quarta-feira

25

maio 2011

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Dias estranhos… Em que ano estamos mesmo?

Written by , Posted in Urbanidades

O dia ontem começou com a notícia do assassinato do casal de ambientalistas José Cláudio da Silva e Maria do Espírito Santo, no Pará, e terminou com a aprovação do Código Florestal e da emenda no congresso, em Brasília, anistiando quem desmata com jogadinhas jurídicas e semânticas tentando contrariar o óbvio.

No final de semana vimos o show de despreparo da PM de São Paulo durante o que era pra ter sido a Marcha da Maconha, transformada em Marcha Pela Liberdade de Expressão, uma vez que foi proibida pela Justiça do Estado – o que por si só já é um fato bizonho. Bombas, gás de pimenta, pancadaria, uma covardia só.

Esse ano ainda tivemos políticos dando aumentos surreais para eles mesmos, querendo comprar carros de luxo com dinheiro público e faturar na iniciativa privada com sua influência, o Ficha Limpa ser posto na geladeira, assistimos o mercado imobiliário ensandecido e continuamos celebrando a ascensão da classe média baseado apenas em facilidade de acesso ao crédito, sem educação e todo o resto, o que é um grande erro.

Disse muito bem o Marcelo Rubens Paiva no excelente texto “A moda do reaça”: “Esta DiogoMainardização da imprensa e da pequena burguesia brasileira tem um nome na minha terra: má educação”.

Zé Cláudio, formado na escola da vida, mais precisamente a da floresta, achava que matar árvores é assassinato. Justo no dia que tantas foram assassinadas no Congresso, ele mesmo virou árvore. Sua execução recebeu cobertura tímida aqui no Brasil e um pouco melhor lá fora.

As ideias do bem só perdem, parece. É desalentador. A sensação é de não se saber absolutamente nada.

Um dia a floresta se vingará, engolindo todos nós. O mar já começou.

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  1. Rafael Mellin
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  3. Alexandre Fischgold
  4. anderson segall
  5. BrunoMais
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