sexta-feira

27

julho 2007

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Festival Indie Rock, dia 2

Written by , Posted in Resenhas


Lúcio Maia
foto: URBe Fotos

Tudo borrado. Assim foi o show da Nação Zumbi, ontem no Circo Voador. Em uma situação pouco usual, como banda de abertura da noite, os recifenses fizeram, sem a menor dúvida, a melhor apresentação do festival.

A situação se explica. Originalmente, a Nação Zumbi não participaria do festival. Vieram substituir o Mombojó, que cancelou sua participação devido a morte de um dos integrantes, o flautista O Rafa. A noite também contou com os catárticos Móveis Coloniais de Acaju e com o The Rakes.

Os poucos que chegaram cedo tiveram a chance de assistir um show da Nação bem perto do palco sem ter que ficar espremido na multidão. Diferente de outra clássica apresentação da banda no Rio — a esporrenta e enxarcada apresentação no TIM Fest 2003 — o show foi pra trás. Denso. Bem enfumaçado.


Nação Zumbi,
“Maracatu atômico” + “Quando a maré encher”

Os clássicos da banda surgiram em arranjos diferentes do que costumam ser tocados, a maior parte em andamentos bem mais lentos que o normal.

“Rios, pontes e overdrives” ganhou intermissões de uma guitarra carimbó, “Maracatu atômico” surgiu com uma linha de baixo totalmente diferente. A tradicional participação de Toca Ogan nos vocais veio em forma de um dub acelerado, com ecos e delays pra todo lado.

É a banda se despedindo da auto-entitulada “psicodelia em preto-e-branco” de “Futura”, seu mais recente trabalho. Foi um show especial não apenas por isso, mas também por ter sido uma escapulida do estúdio, onde estão gravando o novo disco (já batizado, mas ainda segredo), com produção de Mario Caldato Jr.

Enquanto a banda deixava o palco, Lúcio Maia, como se estivesse à frente do seu Maquinado, fuçou a pedaleira até transformar uma nota de guitarra em uma sirene hipnótica.

É o aviso. A Nação provavelmente está prestes a confirmar, novamente, porque é a melhor banda do Brasil.

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