) – Abuela Coca (El Ritmo Del Barrio – 2001)
Antidoto – Julieta Rada (Single – 2012)
Pregunto El Gallinero (FUNK – 2010)
El Viejo – La Vela Puerca (De Bichos Y Flores – 2001)
Rompan Todo – Los Shakers (Bonus Tracks – 2005)
La Mama Vieja – Nicolás Arnicho (Batuques y Batidas – 2007)
Goldenwings – Opa (Golden Wings – 1976)
Dame Un Besho – Ruben Rada (Miscelánea Negra – 1997)
Ruido De Camiones – Pablo “Pinocho” Routin (Peligro De Murga – 1998)
Let’s Stay Together – Rey Tambor (Palo Y Mano – 2007)
Silence Please – Juan Pablo Chapital (Fotografia Silenciosa – 2011)

terça-feira

26

outubro 2010

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Hoje tem: lançamento do livro "DJs"

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Aproveitando o lançamento do livro, uma entrevista com os autores Frederico Coelho e Joca Vidal:

URBe – Como surgiu a ideia desse livro? Qual a motivação?

Fred – A ideia do livro surgiu quando a Fernada Gentil, editora, me procurou para pensar em uma série del ivros sobre música para sua nova editora, a Circuito. Sugeri três títulos e o escolhido para iniciar essa coleção musical foram as entrevistas com DJs cariocas.

Joca – O Fred chegou com a idéia e o projeto em andamento. Eu produzi as entrevistas que estavam faltando e sugeri nomes, como o do David. A motivação principal foi fazer um registro da história de cinco DJs que começaram há alguns anos e que ainda continuam na ativa.

Qual o objetivo do livro? Iluminar a profissão ou discutir aspectos específicos?

Fred – O objetivo do livro foi um pouco dos dois: iluminar o trabalho de DJs (principalmente mostrar como se trata de um ofício nos dias de hoje, como qualquer outro) e trazer para o público alguns aspectos específicos desse cotidiano, como a questão das condições de trabalho para quem vive de festas no Rio de Janeiro, a formação da carreira e as alternativas profissionais do Dj (produção, trilha sonora, discos).

Joca – O bacana foi ter a possibilidade de eternizar o trabalho destes cinco DJs. Mostrar até mesmo para a nova geração quais as maiores dificuldades da carreira de DJ e ter um exemplo prático de como é ainda ser DJ depois de tantos anos nesta profissão.

Como foi feita escolha dos entrevistados?

Fred – A escolha se deu através de um recorte entre inúmeros possíveis que dê conta de um panorama amplo dos Djs cariocas. Nado Leal, Maurício Lopes, Marcelinho da Lua, Nepal e David Tabalipa não só representam quase todos os gêneros possíveis na pista (faltou um Dj especializado em reggae, por exemplo), mas suas próprias trajetórias, de certa forma, contam a trajetória da noite carioca desde que o Dj tornou-se personagem principal das festas e da cultura noturna carioca. Poderiam ser muitos outros, porém o grupo reunido tem história e, de certa forma, fez história nesses últimos vinte anos.

Joca – Esse grupo tem muito em comum, como a amizade, o público, a pista de danca, o profissionalismo. Se pegássemos um outro DJ aleatório e que não conhecesse muito bem os outros DJs acho que não daria o mesmo impacto. Um DJ que ficou faltando nesse livro foi o Markinhos Meskita, que também faz parte dessa turma, mas que atualmente mora em Brasília, o que dificultou a entrevista.

Como anda a profissão atualmente?

Fred – Pela minha perspectiva pessoal, acho que a profissão vai muito bem, tem status, todas as festas e eventos precisam de ou demandam DJs, os equipamentos estão cada vez mais acessíveis etc. Porém, por isso mesmo, criou-se uma incrível disputa por espaço em que o DJ não precisa mais ser um profissional reconhecido pelo mercado de festas. Criam-se festas diariamente, com Ipods e softwares de mixagem. Todos, de certa forma, podem ocupar o espaço do DJ de festa. Por isso que a profissão talvez tenha que cada vez mais investir na polêmica dupla repertório/técnica para se diferenciar dos que tem repertório porém tocam de forma precária ou os que ficam treinando em casas por meses técnicas de mixagem, porém não tem cultura musical. Creio que todos podem ser DJs, sem problemas, mas nem todos podem exercer a profissão do DJ de forma completa, trabalhando diariamente com as demandas da área. Uma coisa é você tocar no fim de semana com os amigos, outra coisa é você viver disso, ter que ocupar toda sua semana com festas e eventos para ter um salário legal no fim do mês.

Joca – Acho que essa ‘banalização’ da profissão tirou o espaço de muitos DJs que tocavam profissionalmente, não só aqueles que trabalhavam em clubs, mas os que também ganhavam a vida tocando em festas particulares. Hoje em dia todo mundo conhece algum DJ e o ‘preço de tabela’ acabou desabando, já que muitos tocam de graça ou por merreca. Teve também a troca de geração , que veio com tudo e a noite carioca mudou muito nos últimos anos, dificultando ainda mais.

Qual futuro da profissão atualmente, quando qualquer um com um iPod se acha um DJ? As pessoas tem percepção de são coisas diferentes?

Fred – Citando a resposta anterior, acho que o ponto é exatamente esse: quem toca músicas em sequência numa festa é DJ? Ou DJ é uma profissão definida pelo uso técnico de equipamento musicais na construção de uma dinâmica sonora? Uma coisa é ter bom gosto musical e tocar músicas em festas sem compromisso com o dia-a-dia da profissão do DJ, outra é você viver 24 horas batalhando por espaços, produzindo faixas, fazendo remixes, conversando com produtores etc. No caso de caras como o Da Lua, ele ainda tem a carreira musical, produz seus discos, faz turnês etc. O DJ de Ipod (e não vejo nenhum problema em quem é DJ assim, acho que tudo é valido) não é DJ no sentido profissional do termo. Aliás, o debate entre técnica e repertório é intenso entre os próprios DJs. Talvez o futuro da profissão seja uma maior especialização técnica do DJ, deixando de ser menos glamour (que faz com que nomes famosos queiram ser DJs eventuais) e tornando-se mais profissional no sentido de carteira assinada, garantias sociais etc. Mas nas festas sempre vai ter lugar para tudo, já que a organização e a escalação de quem toca nelas são feitas quase sempre de forma amadora, entre amigos. O problema para o DJ, como os que foram entrevistados, é justamente serem nivelados por baixo junto aos Djs de fim de semana. E isso quer dizer perder espaço para concorrentes midiáticos ou perder valor de mercado – leia-se cachê. Mas isso é um debate longo entre os próprios DJs e o acesso cada vez maior que a tecnologia dá para as pessoas sempre renovará esse debate.

Joca – Eu acho que essa nova geração não dá o mesmo valor para DJs mais antigos, que estão na cena há muito tempo. Hoje em dia o hype é ter uma amigo da mesma idade que é DJ for fun. Se ele toca com ipod ou cd ou disco, tanto faz. O lance é que a pista “bombe” e a galera saia satisfeita. Eu acho que o futuro da profissão pode ser cada vez mais sombrio para a maioria dos DJs das antigas, que vão se fechar em seus nichos ou parar de tocar. O grande lance será buscar novos meios de renda e/ou se especializar cada vez mais. O que vai prevalecer é um mercado mais informal, quase de gueto mesmo, e cada vez mais festinhas particulares para pouca gente.

Quais os proximos planos? Podemos esperar um “DJs” vol. 2?

Fred – Acho que sim. Eu e Joca achamos que um DJ merece um livro só dele, com longas entrevistas: Maurício Valadares. Quem sabe não convencemos a editora?

Joca – O Edinho daria um bom papo. Eu gostei da experiência e tô pronto para novos desafios. Eu e Fred vamos nos reunir depois do lançamento para discutir os próximos passos. Tenho vontade de fazer um documentário também.

segunda-feira

14

abril 2008

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URBe, 5 anos: a festa

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E lá se foi a festa de 5 anos do URBe.

Eu não fui (obviamente, por estar morando em Londres), mas o Joca Vidal foi e disse que foi sensacional! Fala aê, Joca!

Banda Leme
fotos e texto por Joca Vidal

A chuva londrina que começou a cair as 18h30 anunciava que estava chegando perto da hora da festa. Afinal, festa do URBe sem chuva não é festa URBe!

E como já está virando tradição (não por nossa culpa), o início também deu uma atrasadinha de leve e cada DJ teve 15 minutos a menos de discotecagem. Além disso, não foi possível a participação do VJ João Simi por problemas técnicos.

Falando em “de leve”, foi o próprio que abriu os trabalhos às 23h10, com sua Banda Leme, junto dos boa-praças Flu e Luciano. De Leve já havia feito uma participação na festa do ano passado, no show de estréia do João Brasil.

Mostrando suas novas composições, o trio estava bem a vontade na pequena pista do Clandestino. Talvez seja o fato de estarem quase tocando “em casa”, já que o local é bem perto da divisão entre Copacabana e Leme. Fazendo jus ao recente destaque na revista Rolling Stone, a Leme botou a galera para dançar, principalmente com seu hit “Nadadora”.

Gabriel Thomaz

Em seguida, Gabriel Thomaz entrou na cabine e só saiu depois de aquecer a pista com uma deliciosa mistura de rock oldies de várias partes do mundo, chegando até a flertar com electro e breakbeats.

Lucas Santtana

A pegada continuou com Lucas Santtana, que aprofundou seu set na música eletrônica e mashups em geral, culminando sua apresentação com uma falta sentida na noite, a de João Brasil (lembrado com “Quero fazer amor”).

PedroSeiler

Pedro Zila fez a transição com a “Dança do Quadrado” e manteve o pique no melhor espírito CALZONE de ser, misturando rock com eletrônica, soul e funk. Impressionava pelas boas mixagens, arrancando gritinhos na pista (rarara!).

Diogo_Reis

Diogo Reis finalizou com chave de ouro o agito, com seu repertório único de space disco e grooves diversos. Agradou quem aguentou dançar até ás 4 e pouco da matina.

Gostaria de agradecer as pessoas que enfrentaram a chuva e forma prestigiar a festa. Os comentários na pista foram 100% positivos! Que venha 2009 e os seis anos do URBe!

sexta-feira

11

maio 2007

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URBe, 4 anos: a festa

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fotos e vídeo: URBe, Joca Vidal e Carol*

Mais um ano, mais uma festa, mais uma noitada e tanto. As festas do URBe são sempre bem diferentes uma das outras, principalmente pela escalação das atrações. Só tem uma coisa que é sempre igual: na noite da festa, chove.

Nessa edição, trocou-se o 00, casa das três primeiras festas, pelo Pista 3. A mudança não teve nenhum motivo especial, além da vontade de experimentar novos ares. Num lugar menor, prestigiaram a comemoração os leitores e os amigos, sem tantos “curiosos”, como das outras vezes.

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Ménage à Trois

Mantendo a tradição de se respeitar os horários divulgados na filipeta ao máximo, o show do Ménage à Trois abriu a noite com apenas 25 minutos de atraso.

Letícia Novaes (vocal), Donatinho e Pcatran (ambos comandando uma parafernália de teclados, bases e efeitos) mostraram, para os felizardos que chegaram cedo, a força da “resposta carioca ao Cansei de Ser Sexy”, como ouviu-se comentar durante a apresentação.

Enquanto Donatinho e Pcatran chamam atenção com ótimas bases — com destaque para as intervenções do filho do João Donato no teclado e em sua bateria virtual, controlada através de um joystick wi-fi do Nintendo Wii — é Letícia quem se destaca no trio.

Perfomática, a cantora/atriz/roteirista/show woman lança frases aparentemente desconexas, pedindo chupadas no umbigo e juntando a letra do seu potencial hit, “Fuck music”, com “Sexy back” (Justin Timberlake) e “Promiscuous girl” (Nelly Furtado), com a voz alterada por filtros, sobre uma batida de funk.

O BPM das músicas talvez seja muito baixo para as pistas de dança, local que parece adequado para as apresentações do trio. Acelerando as bases e ajustando as folgas, o Ménage pode ganhar mais pressão e ter um caminho surpreendente pela frente.

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A expo

A anunciada exposição “5 anos de palco”, de Joca Vidal, infelizmente acabou não acontecendo. Por problemas técnicos no projetor, a instalação criada pelo fotógrafo e curador da expo, Lucas Bori, não pode ser montada.

As fotos do Joca seriam projetadas em oito telas brancas presas na parede. Cada uma dessas telas exibiria cerca de quatro fotos diferentes, alternadamente, numa solução prática e criativa para a limitação de alguns arquivos digitais.

Tentaremos montar a exposição nessa quinta (17 de maio), no Cinematéque, quando haverá o show do Lucas Santtana & Seleção Natural. Assim que (e se) estiver confirmado, aviso aqui.

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MauVal

Num momento de honra para o URBe, Maurício Valladares assumiu os toca-discos quando a festa já estava cheia. MauVal desorientou a pista, como ele gosta de dizer, tocando de Coltrane a Curtis Mayfield.

Ouvi dizer que Maurício não havia levado discos “de pista”, porque pensou que iria abrir a festa, como se isso tivesse sido algum problema. Não fez a menor diferença. Foi uma discotecagem educativa e quem ouviu aprendeu um bocado. Só pérola.

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em cima: João Brasil e as PSG; a festa
em baixo: o público se diverte; Marcos Mion e João Brasil

Grande atração da noite, o mito João Brasil fez sua aguardada estréia nos palcos. E bota aguardada nisso. Seus novos fãs da MTV, Marcos Mion e cia, vieram de São Paulo especialmente para cobrir o acontecimento e as Pet Shop Girls causaram frenesi no Pista 3.

Abre parênteses.

Antes de mais nada, cabe aqui um adendo. Esses dias perguntaram se, apesar de muito legal, a cobertura dos passos do João não estaria um tanto excessiva no URBe. “Parece que ele é seu amigo”, disseram.

Já falei isso aqui, mas para evitar qualquer disse-me-disse, não custa relembrar: João é meu amigo sim, desde os 12 anos de idade. Além disso, minha produtora de vídeo fica no mesmo sobrado que o seu estúdio.

Nada disso, no entanto, interfere na quantidade de espaço dedicado ao João no URBe. Mesmo porque, ele não é meu único amigo que trabalha com música e nem todos eles passam por aqui. Se o que João faz não fosse genuinamente interessante, o URBe estaria falando sozinho. E, pelo que se vê, não é o que acontece.

Fecha parênteses.

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Voltando ao que interessa, João Brasil começou a milhão. Após a entrada ao som de “Carmina Burana” e uma vinheta exaltando a si mesmo, João abriu com “Baranga”, à pedidos da equipe de MTV, dançando com as loiras do programa Mucho Macho, enfiado num roupão de oncinha e de óculos escuros.

Não foi uma má idéia começar com seu grande sucesso. Com o público ganho, João emendou “Supercool” e contou a espetacular história do pau molão, para delírio dos presentes.

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Cantandoao vivo, João tocou teclado em algumas músicas, soltou as bases através de um laptop e os samples pelo midi.

Lidando com seu público cara-a-cara pela primeira vez, João falou bastante. Nervosismo de primeiro show, normal. O público entrou na onda, atendo o seu pedido e entoando “pau molão! pau molão!” entre todas as músicas.

Vieram “Elisa”, “O carnaval acabou com meu fígado” e a inédita “Cobrinha fanfarrona (ela vai te pegar)”. “Monica Valvogeu” teve direito a sample da jornalista e surpreendeu quem nunca tinha ouvido tão bela declaração de amor.

Brasil incluiu no repertório o mais recente sucesso internético, “VTNC”, de autoria desconhecida, que voou por e-mail essa semana, se consagrando em apenas três dias.

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Na parte final, João convidou seu ídolo De Leve, apresentando-o como seu rapper favorito, para juntos cantarem “Mamãe virei capitalista” e “O que que nego quer”, essa última do MC de Niterói e que tem base de João. Ao vivo, os dois funcionaram ainda melhor que nas gravações.

O encerramento triunfal veio com o bis de “Baranga”. Jogo ganho de goleada, João partiu pra festa com tudo e nunca mais foi visto.

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URBe SS

Com a pista fervendo após a catarse provocada por João Brasil, botei som por uma hora. Começando com “Pela orla dos velhos tempos” (na versão de Lucas Santanna) e partindo para “Outsiders” (Franz Ferdinand), “First gear” (Rapture), “Phanton” (Justice), “Zdarlight” (Digitalism), “Gravity’s rainbow (Soulwax remix)” (Klaxons), “Paris” (MSTRKRFT) fechando com “Fluorescent adolescent” (Arctic Monkeys).

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Mustache DJs

Na sequência, Filipe Raposo representou o Mustache DJs, desfalcado de sua metade, Breno Pineschi. E tome space disco, disco music e outros sacolejos, até as 3 e pouco da manhã, quando a pista continuava cheia.

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DJ Babão

Encerrando a festa, o DJ Babão deu um show de mixagens. A precisão de Babão é assustadora, virando músicas a cada minuto e meio, sempre acertando e fazendo a pista gritar.

Único da noite a tocar com vinis, Babão misturou “Tive razão” (Seu Jorge) com uma base de hip hop, “Bizarre love triangle” (New Order) com “Hollaback girl” (Gwen Stefani) e tocou a versão funk de “Sending all my love” (Linear) e “It’s automatic” (Freestyle).

No saldo final, a Letícia perdeu o casaco, o João os óculos, o Pcatran o suporte do teclado e muita gente perdeu a linha. O que só comprova que a jogação foi quente, a mais divertida festa do URBe até hoje. Ano que vem tem mais.