rodrigo hermann Archive

sexta-feira

22

outubro 2010

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Belle & Sebastian @ Seattle

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“Get Me Away from Here I’m Dying”

Conquistando a concorrida vaga de correspondente do URBe em Seattle (foi dele o relato do show Arcade Fire por lá), Rodrigo Hermann enviou essa resenha da apresentação do Belle & Sebastian na cidade, pra ir esquentando para o show no Circo Voador, dia 12 de novembro:

“Antes de começar o blá blá blá do que foi o show, vou tentar explicar onde o Belle & Sebastian tocou, pra ver se cai a ficha do milagre que eles fizeram.

“Esqueça um ambiente minúsculo e acolhedor, transfira para um teatro gigantesco, palco oficial da Orquestra Sinfônica de Seattle. Esqueça a animação ‘tira o pé do chão’ do público brasileiro, que aplaude até atraso, transfira para um público frio do noroeste americano, confortavelmente sentado em seus assentos marcados. Esqueça banheiros sujos e cervejas de quinta, transfira pra um bar com drinks personalizados e um sistema de som de uma qualidade que nunca vi tão limpo.

Tudo isso criava uma sensação de assistir um espetáculo da maneira mais aristocrata possível. Começou assim. Acabou o oposto.

“Stuart Murdoch contou historias do seu peixinho dourado que gostava de baseball, agradeceu Seattle por não chover, foi maqueado pela platéia, dançou no meio da platéia, colocou o público pra dançar no meio do palco, dançou daquele jeito que só gente de Glasgow sabe, e junto com a banda fez com que todos levantassem o rabo de suas cadeiras e jogassem o ar de ‘sou- VIP’ pra escanteio, saboreando um pop leve como qualquer garotinha de 15 anos apaixonada.

“Não vou ficar dando setlist aqui, mas a versão de “Judy And The Dream Of Horses”é uma das coisas mais lindas que eu já ouvi na vida.”

É, vem coisa boa por aí.

sexta-feira

1

outubro 2010

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Arcade Fire @ Seattle

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O Rodrigo Hermann conferiu o Arcade Fire (banda que tanto adoro…) e conta como foi:

Começou assim:


Arcade Fire, “Ready To Start”

Seguido de uma sequência de tirar o chapéu com “Month of May”, “Keep the Car Running”, “Neighborhood #2 (Laika)” e “No Cars Go”.

O show em si nao fugiu muito do padrão e o máximo foi o sopro do Calexico (q abriu a noite) ajudando no final de “Ocean of Noise”. A platéia de Seattle também como de costume se mostrou meio parada e mais preocupada em ouvir a música do que de cantar junto. Vale lembrar que rolou até um puxão de orelha com um “You guys are too fucking polite” (“vocês são educados demais”), seguido do inicio pancada de “Neighborhood #3 (Power Out)”.

Se nos outros shows a banda explodia espancando suas percussões e correndo um pra cada lado, agora o ritmo é mais pausado lhe dando tempo pra reparar nos detalhes. A banda encarando o público de frente e randomizando uma linha de seis na frente do palco. O cenário com um telão de fundo formando uma encruzilhada de highways e outro à frente fantasiado de outdoor. Fantástico é pouco, o show é bonito demais.

E fique com “Rococo” seguido de umas fotos mequetrefes.

Obrigado, Rodrigo. Pra quem gosta, deve ter sido bom 😉

terça-feira

20

julho 2010

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A pós-produção de "Avatar"

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Direto da sede da Microsoft em Seattle, onde trabalha, Rodrigo Hermann escreveu pra contar como foi uma palestra sobre a pós-produção de “Avatar” e de como o Gaia, programa criado em parceria, ajudou a administrar a tonelada de Petabytes gerado pelo filme:

Cerca de duas semana atrás, aqui mesmo no URBe, apareceu um texto sobre o Fernando Meirelles e seus problemas com os meios digitais por conta do exagero de material gerado e a trabalheira/grana gasta na pós producao. Eis que do nada eu tenho a chance de assistir uma palestra com quatro dos diretores artisticos do “Avatar” sobre as tecnologias criadas pro filme e como dar conta da quantidade de material gerada. Coincidências da vida e óbvio presença obrigatória.

De cara, o vencedor dor Oscar Richard Baneham disse que o fluxo de produção mudou, e se antes a montagem só rolava na pós producao, agora ela era feita na hora. O resultado é que o grosso da cena fica pronto ali mesmo, e a pós producao fica mais responsável por fazer o refinamento.

Outra mudança assustadora foi saber que enquanto antigamente toda a parte de efeitos especiais entrava depois da atuação, agora isso também passou a ser feito em paralelo. Jim Cameron filma, vê na hora o resultado com o efeitos aplicados (uma versão, crua mas suficiente), tendo a liberdade de desde refilmar a cena até opinar na arte dos efeitos, como colocar um chifre na criatura ou tirar uma árvore que andava atrapalhando o enquadramento desejado.

Com essa resposta em tempo real, a câmera virtual se torna algo tão palpável que é possivel controlá-la no mundo real. Tente imaginar o diretor segurando um monitor com localização espacial no mundo virtual, e a cada passo a frente que o diretor dá a cena projetada no monitor também avança. Pronto, você tem uma janela pro seu mundo virtual sendo usada como câmera.

Agora, imagine que esse mapeamento real/virtual não precisa ter um relacionamento um pra um, ou seja, se o diretor treme muito a câmera pode digitalmente suavizar o movimento, se o diretor anda um metro pra trás a câmera pode multiplicar esse metro por dez, um efeito de grua pode ser gerado sem colocar o diretor à metros de altura, enfim, as vantagens de se ter acesso imediato do resultado final são tão absurdas que torna no mínimo cômico imaginar como antigamente o resultado só poderia ser visto semanas depois.

Claro que todo esse material precisa ser catalogado, armazenado, replicado, seguro e principalmente ser de fácil acesso. A quantidade de dados é absurda, afinal não são só as cenas que entram na conta, considere também os modelos daquele mundo virtual gigantesco, milhoes de texturas em dezenas de resolucoes, animações para cada uma das criaturas, trocentas outras coisas que vc nem imagina e você logo logo se vê tendo que arranjar um jeito de organizar cerca de um petabyte de
dados. O que o Fernando Meireles reclama em relação a quantidade de material é pinto perto do que os produtores do Avatar encontraram pela frente.

A solução encontrada foi criar um produto em conjunto com a Microsoft responsável só pra isso. Foram necessários cerca de oito meses pra se chegar numa versao usável do Gaia, e durante todo o desenvolvimento do filme o produto continuou tendo funcionalidades adicionadas a medida que novos problemas surgiam.

A conclusão óbvia é que se nao fosse esse avanço tecnológico “Avatar” não teria conseguido sair do papel. Agora, o mais importante disso tudo e talvez não tão óbvio assim, é que foi mostrado um novo caminho a ser seguido, um novo pipeline na produção. E se não há dúvida que “Avatar” foi um sucesso de público, também não resta dúvida que esse novo processo vai revolucionar a forma de se fazer cinema daqui pra frente.

terça-feira

24

novembro 2009

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Julian Casablancas @ Seattle

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foto e vídeo: Rodrigo Hermann

O Rodrigo, grande parceiro de Coachellas, e a Ana Sato conferiram o show de lançamento do “Phrazes For The Young”, do Julian Casablancas, em Seattle e contam como foi:

“Com um disco de 50 minutos, Julian até deu uma zoada enquanto olhava pro repertório: “So few options to choose from” (“tão poucas opções para escolher”). O show começou devagar com “Ludlow St”, mas não demorou muito para “River Of Brakelights” entrar e destruir. Enquanto a platéia largava as câmeras digitais e entrava na dança, a banda mostrava que manda muito bem (em especial o baterista e a menina da percussão).

“A primeira parte foi encerrada com uma versão de “I’ll Try Anything Once” (Strokes). Volta a banda e eles mandam o resto do álbum, mas talvez porque boa parte das mais agitadas já tivessem sido tocadas (“Out Of The Blue”, “Left & Right In The Dark”, “11th Dimension”) essa segunda parte não empolgou tanto. 45 minutos de show e lá se foi a banda, voltando pra um bis de uma música só, “Glass”.

“Show na medida. Perfeito pra um domingo a noite nessa friaca cinza de Seattle.”