sexta-feira

13

fevereiro 2004

0

COMMENTS

O Globo, 13/02/2004

Written by , Posted in Imprensa

Dibob_foto_Lucas Bori.JPG
foto: Lucas Bori

Matéria sobre o Dibob que escrevi para o Rio Fanzine (O Globo).

———-

Dibob pega uma onda diferente

Bruno Natal Especial para o Rio Fanzine

O Dibob tinha tudo para ser apenas mais uma bandinha de punk rock. Mas não é. O grupo se destaca das outras bandas porque foge completamente dos estereótipos do underground carioca. A atitude dos quatro moleques do Leblon está mais próxima dos surfistas da nova geração do que do perfil padrão dos músicos independentes. Por isso, fisgaram outro público e trouxeram para seus shows a turma da praia, normalmente ausente do circuito alternativo.

Em menos de dois anos, Dedeco (voz e guitarra), Gesta (baixo e voz), Miguel (guitarra) e Falcon (bateria) pularam dos saraus de colégio para apresentações lotadas no Ballroom e no Sérgio Porto.

— A banda é uma brincadeira que passou dos limites — explica, rindo, Miguel. — Nossa demo saiu do nosso círculo de amizade, caiu nas mãos de uma outra galera e, a partir daí, as coisas começaram a caminhar sozinhas.

No final de 2003, o Dibob foi abrir um show do Skank e do Titãs, em Aracaju. A banda chamou a atenção da BMG e acabou de gravar o disco de estréia, produzido por Marcelo Sussekind, que deve chegar às lojas em março.

A maior parte das letras é sobre relacionamentos, com uma pequena diferença: sai o tradicional “eu te amo e vou morrer se não tiver você” e entra “eram quatro da manhã, via duas de você / um é pouco, dois é bom, é assim que vai ser” (em “Se perde”). Os outros títulos dão uma boa idéia dos temas: “Pau mandado”, “1 x 0 eu” e “19 anos”.

Nos shows, é normal escutar 200, 300 pessoas gritando todas as letras. Guardadas as proporções, parece até uma banda grande.

— Falamos das coisas que nós vivemos. Noitadas, confusões com namoradas; todo mundo tem um pouco dessas coisas — diz Dedeco.

As influências vão dos ídolos Los Hermanos e NOFX, passando por Chico Buarque e Blink 182.

No entanto, eles não gostam de tocar música dos outros.

— A única que tocamos é uma versão do funk “Venha comigo”, do Nélio & Espiga, feita em cima da levada de “Girls just wanna have fun”, da Cindy Lauper — conta Gesta.

A banda vem tomando o tempo dos integrantes e tem ficado cada vez mais difícil para os quatro surfistas freqüentarem as direitas do Pontão ou a calçada em frente ao BB Lanches. A tendência é piorar, mas isso não importa, eles estão decididos a se dedicarem à banda.

Se até agora as coisas foram acontecendo meio sem querer, imagina querendo…

Bruno Natal é jornalista e faz o zine eletrônico URBe.

Deixe uma resposta

Deixe uma resposta