sexta-feira

9

junho 2006

7

COMMENTS

Ela voltou

Written by , Posted in Resenhas

LH_Circo_2006.jpg
foto: Dávila Pontes/divulgação

Terça-feira, o Los Hermanos comemorou o show de número 500 da carreira. Foi festa pra poucos, apenas 2 mil ingressos, 2/3 da capacidade total do Circo Voador, foram colocados à venda. Prática, aliás, que poderia se tornar praxe. Mais do que isso é um exagero, que faz bastante gente não conseguir sequer ouvir o show, como foi o caso da Nação Zumbi, na sexta passada.

Os fãs, claro, compareceram, afinal faz tempo que o LH não toca pra um público tão “pequeno” no Rio. A arena e as arquibancadas abarrotadas, universitários em sua maioria, berrando as letras, parece emular o clima dos festivais da canção. Ou pelo menos, pela faixa etária, a descrição que se conhece desses festivais.

Quem vai a um show do Los Hermanos hoje, sai de casa com essa idéia na cabeça: “vou cantar todas as letras, bem alto”. Essa catarse coletiva passou a fazer parte do espetáculo, tanto é que a banda deixa espaços e mais espaços nas letras, virando o microfone para frente para o público completar.

Além do vocal, fica difícil também ouvir os detalhes das músicas, mesmo num show para um público reduzido. É muito bom pra banda, imagina-se. Mas é também uma pena pra quem gostaria de ouvir o Los Hermanos, e não o seu público, tocando.

annajulia.jpg

Depois de um show que enfileirou as músicas do “4” e mais algumas de “Ventura” e do “Bloco do eu sozinho”, a surpresa veio no bis. “Anna Julia”, a canção-chiclete que catapultou a carreira dos Hermanos e que raramente é tocada, abriu a parte final da apresentação.

O LH é criticado por alguns, dizendo que a banda nega seu maior sucesso. A verdade não é bem essa. Foi uma estratégia, uma maneira de não desgastar a banda ao ponto de ninguém mais ter paciência ou boa vontade de escutar o que quer que viesse depois de “Anna Julia”.

De vez em quanto a música aparecia em shows, geralmente no interior do país. De uns tempos pra cá, como indica as listagens no saite da banda, tem tido presença mais frequente no repertório. Ótimo, “Anna Julia” é muito boa, transcendeu estilos e foi regravada até por grupos de axé e sertanejo.

As férias forçadas parecem ter dado certo. Ao invés de insuportável, “Anna Julia” virou motivo de orgulho para os fãs. Como se fosse sinônimo de apresentação em que a banda está realmente à vontade, os celulares não pararam: “tá tocando Anna Julia!”.

Deixe uma resposta

7 Comments

  1. Rod
  2. PH
  3. Pedro

Deixe uma resposta para PedroCancelar resposta