O ano não acabou
Written by urbe, Posted in Resenhas
Parece que listas de melhores do ano sempre são fechadas antes ha hora. Tá certo que faltou essa categoria alguns textos abaixo, mas se tivesse sido perguntado “qual foi o melhor set de 2005”, a pergunta teria vindo cedo demais. Sexta a noite, espremido entre as apresentações do Turbo Trio, Instituto e Guru, praticamente ignorado por boa parte do (pouco) público, tomando cerveja do lado de fora, Mike Relm fez o melhor DJ set de 2005.
Para resumir, pode-se dizer que Relm mistura hip hop underground com rock, boas doses de turntablismo e referências cinematográficas. O japinha americano exibiu uma técnica pefeita no comando de três toca-discos (um deles plugado num laptop, via Final Scratch ou similar) e um DVJ, fazendo colagens absurdamente bem ensaiadas e uma seleção musical de encher qualquer pista.
No melhor estilo “DJ de casamento” (se esses conseguissem avançar no repertório), as pedradas eram variadas e vinham de todos os lados. Quem foi a Circo Voador ouviu versões de Jimmy Hendrix (“Fire”), White stripes (“Seven Nation Army”), Chemical Brothers (“Let forever be”)acapela da Björk sobre um pancadão, tema do desenho animado Snoop, Dr. Dre (“Nuthin’ but a G thang”), Led Zeppelin, Rage Against The Machine (“Bulls on parade”), The Cure, Outfield (“Your love“, aquela do refrão I just wanna use your love, toniiight…) e uma versão MONSTRA de “Billie Jean”, do Michael Jackson, num back-to-back assustador.
Essas versões são a base do trabalho de Relm, tendo inclusive sido lançadas na compilação “Radio Fryer” e mostradas ao vivo no DVD “Suit yourself”. Tudo, aparentemente, sem autorização. Em seu saite oficial, o repertório do disco vem acompanhado de um aviso: “a maior parte dos nomes foram alteradas para proteger os inocentes”, antes de títulos como “Seven Nation Billie”, “Looking for a New Order”, “Jimi Handtrix” ou “Bust This Teen Spirit”.
Utilizando um DVJ (equipamento que toca DVDs como se fossem discos, possibilitando, por exemplo, scratches na imagens), Relm dá conta ainda do telão, utilizando trechos de filmes (como a clássica cena do espancamento da impressora de “Office space”, pro aqui traduzido porcamente para “Como enlouquecer seu chefe), clipes das músicas tocadas e mensagens em através de cartelas escritas a mão, inspirado no clipe de “Subterranean homesick blues”, do Bob Dylan.
Encerrando, Relm tocou uma versão de “Imagine”, pedindo pra platéia levantar isqueiros e acompanhar a letra no telão. Meio mela-cueca, porém dentro do contexto.
Ah, sim, teve o tal do Guru também. Deve ser aquele cara fanfarrão que tocou por último, cheio da marra, chamando gente da platéia pra porrada e que foi vaiado sem parar. Papelão.
ah, nesse mesmo dia conferi o show do dalua, “tranquilo”, no Rival, mais cedo. showzão, com direito a ótimas participações de donatinho e donatão, black alien… Mas (me) causou revolta como o som soava ruim (a qualidade final de áudio, tudo embolado, mal mixado e estridente), e não sei dizer se por limitações técnicas da casa ou do operador da mesa… Perguntei isso pro operador e ele apenas me olhou com cara feia e virou as costas. Operador 1 X som da casa 0… 😉
Lucio K | Email | Homepage | 30-12-2005 04:08:31
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Logo nos 10 primeiros minutos de show, algum pitboy muito do mal educado puxou o fio do mic do guru, num ato dos mais desrespeitosos já vistos por mim em um show. Isso tiraria qquer um do sério, mas não chega a justificar chamar pra porrada e criar um clima ruim. Guru se vendeu, hj é cheio de gangsta shit; apareceu nos 90 com uma idéia original mas hj faz hip hop mainstream com direito a todos os clichês do gênero (como aquelas vozes de ratinho que tão na moda. aaaargh! 😉 Veiga e salazar não vira e nunca vai virar no rio de janeiro. O público daquele som insosso deve estar em algum lugar entre SP e Buenos Aires.
Lucio K | Email | Homepage | 30-12-2005 03:50:44
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lamentável a apresentação do Guru, que chegou visivelmente drogado… a voz dele nem saía direito. qto ao mike relm, vc disse tudo. o cara ABALOU!…. achei constrangedor o papelão que fizeram o VEIGA & SALAZAR passar, em sua primeira apresentação no RJ. pena…
Joca | 19-12-2005 11:15:16
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Denis, A frase estava mal escrita, faltou dizer que estava espremido entre Instituto, Turbo Trio e Guru. Consertei, valeu pelo toque. O Veiga e Salazar era pra ter sido a banda de apoio do Guru. Por algum galho, não foi isso que aconteceu. Abs,
Bruno | Email | Homepage | 18-12-2005 15:41:44
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Ivi, Lá no Circo Voador, me disseram que ele tocava hoje, domingo, outra vez no Vegas. Mas é melhor confirmar, se você estiver em São Paulo. Abs, Bruno.
Bruno | Email | Homepage | 18-12-2005 15:40:38
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Onde ele vai tocar em SP domingo? nao era sabado no Vegas? To louca pra ver o set dele, todo mundo falou super bem. grata pela info
Ivi | 18-12-2005 13:57:34
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Muito bom o show desse japinha. Muito bom mesmo! Lo fi nu break dub. Não faço a menor idéia do que é turtabilism, mas deve ser irado! Momento auge: versão Rage Against e DRE! O show dele não foi antes do Instituto. Depois dele tocou Veiga e Salazar. E esse Guru é preseperaço. Acho que só gostou dele o pessoal do hip-hop que acha que vive no Bronx. O Marechal improvisando esculacha esse Guru. Mas como ele é gringo neguinho paga-pau. Não vi ele chamando a platéia pra porrada, sai depois de 40 minutos de show dele.
Denis | 18-12-2005 05:01:29
Essa frase vai ficar na mente Lúcio K.
“Veiga e salazar não vira e nunca vai virar no rio de janeiro. O público daquele som insosso deve estar em algum lugar entre SP e Buenos Aires.”
abraço e nosso público esta em algum lugar do RIO ,longe dos seus olhos …PAZ
veiga, vc tem razão em ficar chateado. E eu não tenho como justificar minha atitude desrespeitosa. Um vacilo mesmo, de falar minha opinião pessoal em um site como se tivesse numa roda de camaradas. Assumo o erro e o preço do erro, seja qual for.
Deixo registrado que esse tipo de desparate, apoiado por um preconceito meu que tambem assumo ter tido, não vai se repetir, a respeito de vcs ou de qualquer outra banda que eu particularmente não seja fã.
Lucio K
nao esquenta em dar a sua opiniao porque musica e isso mesmo, cada um gosta de uma coisa. Concordo que o japa quebrou tudo. O Guru realmente e um presepero e tava bicudo mesmo, so deu brecha. Por isso nao tocamos com ele, e aquele que se intitula o produtor dele, aquele maluco tinha que ter apanhado(Solar), que mane. Gostaria que vc tivesse visto o show em SP com o Guru que segundo comentarios foi melhor que o show dele com dj.
Valeu.
Salazar