Lollapalooza Brasil 2013
Written by urbe, Posted in Destaque, Música
Se tivessem me dito a escalação do Lollapalooza Brasil 2013 antes do anúncio, teria descartado as especulações por um simples motivo: dinheiro. Só os cachês das atrações principais seriam o suficiente pra quebrar um pequeno banco (ainda mais considerando o péssimo hábito dos festivais brasileiros de pagar até 10x mais caro que o resto do mundo por essas bandas).
É portanto de se tirar o chapéu que os produtores tenham conseguido reunir tantos nomes graúdos. Sim, como andam dizendo por aí, a escalação está “muito 2008” (a começar pelo vídeo de divulgação), só que é isso que pega por aqui, mesmo com a rede, ainda há um “atraso” entre os mercados (e bota aspas nisso, já que lá fora sequer se sabe do que é feito por aqui).
Outra reclamação é de que tem muita figurinha repetida, o que é outra besteira. Desde quando banda só pode tocar no país uma vez? É ótimo que as bandas voltem mais vezes, é assim nas principais praças do mundo. É desejável que assistir um show da sua banda favorita seja corriqueiro, não um acontecimento fora do normal.
Para o público resta coçar o bolso e pagar 900 reais para assistir o festival inteiro. Se é um preço justo, injusto, é uma longa discussão, mas que é caro pra dedéu, ah, isso é. Sempre curioso saber como se reúne dezenas de milhares de pessoas para pagar um valor desses. Vamos ver.
http://youtu.be/tFObGyslF-0
Eu achei o lineup bom. Pena que eu tô com a sensação que ele não fala comigo como falaria dois anos atrás, ou não – o bolso agradece.
Pra todo Iron Maiden tem seu público fiel, então repeteco de bandas é perfeitamente cabível. Só me incomoda um pouco pois o mercado de shows por aqui ainda não é tão grande, então fica a sensação de “podia rolar uma novidade”. Mas com os artistas trazendo alguma novidade, acaba sendo bem-vindo do mesmo jeito.
Enfim. Curti o line-up mas não tô com disposição para pra tirar o escorpião do bolso.
Ps.: Já pode mandar a listinha de quem eu quero ver no Rio?
Pode mandar, hahaha!
Bruno, dá pra sonhar com um QOTSA ou Black Keys no Queremos? 😀
Sonhar dá né… 😉
ô meu deus…
“Para o público resta coçar o bolso e pagar 900 reais para assistir o festival inteiro. Se é um preço justo, injusto, é uma longa discussão, mas que é caro pra dedéu, ah, isso é. Sempre curioso saber como se reúne dezenas de milhares de pessoas para pagar um valor desses. Vamos ver.”
Demanda reprimida, mercado “virgem” e uma das maiores disparidades socio-econômicas do planeta. Um país em que a classe-média-über-cool tem salários acima dos 4 mil reais e pode se dar à essa ‘stravaganza’. Isso, sem contar, que os ingressos são subsidiados via lei de incentivo à cultura (renúncia fiscal) ao invés de verba de marketing de empresas interessadas em investir em projetos de marketng.
Respondi a pergunta?
Abraços, concordo com 80% do seu texto!
Sei disso tudo, Guto. O que pra mim só piora. Com a quantidade de incentivo fiscal e patrocinios, teria que custar mais barato, nao mais caro. O que me espanta é que de fato exista tanta gente que possa pagar isso.
Pois é, Bruno.
Agora, já viu a farra-do-boi que são os eventos em geral aqui no Rio que utilizam essa lei de incentivo à cultura? Existe um certo festival de música eletrônica que acontece junto ao carnaval que prefiro nem comentar…
Agora, é um festival de alcance nacional. E a gente mora num país de coronéis, né… O dinheiro está mais centralizado no sudeste, mas a classe-média do norte/nordeste, onde a disparidade de quem tem e quem não tem é ainda mais assustadora, pode arcar também.
É super-complicado isso. Adorei essa sua manifestação.
Grande abraço.
Levando em consideração que um show da Feist custa R$280,00, o Lollapalooza ta de graça, num cenário utópico, são míseros R$15,00 por show já num realista assistindo 15 shows o ingresso custa R$60,00. São contar com toda a atmosfera (para o bem e para o mal) que um festival proporciona. No geral não é tão ruim assim, vai de gosto e de bolso. Quem não gostou “vai toma um suco tranquilo”.
Bruno e Guto, eu entendo vocês e concordo na maioria dos pontos, principalmente no preço dos ingressos. Porém, eu assisti a coletiva e 85% dos ingressos foram meia-entrada de forma que o preço “abusivo” tem que contemplar essa perda que existe. Também, sabemos que fazer uma carteirinha no Brasil é mais fácil do que comprar pão, dificultando a posição da empresa que tá organizando.
No mesmo tom, lembra-se que o preço de 300 reais possibilita a experiência de mais de um show, aliás, uma gama enorme de conteúdo e entretenimento (diferentemente de: Lady Gaga, Maroon 5, Madonna, Iron Maiden por exemplo).
Fiquei assustadoe me perguntando o porquê e vim a entender a situação, no mais vale lembrar que não há lei de incentivo à cultura que ajude muitos festivais, já trabalhei com isso e sei o quanto uma empresa “pena” para conseguir entrar, se quer, no “breakeven”.
Finalmente, me diverti com o Lineup, nada surreal mas uma gama de atrações diverisificadas e consistentes, principalmente porque algumas bandas ressurgem com shows “inéditos” ou “novos” ao país.. Vê-se que tem uma linha de raciocinio e foi pensado, só me dói a probabilidade de alguns shows caírem no mesmo dia. De resto, eu pago 150 (meia) mais do que isso, fatalmente não.
Concordo Thomaz – e sei bem as questoes de produção e custos de um show internacional, por conta do Queremos! – e fazendo a conta é claro que faz sentido. Só estou falando que em valores absolutos, desembolsar 900 pratas é pesado. É mais caro que os três dias do Coachella, por exemplo.
Considerando que MUITA gente vai pagar meia, R$450,00+ 20% por 3 dias tá ótimo. Qq show aqui no Rio é uns 60 / 80 pra uma banda só. Claro que se fosse mais barato todo mundo sairia lucrando, mas como o povo compra de qq jeito, então os produtores aumentam mesmo.
O RIR custava R$300 por dia e lotou, shows da Madonna e Gaga por R$600,00 e esgotado. País Rico é País Sem Pobreza, só não me avisaram.
Eu queria ver o Hives sozinhos, mas em festival eles arrebentam, então vou por isso. Se calhar de outras bandas que gosto estarem no mesmo dia será melhor.
Com essa grana, dá pra ver o Lolla no Chile! Não dá não?
Haha.
somando taxa dá 1080. Parece que no Chille sai por 1100 marromenos. Mas lá são dois dias de festival, apenas.
sinceramente to achando caro não.. (dentro da atual realidade de shows do Brasil) … Rock in Rio foi 300.. qualquer show de banda gringa custa uns 150 .. 200 pra cima.. vide Feist que vai custar R$ 280 no circo….
140 no Circo, basta levar doação. Só quem quiser pagar 280 paga esse valor.
Bruno, não tirando o mérito do Queremos, mas assim é fácil criticar o Lolla por utilizar renúncia fiscal e cobrar caro no ingresso. Todo mundo sabe que não existe mais a meia-entrada. Todo produtor dobra o valor necessário para fechar a conta devido a lei dos 50% para estudante. Na realidade cada consumidor paga 100% do ingresso apresentando uma carteira de estudante e quem não apresenta paga 200%. Por incrível que pareça, hoje a pessoa que não é mais estudante e não falsifica uma carteira por ser honesto e opta por pagar o preço cheio, está sendo “roubado”. O consumidor que honra as leis infelizmente é punido por esse sistema corrente. Por isso hoje em dia banalizaram os 50% com doações, filipetas, roupas, etc. Até elogio ao caixa está servindo para pagar meia. Então, errado por errado, tanto do Lollapalooza quanto do Queremos, a realização de shows e festivais vai acontecendo pisando nas nossas nas nossas próprias cabeças.
O problema da meia entrada é, como se diz, mais embaixo. O governo criou um benefício com o dinheiro dos outros, deu o desconto mas não dá nenhum tipo de ajuda, nem fiscal, para quem produz os eventos. Isso é que está errado.
Se for parar pra pensar na situação e nos preços dos shows no Brasil, eu acho o preço “razoável”, o line-up tá ótimo. O pessoal de São Paulo é sortudo. Mas pra quem mora no Rio como eu e tá muito afim de ver, além do ingresso e 20% + frete, ainda tem os gastos extras. Sai um absurdo no final. E quem não mora em capital então… Bom, eu tenho fé no Queremos. Principalmente por um repeteco do Two Door. E um The Hives? Mas o que vier é lucro, haha!
Imagina na Copa…
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
falaurbe [@] gmail.com
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