Metá e tal
Written by urbe, Posted in Destaque, Música, Resenhas
Com tantos elogios de pessoas tão diferentes, fui conferir o Metá Metá ao vivo pra ver se batia, coisa que os discos não fizeram. Fui pra gostar. É indiscutivelmente muito bom, tecnicamente sobretudo. Entendi o motivo de tanta empolgação em torno da banda.
Pra mim pareceu alguma coisa como Cabruêra meets Criolo Lagos–Manguetown inna freejazz style.
Tudo soa muito calculado, certinho demais, o que não seria uma questão se a proposta não parecesse ser exatamente livre. O onipresente afrobeat (do qual, ao menos, o Metá Metá apresenta uma uma reinterpretação e não o mero pastiche que tem se escutado em 98% dos “influenciados”). Tenho trauma dessa escola MPBzística de vocal (é algo nos trejeitos, nos vocalizes, não consigo nem expressar direito, é uma sensação) e muita preguiça de solo de sax.
É muito bom, mas não senti muita sinceridade espontaneidade no lance. Ficou meio macumba pra turista, experimentação universitária. Achei chato, só isso. Isso nem é uma resenha, só um relato mesmo. Entendo quem gosta, nem perde tempo xingando.
Acho do caralho, mas o clima do Studio RJ fez o negócio ficar meio esquisito mesmo. Lembro de pensar exatamente na expressão “macumba pra turista” ao perceber toda a turma do posto nove (inclusive eu) sacolejando como se fosse habituée dos terreiros da Zona Norte. Esse descolamento, contudo, não tira o poder da parada. Afropunk freejazz de respeito.. Pra mim, justifica o hype.
melhor e mais sincero que cícero.
Vc prefere maçã ou picanha?
Em todo caso, eu vou trocar essa palavra, questionar a sinceridade não é justo.
prefiro cerveja. hahaha
só comentei/provoquei por causa dessa questão da sinceridade mesmo. achei, digamos, um “absurdo” dizer que o trabalho deles é macumba pra turista sem sinceridade e, ao mesmo tempo, gostar de um disco totalmente wannabe que é esse segundo do cícero.
nem sou dos maiores fãs do metá metá, gosto um pouco porque me lembra os afrosambas do Baden.
P.S.: ah, e esse comentário aqui embaixo é meu também, pode apagar se quiser. mandei duas vezes porque pensei que não tinha ido.
Wannabe eu acho que ambos são, não?
acho que não.
ouço o Metal Metal e acho um grande disco de quem gosta e conhece de música afro.
ouvi o Sábado e achei um disco feito SÓ pra causar estranheza no público dele.
mas esse é só seu gosto.
Engraçado, acho justo o contrário. Bom ou ruim, o Cícero fez um disco pra agradar ele próprio e é isso que espero de um artista. O Metá Metá me parece seguir uma espécie de “livrinho de regras”, um “certo e errado”, pra fazer o som “correto”. É daí que, apesar de achar bom – e chato – não vejo espontaneidade. Tanto é que a maior parte que ouço em defesa da banda tem a ver com a fórmula, não com o resultado: “cara, é afro punk no terreiro de macumba”,como se a equação por si só devesse sustentar o som.
tudo é uma questão de gosto.
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
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