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quarta-feira

15

janeiro 2014

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Os bons shows de 2013

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osbonsshows2013

Ironicamente, trabalhando cada vez mais de perto com show por conta do Queremos!, esse deve ter sido o ano que menos vi bandas ao vivo. Ainda assim, 2013 rendeu alguns momentos inesquecíveis. Em nenhuma ordem específica, fora o primeiro lugar.

As listas de discos nacionais, discos internacionais e destaques pessoais de 2013 já saíram, só clicar.

O show de 2013: James Blake (Hollywood Cemetery, Los Angeles)

Desde que vi o show pela primeira vez, no Circo Voador via Queremos!, fiquei com vontade de ver de novo. Demorou e valeu a pena, pois dessa vez ele já tinha um segundo disco. Como tantos outros artistas contemporâneos, o sucesso do disco de estreia do James Blake poderia ter parado por ali mesmo. Em vez de se repetir, ele foi além e, mais importante, conseguiu avançar sua obra. O show também mudou um pouco. Com um cenário de luzes, além das passagens introspectivas e dubsteps tímidos, há agora também uma parte mais pista. Soa mal, eu sei, mas é bem bom. Tudo isso num cemitério cinematográfico (quase literalmente, pois é utilizado como locação e abriga túmulos de diversos figurões de Hollywood), com a noite de pano de fundo. Ainda vi um terceiro show dele nessa mesma viagem, no Terminal 5, em NY, só que ceguei atrasado e perdi metade. Mesmo que tivesse conseguido ver inteiro, o de LA foi especial.

Kendrick Lamar (Lollapalooza Chicago)

“Como se todas as músicas do disco fossem sucessos de rádio, não teve momento baixo, foi em cima o tempo todo. A banda, completinha, reproduzia as bases de “Good Kid, M.A.A.D City” de maneira primorosa.”

Tame Impala (The Greek Theater, Los Angeles)

Passar um mês em LA não é nada mal. Porém, perder o Tame Impala no Circo Voador estava sendo doloroso. Por sorte, do Brasil os australianos foram para a Califórnia a tempo de conseguir vê-los numa das casas de show mais clássicas da cidade, o The Greek Theater. Cercado de árvores e com as músicas do segundo disco o show melhorou ainda mais e o telão – um osciloscópio – dá o toque psicodélico final. Fica faltando só um pouco de pressão e volume. Dá muita vontade de ouvir mais alto.

Atoms for Peace (Hollywood Bowl, Los Angeles)

Não é a toa que o Hollywood Bowl é um um palco cultuado. No alto de Los Angeles, no meio das montanhas, a arena ao ar livre e cercada de árvores é um espetáculo por si só. Assistir qualquer coisa ali deve ser legal, só pelo programa. Pra melhorar, cadeiras. Isso mesmo, um bom lugar pra assistir um show largado numa cadeira confortável, sem nenhuma cabeça na sua frente. O Atoms for Peace pode não ser o show mais indicado para se assistir sentado, ainda que a dinâmica constante do show faça qualquer um querer dar uma descansada. Encarando como uma instalação visual com uma trilha pesada faz mais sentido. E, como disse, sentado é melhor ainda nesse caso.

Zion Train (Leviano, Lapa)

“As 2h da manhã Neil Perch deu início a uma cacetada de linhas de baixo, com teclados voando pra tudo quanto era lado (alguns soando como tecnobrega) e pancada avassaladoras no meio do peito dos presentes, amassando os problemas e massageando a alma.”

Mark McGuire (deserto de Joshua Tree, CA)

“Foi nesse local que aconteceu a segunda edição do A Day In The Desert, micro-festival idealizado por Marisa Brickman, reunindo Mike McGuire, Prostitutes, Survive, Spacin’, Ssleeperhold e Troller. Geralmente centrados em estilos não comerciais, esse formato de evento vem se tornando tendência, com edições com público médio de 100 a 900 pessoas, acontecendo em lugares como Londres (In The Woods, UV Festival), Berlim (Emitter) e Rio (Novas Frequências).”

Beach House (Circo Voador)

“No palco a cantora e tecladista Victoria Legrand e o guitarrista Alex Scally são complementados por um baterista. A cenografia sem firulas, baseada na transição de luzes complementa as viagens auditivas oníricas do Beach House, assim como a presença fantasmagórica de Victoria, tocando o teclado sem nunca olhar para as teclas, enquanto Alex solta as frases de guitarra e as programações.”

Demdike Stare (Novas Frequências, Oi Futuro)

“Uma postura meditativa faz com que o transe se instale, para logo se começar a ouvir coisas onde não tem. Como se a mente tentasse preencher os espaços com outros elementos, numa experiência interativa mental e extremamente pessoal, sons imaginados (ou desejados) complementam a imersão.”

Black Alien (Oi Futuro)

“Uma pessoa que pensa tanto está propensa a sentir o cérebro fritar. Não deve ser fácil domar a quantidade de associações, possivelmente inconscientes e involuntárias. Gustavo é um gênio (com tudo de bom e de ruim que isso traz), é tratado e, principalmente, cobrado como tal.”

Caetano Veloso (Circo Voador)

“E fez de tudo. Letras com tom de tuitadas (Caetano se divertiria no Facebook, aposto, talvez não mais agora), com frases feitas e gritos de ordem, como em “A Bossa Nova É Foda”, teve devaneios quase senis ao recitar, livro na mão e tudo, “Alexandre” (o Grande) e divertiu-se. E como divertiu-se, isso dava pra ver.”

Explosions in The Sky (Circo Voador)

“O som não tão alto (mesmo assim bastante alto) e arranjos de guitarras mais melódicos suavizam a experiência. As quase mil pessoas presentes foram abduzidas, levadas numa viagem instrumental em que se respeitaram o silêncio das músicas como raramente se vê.”

Solange (Circo Voador)

“Com dois discos pouco conhecidos no currículo e apenas o recente EP “True” como verdadeiro combustível para atrair fãs, Solange Knowles (também conhecida como “a irmã da Beyncé”) surpreendeu com um show preciso e divertido, ainda que tenha sido curto. Garantido-se, nem guardou “Losing You” para o encerramento.”

Metallica (Rock in Rio)

Metallica é Metallica, mas esse foi especial porque levei meu sobrinho de 14 anos pra ser batizado.