Cruzes e listras
Written by urbe, Posted in Urbanidades
A Adidas emitiu um comunicado oficial (publicado por JP Cuenca em seu blogue) posicionando-se sobre a questão de ter promovido uma festa numa casa com memorabilia nazista.
Basicamente, a marca esquivou-se da polêmica, transferindo a culpa para produção do evento e para o dono do imóvel.
Realmente, o principal personagem nisso tudo é quem coleciona esse tipo de coisa. No entanto, isso não exime a empresa que ofereceu o evento de responsabilidade. Pode não ser apenas deles, mas é também deles.
Trata- se de uma gafe. Gigantesca, é verdade, porém é improvável que a marca alemã tenha propositadamente buscado um lugar com esse tipo de decoração para sua festa.
Qualquer um com o mínimo de bom senso há de concordar que buscar por sinais nazistas não é algo que cruze a mente de quem está procurando locação. Imagine o telefonema:
Produtor – Achei o lugar da festa! Conferi e não tem nenhuma memorabilia nazista.
Cliente – Boa! Estava preocupado com isso.
Quer dizer, a partir de agora o diálogo é até bem provável. Não era antes.
O assunto poderia ter sido tratado de maneira muito mais elegante, admitindo-se a infeliz confusão e pedindo desculpas. Mesmo que isso não diminuísse a gravidade dos fatos.
E achei isso tudo uma frescura. O dono da festa deve ser colecionador, deve ter coisa de comunas tb, por exemplo. O cara pode colecionar coisas da segunda guerra, e ter símbolos alemães, russos, frranceses etc. Por exemplo, se uma casa tiver algum objeto que remeta a família real francesa (católica) que matou 100 mil franceses (protestantes) no século XVI, o dono dessa casa é um monstro e se por acaso, eu for protestante, tinhaq me sentir ofendido e sair da casa? Exagero e frescura. E lembre-se, sou judeu, minha família é judia, morreram quase todos exterminados por nazistas e quem sobriu fugiu pro Brasil.
ô judeu,
não acho que o fato tenha sido exposto com objetivo de condenar o dono da casa (ainda que eu particularmente ache isso de um mau gosto enorme). o objetivo foi questionar como a produção de um evento desse porte (de uma marca alemã – coincidência essa que torna o fato ainda mais relevante e mais infeliz) – com lista de convidados tão selecionada e criteriosa, atrações musicais hypadas, comida e bebida liberadas – deixou passar um erro tão primário, tão bobo e que poderia ter sido evitado tão facilmente? como falei antes, a piscina até vai, mas os quadros?! gente, não teve um produtor que foi na locação, viu o quadro no camarim (que acredito tenha sido bem trabalhado para atender às necessidades das bandas) e pensou: “pô, nada a ver esse quadro nazista, acho que vou tirar daqui”. A suástica é um símbolo muito forte, que não esta presente na nossa vida todos os dias, então acredito que quando vc vai produzir uma festa e vê uma coisa dessas, o mínimo a ser feito é pensar que isso não tem nada a ver com o clime pretendido, que pode gerar problemas, desconforto em alguns convidados e que pode pegar mal pra marca (que, repetindo, É ALEMÃ!!). a produção demonstrou amadorismo e despreparo e é isso que está sendo discutido. erraram feio!
assino embaixo com o sou judeu. Acho isso tudo uma frescura.
Erraram, mas já rendeu demais essa história.
Ah, qual é, neofreyrianos , vocês é que são racistas, estão querendo relativizar o óbvio, o cara é nazista, foi pego com a boca na botija, tinha uma piscina com azulejos com suástica e agora aparece um viado para dizer que ele era um colecionador casual, qual é!