O incêndio no Morro dos Cabritos e o Twitter
Written by urbe, Posted in Urbanidades
Os grandes veículos de imprensa sequer noticiavam o incêndio gigantesco que lambeu o Morro dos Cabritos, na Lagoa, Rio, quando no Twitter surgiam as primeiras imagens e o assunto era bastante comentado. Foi da rede social que veio a informação de que o fogo foi causado por um balão.
Um dos pontos mais abordados entre os usuários era justamente a demora dos portais de notícia em falar do fogo. O cheiro de queimado já havia se espalhado por diversos bairros até o triste assunto finalmente surgir nos canais de notícia na TV e na rede, com um atraso de mais de hora — e sem imagens.
Da mesma janela de onde fez o registro mais comentado do Rio saindo do apagão ano passado (e também de uma tempestade se formando), Tiago Lins novamente foi rápido. As imagens aceleradas do fogo, ainda no início, se alastrando pelo morro foram divulgadas pelo Twitter no início da madrugada. Está se espalhando tão rápido quanto o fogo, transformando-se, outra vez, no principal flagrante da desgraça.
A velocidade alucinada das informações no Twitter não são novidade. O saite já havia demonstrado força no dia da morte de Michael Jackson, no baile que o Lei Seca RJ deu na CET-Rio no dia do dilúvio no Rio ou mesmo na recente brincadeira do “Cala Boca Galvão”.
Nesse contexto, é impressionante que sua importância ainda seja colocada em questão. As dúvidas medrosas só poderiam mesmo vir de representates do velho formato.
sigma.cptec.inpe.br/queimadas/material3os/queimadas_ed_viana.pdf
Consultem o site e vejam o pode ter provocado os incendios no estado do Rio, bem como outros pelo Brasil a fora. Dos 04 incendios no Rio de ontem para hoje 03 estão localizados nas Brs, 116 e 393, conforme mapa do INPE e do DNIT. Sds, Edmar
É, Bruno! Vi da janela do meu pai, em Botafogo. Sinistro.
mas como o assunto é a capacidade das redes sociais de informar rapidamente, lembro de um fato que aconteceu quando eu era editor do portal do jornalista Sidney Rezende, em 2008. Na época, teve aquele terremoto em SP. Eu estava na rua, jantando. Assim que acaba o Jornal nacional na TV do restaurante, a repórter Tatiana Rocha, que trabalhava conosco, no Rio, me liga dizendo que teve um terremoto em SP. Eu questionei, afinal o JN tinha acabado há um minuto e eles nem mencionaram nada. Ela falou que as pessoas que ela segui na Twitter que moravam em SP tinham postado, ao mesmo tempo, o tremor. Moral da história: demos a primeira nota sobre o terremoto antes do Uol e da Globonews.com. E tudo porque tínhamos uma colega twitteira. Confesso que na época mal sabia o que era. Sabia apenas da existência.
Daqui a pouco, se uma informação demorar mais do que 5 segundos para cair na rede, já é tempo demais. As pessoas vão se descabelar, reclamar que demorou muito.
Na boa, exagero demais. Os jornais demoraram uma hora pra publicar e você já acha que demoraram muito? Caraca!
Olha, o Twitter é uma ótima ferramenta, mas vamos com calma. O mundo está se tornando um lugar muito frenético, exageradamente rápido. Reclamar que os jornais demoraram uma hora pra noticiar é muito exagero e muita afobação pra querer saber notícia. Uma hora não é nada. A noção de tempo distorceu-se de tal maneira que eu fico assustado. E ainda reclamar que não tem imagens? Nossa, que fetiche doido por rapidez e por imagens. Bom, é o mundo de hoje.
Bons pontos, Rodrigos. Mas não acho que seja uma questão de uma coisa contra a outra, twitter vs midia tradicional. O que quero apontar é a demora em se adotar uma ferramenta que é uma realidade. É a Veja dar uma capa tentando denegrir o Twitter e no mesmo dia acontecer algo assim. Também não curto a correria pela correria. No entanto, a velocidade, em muitos casos, pode ser uma aliada importante. Poderia ter ajudado no caso do incendio, e ajudou muito no dia da enchente.