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terça-feira

19

abril 2011

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Coachella 2011, acertando o passo (parte 1/3)

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Sunset
fotos: URBe (Instagram)
+ no flickr.com/URBeFotos e urbemicro.tumblr.com

O caos do ano passado foi uma visão triste. Filas por toda parte, dificuldade para assistir os shows, gente demais no lugar. Em uma de suas edições de atracões mais quentes (todo mundo estava tocando), o Coachella aparentava ter ficado grande demais. Ficou no ar a questão: valeria a pena voltar em 2011?

Mas… que outro festival do mundo tem esse sol, essa escalação e esse clima tranquilo (mesmo no ano do tumulto)? A praticidade conta e, chegada a hora (e “a hora” é meses antes da data), a esperança de melhora, confiando no histórico do evento, transportaram a mente até o deserto. Como se sabe, a mente decide, o corpo só obedece. Em abril, o destino era Indio.

Checkpoint

Com a proximidade do festival, as notícias eram boas. A organização arrochou a segurança para evitar invasões, aumentou muito a área do evento e redistribui as praças de alimentação, vendeu menos ingressos, diminui os convites, o credenciamento de imprensa e instituiu um controle mais rigoroso na entrada, com pulseiras com chips. Com a importância que tem hoje, o Coachella não poderia mais mesmo liberar entrada com ingresssos impressos em casa.

vista aérea / airview

A grande diferença em relação a 2010 foi a própria escalação. Num consciente passo atrás, o Coachella deu uma segurada no tamanho das atrações, ou na quantidade de nomes muito grandes. O que foi visto por alguns como enfraquecimento, provou-se uma decisão acertada. Era necessário esfriar as coisas um pouco.

ants / formigas

Quem já foi sabe, não adianta ler a lista de mais de 100 atrações e achar que conseguirá assistir tudo. frustração certa. No Coachella existem diversos caminhos e, uma vez escolhido o seu, é melhor esquecer todo o resto.

Como uma das coisas mais legais é a oportunidade de assistir justamente os shows menores, mais difíceis de se ver em outros lugares ou mesmo em casa, os medalhões não fizeram tanta falta. E olha que tinha bastante gente grande.

Foi muito bom ver o festival retomar o seu espírito inicial. Muita gente atrás de música boa, bem menos pessoas na badalação e a oportunidade de se poder assistir tranquilamente tudo que se escolhesse. Abaixo, um remix da cobertura por twiter, agora com bem mais do que 140 caracteres, que fiz das minhas escolhas (sem revisão, depois faço adendos, links e acerto os eventuais erros).

Dia 01
Black Joe Lewis & The Honeybears, Brant Brauer Frick, The Drums, Odd Future, Warpaint, Tame Impala, Lauryn Hill, Sleigh Bells, Black Keys, Kings of Leon, Emicida

A saga de três dias começou com o Black Joe Lewis & The Honeybears, pegando bem mais pesado do que o groove de sua música mais conhecida, “I’m Broke”. Com uma metaleira funk, o que se destacava mesmo eram os riffs de guitarra, fugindo das expectativas. Saindo de lá, ainda deu tempo de conferir o finalzinho do Brant Brauer Frick, filhotes de Kraftwerk tocando eletrônica.

The Drums
The Drums

Primeira atração mais conhecida do dia, o The Drums confirmou a fama de ruim de palco, com um show bem morno, apesar da força que o vocalista faz para emular Ian Curtis. O som brilha demais ao vivo, perdendo um pouco da introspecção. Ruim não é, só não empolga.

O que prometia empolgar era a polêmica molecada do Odd Future. Nomes da vez do hip hop (ao menos o undergrond), estava numa marra sem tamanho antes antes mesmo do show começar. Com 10 minutos de atraso (gigantesco para pontualidade do Coachella), xingando o técnico de som, entraram com um sub-grave chacoalhando a tenda aos gritos de “Wolf Gang! Wolf Gang!”.

O cenário estava promissor, não fosse o fato de não haver uma banda no palco (não que se esperasse uma) e a correria para pegar o Warpaint do começo. Quem também atrasou foi o Cee-lo Green, tendo tempo de cantar apenas quatro músicas antes do som ser cortado e sair sob reclamações do público.

Warpaint
Warpaint

O do Warpaint arrastou bastante gente para o palco aberto menor e fez valer a pena, com o primeiro bom show do Coachella. As harmonias vocais, com camadas de guitarras ao fundo, fazem delas um Fleet Foxes indie, com momentos delicados, hora lembrando The xx, hora o Explosions In The Sky.

Fez muito sentido uma banda só de mulheres no festival com um público de maioria feminina. É praticamente um desfile. Falando na mulherada, ia fazer vários vídeos com elas resenhando os show, chamaria “Hot Chicks Review Coachella”, com grande potenciarl viral. A preguiça não deixou.

Tame Impala. Showzão!
Tame Impala

O pôr-do-sol é o momento mágico do Coachella e o shows escolhidos para essa hora nos palcos ao ar livre são sempre especiais. Os do palco menor, mais aconchegante e melhor posicionado para o visual, costumam ser os melhores.

Não por acaso, foi justamente nessa hora e local que o Tame Impala fez o melhor show do festival. Falar em mistura de rock setentistas (Led Zeppellin, Floyd, Beatles, Cream, King Crimson) faz soar pouco inspirado, quase óbvio. O diferencial é o que os australianos adicionam.

Como se todas as influências passassem obrigatoriamente por um filtro pós-stoner (não esqueçamos que os garotos tem 20 e poucos anos, os anos 70 estão lá atrás), as guitarras se arrastas, enquanto o baixista olha para a bateria com um faminto para um prato de comida, mantendo o encaixe perfeito, e o vocal voando em efeitos pelo ar seco.

A chapação psicodélica debaixo do sol desértico foi uma experiência e tanto. Não poderia haver lugar melhor.

Duck Sauce
Sleigh Bells

Pausa para o almoço ao som da Lauryn Hill, bem disposta e com um bandão, mandando “Ready Or Not” e outros sucessos dos Fugees, antes de conferir o Sleigh Bells.

Ao vivo, a podridão da dupla faz muito mais sentido do que em disco. Com apenas a vocalista e um guitarrista em frente a uma parede de amplificadores Marshall, não sei qual dos dois soltando as bases eletrônicas, o Sleigh Bells abriu logo entregando as referências, ao som de “Iron Man” (Black Sabbath).

A blusa da cantora era uma réplica da 23 do Jordan no Chicago Bulls, com o nome da banda no lugar do jogador, dava mais senhas. Os anos 90 se (re)aproximam e o Sleigh Bells consegue ser ao mesmo tempo metal, hip hop e Miami bass, lembrando em vários momentos o NIN ou um Prodigy mais lento.

Prontinha pra estourar, até um hit mais calminho eles tem, uma fofurinha na onda de “Paper Planes” (M.I.A.) que não encontrei ainda pra escutar outra vez. Esse troço no Brasil ia ser bom demais.

No palco principal, o Black Keys fez um show correto, bastante prejudicado pelo som, baixo e falhando. O problema se repetiu em outros shows por ali, algo fora do normal para o Coachella.

KoL
KoL

De banda que mal sabia passar de uma música pra outra, a banda grande (com “super” telão, horrorendo, com todos os efeitos que o operador pudesse encontrar), fechando uma noite do Coachella, foi um longo caminho, no qual o Kings of Leon perdeu bastante do que a fazia interessante.

“Vamos tocar coisa antigas, estamos cansados das novas”, disse Caleb Followill, para melhorar as coisas. Assim, o show foi bem mais legal do que poderia ter sido e ainda acendeu a esperança de que o caminho poser atual possa estar com os dias contados. Quem sabe, com os bolsos cheios, talvez eles mesmos queiram retomar o caminho anterior.

Emicida
Emicida

Depois dos problemas com o visto, Emicida teve dor de cabeça na imigração, perdeu a conexão para Los Angeles em Atlanta, se atrasou e perdeu o horário do próprio show. Na hora marcada, a tarde, um DJ botava som na tenda Oasis.

Remarcado para as 23h30, a apresentação foi para uma dezena de testemunhas. Fora do horário – na realidade tocando num horário em que a tenda já deveria estar fechada – visivelmente incomodado com a situação, Emicida tocou para quase ninguém. Uma pena.

Fechando a noite, o Chemical Brothers atrasou mais de meia-hora (muitos atrasos, como se vê) e não deu pra esperar. Tinha mais dois dias da maratona pela frente e era preciso descansar. No caminho para o carro deu pra ouvir “Star Guitar”, alto pra cacete, uma belezura que só.

Daqui a pouco, a parte 2.

segunda-feira

18

abril 2011

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Transcultura #044 (O Globo): apostas Coachella 2011, Wado

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Meu texto da semana passada da coluna “Transcultura”, que publico todas as sextas no jornal O Globo:

O futuro no Coachella
Listamos dez emergentes nomes do festival que começa hoje nos EUA

por Bruno Natal

Não é fácil conseguir tocar em um dos mais influentes festivais de música do mundo. Ser escalado para o Coachella aumenta a visibilidade de muitos artistas; porém, essa é apenas metade da tarefa. Uma vez lá, uma banda precisa despertar a atenção do público, entre mais de cem atrações.

Na edição 2011, que acontece de hoje a domingo, no deserto da Califórnia, os brasileiros Emicida (com problemas com visto, não está confirmado), The Twelves e DJ Marky disputarão espaço com os arrasta-multidões The Strokes, Arcade Fire, Chemical Brothers, Kings of Leon, Kanye West e outros. Segue, então, uma seleção com dez nomes menos comentados do festival – e que podem fazer os melhores shows do evento. Afinal, quanto menos testemunhas, mais histórico.

1) Tame Impala: Sendo justo, os australianos também não estão exatamente escondidos no mapa, mesmo que ainda faltem muitos e muitos degraus até o topo. Psicodelia setentista de interferências oitentistas. Ouça: “Alter ego”

2) Menomena: Indie rock experimental (pode falar isso?), os integrantes trocam de instrumentos e funções em cada música, feitas num programa de computador desenvolvido por um dos integrantes. Soa mais complicado do que de fato é. Ouça: “Taos”

3) Brandt Brauer Frick – O Kratwerk ressucita após uma noitada disco. Ouça: “Bop”

4) Foster The People: Os vocais do MGMT, as bases do Passion Pit, ainda engatinhando, rock dançante e fofo, para agradar aos meninos e às meninas. Ouça: “Pumped Up Kicks”

5) TOKiMONSTA: Em tempos de hits comerciais, o hip-hop ainda pode ser instrumental. Na chapação do Flying Lotus, só que feito por uma mulher. Ouça: tudo!

6) Here We Go Magic: Mais uma do Brooklyn, mais uma banda dando o passinho à frente do chatoide nu-folk, adicionando sintetizadores e programação eletrônica. Ouça: “Tunnelvision”

7) OFWGKTA: É injusto dizer que o Odd Future Wolf Gang Kill Them All, muitas vezes chamado apenas de Odd Future, está sendo pouco comentado. O polêmico coletivo de hip-hop, formado por uma molecada californiana, vem sendo apontado como o que de mais diferente surgiu no gênero recentemente. Ouça: “Yonkers”

8) Mount Kimbie: Pós-dubstep, se é que existe algo assim. A dupla inglesa sai na frente, sem o apelo pop de James Blake. Ouça: “Before I move off”

9) Ramadanman: Com o iminente resgate dos anos 1990, a volta do drum ‘n’ bass é certa. A presença dos DJs Marky, Andy C e Hype na escalação do Coachella aponta que o retorno das batidas quebradas começou. Parte da nova geração, Joy Orbison também toca, assim como os primos do dubstep Kode9, Roska e Caspa. Destaque para o Ramadanman misturando as duas coisas. Ouça: “Don’t Change For Me”

10) Black Joe Lewis & The Honey Bears: O soul e o funk parecem mesmo eternos. Mais uma banda surge fazendo o dever de casa do mestre James Brown direitinho. Ouça: “Sugarfoot”

Tchequirau

Catarinense radicado em Alagoas e agora morando no Rio, Wado comemora os dez anos do seu disco de estreia tocando “O Manifesto da Arte Periférica”na íntegra, no Oi Futuro Ipanema, com participações do Momo (hoje), Domenico (sábado) e Kassin (domingo).

terça-feira

22

fevereiro 2011

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segunda-feira

21

fevereiro 2011

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Odd Future, “Sandwiches” (ao vivo com The Roots no Jimmy Fallon)

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Acompanhados pelo The Roots, os angelinos do Odd Future Wolf Gang Kill Them All fizeram sua estreia na televisão, no programa do Jimmy Fallon.

Mais conhecidos apenas como Odd Future ou OFWGKTA, o grupo é o centro das atrações do hip hop alternativo (bizarro como se precisa ressaltar o “alternativo”) nos EUA nesse começo de ano, se apresenta, com todos os integrantes e diversos projetos internos, no Coachella 2011.

segunda-feira

21

fevereiro 2011

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