Nos trilhos
Written by urbe, Posted in Resenhas
fotos: Joca Vidal
Depois de tocar em Brasília e São Paulo, o Zion Train fez a parada final da turnê brasileira no Rio, no Teatro Odisséia.
O evento estava marcado para as 21h, com aviso na filipeta de que os shows começariam as 23h. Privilegiando os que chegam tarde, era quase 1h da manhã quando a primeira atração da noite, Digitaldubs, subiu ao palco. Isso em pleno domingo, porque desrespeito pouco é bobagem.
Digitaldubs e Ras Bernardo
O DD apresentou o seu “dub show”. Esse é o mesmo formato responsável por algumas das melhores atuações do grupo (no Humaitá pra Peixe ou abrindo para o Mad Professor, no Circo Voador, ambas em 2005), com Nelson Meirelles tocando baixo, MPC comandando os efeito e pouca gritaria dos MCs convidados.
O bom repertório de linhas de baixo e efeitos, as participações econômicas dos cantores e a prioridade dada a sonoridades acachapantes em vez da estridência do dancehall, fez o DD sacudir os presentes como se fossem a atração principal. É inexplicável esse não ser o show padrão deles.
Logo em seguida, foi a vez do produtor Neil Perch e do MC Dubdadda, mostrar a força do som do Zion Train para platéia carioca. Sem o acompanhamento da banda e dos vocais com o qual a banda excursiona pela Europa, coube a dupla representar o grupo inglês.
Com pouco equipamento — apenas um laptop, uma mesa de som e dois periféricos de efeito — Perch preferiu uma calmaria antes de espancar o público com graves nunca antes ouvidos no Teatro Odisséia. Suando pacas, Dubdadda tinha apenas o microfone pra falar de política, amor, sobre o Brasil e agitar o público. Era o suficiente
Sem tocar músicas dos seus discos, apenas improvisações ao vivo, Perch foi aumentando a pressão aos poucos. Do dub chapadão passou para as misturas com o house que fizeram a fama do Zion Train.
O bpm continou subindo, atingindo seu melhor momento no terço final do show, quando a batida steppers (marcada por uma levada militar, típica do dub inglês) finalmente surgiu. Cristiano Dubmaster, do DD, ainda fez uma participação especial.
Horas antes, Neil Perch deu entrevista e liberou a filmagem do show para utilização no documentário “Dub Echoes“, que, se demora a sair, fica cada vez mais rico em imagens e depoimentos.
No final, um drum n bass violento, com sample de “War in a Babylon” (Max Romeo, produzida por Lee Perry), encerrou a festa, com promessa de retorno do Zion Train. É esperar pra ver.
Deve ter sido um showzão! Mais força pro Dub echoes.
O Zion Train só com os dois já arrasou, imagina só a banda toda! Foda!! Showzaço!!
É xará, a coisa tá feia. E, pelo visto, não é só no Rio. Só para aproveitar o seu espaço e falar que essa questão da falta de respeito dos produtores musicais está sendo tratada também pelo sobremusica nesse momento, com uma matéria chamada “Cadê o público??!!”, sobre o descaso de uma produção fraca no show do Dado Villa Lobos semana passada. Esse texto está disponível tanto no sobremusica, quanto no Overmundo. E tem gente comentando. É preciso que algo seja feito. Está cada vez mais ridícula a situação. Infelizmente a discussão iniciada no blog do Jamari, que teve sua repercussão também no URBe, parece que morreu. Tá todo mundo insatisfeito, tanto quem “produz”, como quem consome. Não é possível que não haja uma força de vontade em se equalizar eses interesses, que são tão convergentes. Vamos manter o tambor na rua e bater forte. Não dá pra ficar olhando isso tudo parado.
Forte abraço,
Uma pena…Fui e saí antes de tudo começar.
Fiquei muito puto com a falta de respeito com o horário!
Eram quase meia noite e o DD ainda estava esperando a casa encher pra começar a tocar… Porra, num evento domingo, chovendo, em que a atração principal nem é o DD, os caras ficam esperando a casa encher…pera lá!
Fui embora…Uma pena queria ter visto, mas se continuasse estaria me agredindo e prejudicando minha segunda e toda minha semana.
Até quando as casas e os artistas da cena carioca vão continuar desreipeitando horários e o público? To cansado disso!
Foi mal aê os palavrões e o desabafo, mas, realmente, foi foda! E ainda queriam que eu pagasse a entrada, tá…
ainda bem que não fui. UMA HORA DA MANHÃ EM PLENO DOMINGO CHUVOSO?
eu hein…
po! queria muito ter ido! mas deixe eu entender uma coisa, a casa so encheu depois da meia noite? se a casa so encheu depois significa que o publico tb so gosta de chegar tarde e ai a culpa nao eh do produtor mais da cultura geral de shows no rio, tanto por parte dos produtores quanto dos artistas quanto do publico….
quanto ao DD tb curto essa formacao do humaita sem muitos mcs e mais dubzeira instrumental…..tava muito afim de ver os ingleses tb….
Só pra fazer coro, também tive de sair antes do fim do show do ZT.
Realmente tá complicado. Mas como disse o Lucas, o publico já esta escaldado e maior galera chega bem mais tarde que o anunciado. Mas até quando isso vai durar? Deixo de ir a vários shows por isso.
Só espero que na amanhã no 00 não seja assim, ok Bruno?
ph, os horarios na filipeta da festa nao sao a toa. nas duas primeiras foi tudo cumprido a risca. amanha nao deve ser diferente.
quanto a questao do publico chegar tarde, pra mim eh porque jah se sabe que o show nao comeca na hora. se comecasse, as pessoas chegariam.
quero ver eles com banda.
sobre o horario, é culpa da producao, unica e exclusiva. se avisarem que comecara na hora e comecar na hora a galera chega. e se nao chegar, vai aprender na marra.
Concordo com o pedro e com o bruno. Os shows tem que começar na hora e pronto. As pessoas aprendem na marra.
Olhe, aqui no Rio é comum os shows começarem sempre muito tarde. Para mim que trabalho muito e sou mãe de duas crianças é ótimo, pois sempre dá para ver os shows que eu gosto, do contrário perderia todos. Mas em geral o atraso é de uma , no máximo duas. Realmente, anunciar para 21 e começar após a meia noite já é um pouco demais. Porém o show foi maravilhoso, pena para quem perdeu. Bisou.
blza! na marra!
quem comeca?
bruno a bola ta contigo!
ué, eu já comecei. tô sempre falando disso e cheguei no odisséia as 22h.
abs,
Bruno, te provoquei apenas. Você sempre levantou a bandeira da questão do horário nos eventos aqui no Rio.
Logo mais, tudo no horário e só alegria.
Abs.
PH
o horário de entrada do digitaldubs realmente foi um pouco “atrasado”, mas o show estava marcado ás 23h e começou 00:10. 21h era a abertura da casa…
esse problema de horários vem desde muito tempo, e em alguns casos a culpa é dos produtores, em outros da propria banda e em outros do proprio publico, que fica tomando cerveja mais barata lá fora e só entra qdo a banda sobe ao palco.
foi isso que aconteceu no domingo. também tinha que trabalhar na segunda, mas pra ver o zion train e participar de toda aquela celebração eu resolvi chutar o balde e ficar assim mesmo!
sou jovem e tenho que aproveitar a vida… um domingo só ficar acordado até tarde não faz mal á ninguem…
Fala,
Estou entrando meio tarde na conversa mas queria deixar a minha opinião. Cheguei as 23:20h no show porque eu liguei para a casa (Odisséia) e me informaram que o show começava as 23:30h – certo. Fiquei pelo menos 15 minutos na fila esperando para entrar – errado. Tinha só umas 10 pessoas na minha frente mas eu acho que o atraso foi mesmo por causa de nomes na lista de convidados – mais uma vez errado. A entrada do show era 25 conto, não acho caro, mas por que os shows em Sp e Brasília foram mais baratos? – outra vez errado. O Odisséia está com uma promoção que dá desconto na entrada para o motorista que não tiver nenhuma bebida alcólica na cartela – certíssimo. O show só começou as 24:15h – errado. O DD realmente arrebenta com essa formação – certo. Apesar de muito bom o show, em alguns momentos fica meio arrastado – errado. Zion Train, finalmente no palco, desfalcado de um banda, quem viu o Easy All Star tocar no Circo sentiu a diferença – errado. O show foi uma pedreira, Neil Perch e o MC Dubdadda arrebentaram, muita pressão – certo. Tive que ir embora antes do show acabar porque a minha mulher já dormia em pé e afinal era 2 da matina de domingo – errado. Placar total: 7 x 4. O errado ganha mais uma vez de lavada na night do Rio de Janeiro. Tomara que as coisas melhorem.
Abs.
muito bom, cumpadi. bizú.
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
falaurbe [@] gmail.com
Seções
Arquivos
Posts recentes
Comentários
Tags