segunda-feira

13

agosto 2012

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Transcultura #091: Lucas Santtana // “Tropical Britannia”

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Meu texto da semana passada da coluna “Transcultura”, que publico todas as sextas no jornal O Globo:

Reconstruindo Lucas
Músicas do disco ‘Sem nostalgia’, de 2009, ganham versões remixadas em novo álbum

por Bruno Natal

Junto com a capa de “Remix nostalgia”, disco de reconstruções das músicas de “Sem nostalgia”, Lucas Santtana envia, orgulhoso, o link para tuitada do radialista e DJ franco-suíço Gilles Peterson, um dos principais divulgadores da música feita fora do eixo Inglaterra-EUA, classificando o trabalho como “acima da média”. Não é de hoje que Lucas chama mais atenção no exterior do que no Brasil, história comum a tantos bons artistas daqui.

— “Sem nostalgia”, de 2009, só saiu na Europa em 2011. Em abril fiz a turnê de lançamento por lá, 12 shows em sete países. Tínhamos que esperar isso passar para lançar o disco de remixes, que foi ideia do Lewis Robinson, dono do meu selo na Europa, Mais Um Discos. A intenção é sempre permitir que alguém conte a mesma história de outra maneira — diz Lucas.

Adepto do livre compartilhamento — o disco pode ser baixado gratuitamente —, Lucas não é estranho aos sons eletrônicos. Além de eventuais apresentações como DJ, ele costuma disponibilizar faixas abertas de suas músicas, que são os instrumentos usados em cada faixa isolados em canais de áudio independentes, para que possam ser sampleados e remixados por outros.

— O que me atrai na eletrônica são os timbres e a maneira de tocá-los nas máquinas. É bem diferente de tocar um instrumento. Isso faz com que exista o que chamo de cultura de pista, outra maneira de se fazer e pensar a música.

O time convidado para “entortar” as faixas inclui Tosca (projeto de metade da dupla Kruder & Dorfmeister), Deerhoof, Burnt Friedman, JD Twitch (metade do Optimo) e os brasileiros M. Takara e Rodrigo Brandão.

— Quem escolheu foi o Lewis, ele só me perguntava se eu aprovava as escolhas. O foco dele foi levar minha música para outros nichos. Os produtores curtiram muito o disco original. Na França ele foi eleito o disco estrangeiro de 2011 pelo jornal “Libération”. E ficou em sexto na lista da revista “Les Inrockuptibles”. E não estamos falando de categoria world music ou independente, era competindo com todos os lançamentos mundiais mesmo.

Sem nostalgia, Lucas mira na frente. Com lançamento marcado para setembro, seu disco mais recente, “O Deus que devasta mas também cura”, não deve demorar tanto para sair no exterior. A versão europeia virá com três músicas inéditas. Os remixes, espera-se, vêm na sequência.

Tchequirau

Finalmente se afastando dos mashups, João Brasil lançou um EP essa semana, como parte de sua participação no projeto Rio Occupation London. Em “Tropical Britannia” o produtor faz parcerias com Isa GT, Bumps, Moroka, Murlo e Rob Pollinate, experimentando com sonoridades do global ghettotech, post dubstep, UK funky, baile funk, tecnobrega, batidas quebradas.

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