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segunda-feira

22

dezembro 2014

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Os bons shows de 2014

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urbe_bonsshows2014

E eu achando que em 2013 tinha visto pouco show… 2014, também conhecido como dois mil e catarse, passou como um relâmpago. A lista abaixo segue sem nenhuma ordem específica, tirando o primeiro lugar, dos melhores shows assistidos esse ano. Lembrando sempre, claro, que lista de shows é ainda mais pessoal do que de discos, pois dificilmente duas pessoas viram todos os mesmos shows no ano.

As listas dos bons discos nacionais e a de internacionais de 2014 já foram publicadas, só clicar.

O show de 2014: Tame Impala (Circo Voador)

Já era a terceira vez dos australianos no Rio – a segunda só na turnê desse disco. Pensa que diminui o ímpeto? Nada disso. A cada nova passagem pela cidade o Tame Impala mostra evolução técnica e de palco, o show cresce, assim como os discos. As músicas chapadas desabrocham, as letras herméticas/ambíguas/cifradas se abrem, a viagem decola. Ano que vem deve sair o terceiro disco do projeto de Kevin Parker. É certo de que vindo novamente ao Brasil, o Tame Impala se credencia para mais uma vaga nas listas de shows do ano.

Chet Faker (SXSW, Austin)

“No Diggity”, Chet Faker #sxsw #sxsw14 #blackstreet

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Sozinho no palco, com dois teclados, laptop e controladoras, o australiano Nicholas James Murphy expande suas gravações, surpreendendo pela pressão e vocação pra pista de algumas faixas. Tão surpreendente quanto isso foi a quantidade de “curtir” e comentários que a foto postada no Instagram recebeu. Pelas beiradas, Chet Faker, que tocou num show fechado em SP, parece já ter construído um público por esses lados. Em 2015 há boas chances dele tocar por aqui, dessa vez pro seu público. Na torcida.

Tom Petty & The Heartbreakers (The Forum, Los Angeles)

Tom Petty & The Heartbreakers (Fazendinas feeling)

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Há 20 anos vi Tom Petty ao vivo pela primeira e única vez, quando ele participou do Bridge School Benefit, em São Francisco, junto com o Pearl Jam, maior motivo da minha ida. Era um show curto, apenas algumas músicas, ficou faltando tudo. dessa vez era um show completo, e no lugar que a banda chama de casa por ter hospedado alguns das suas principais apresentações (o recém reinaugurado The Forum, em Los Angeles). O disco lançzdo ano, “Hypnotic Eye”, é bem bom, mas confesso que fui ao show mais pelo passado do que pelo presente, pelo programa mesmo. Foi uma grande surpresa ver a banda afiadíssima, desfilando hits e mais hits.

João Donato (Circo Voador)

João Donato, 80 anos de suingue #Donato80

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“Teve gente vinda do Japão para presenciar o sarau de 80 anos do mestre do suingue João Donato. Era uma noite histórica, abrilhantada por convidados do quilate de Caetano Veloso, Luiz Melodia, BNegão, Kassin, Robertinho do Recife e alguns outros. Ainda assim, tinha ingresso sobrando, com pouco mais de mil presentes no Circo Voador. Vai entender essa cidade.”

Metronomy (Circo Voador)

O Metronomy é daquelas bandas que é sempre legal ver o show novo. Não foi diferente nessa turnê de “Love Letters”, quarto disco da banda (ou terceiro, de certa forma, já que o primeiro passou praticamente batido por todos). Apesar de muito bom, “Love Letters” é inferior ao anterior, “English Riviera”, o que puxou o show um pouco pra baixo. Porém, com o repertório que tem e a qualidade dos músicos, até com alguma coisa jogando contra é difícil o Metronomy fazer um show ruim.

De La Soul (Circo Voador)

Clássico é clássico e vice-versa. Show obrigatório, mesmo não sendo novidade. A noite foi uma verdadeira celebração da cultura hip hop.

BadBadNotGood (XOYO, Londres)

BadBadNotGood, mais uma vez

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Já perdi as contas de quantos shows do BBNG vi. Antes do primeiro disco, depois, em lugares pequenos, outros maiores, tocando com Frank Ocean… Fato é que toda vez é surpreendente, muito porque a banda não se aquieta, tanto por estar ainda buscando a própria identidade, quanto por estar sempre em transformação. O show de lançamento do terceiro disco cheio (fora a tonelada de EPs, participações e versões soltas por aí), “III”, no XOYO, em Londres, foi especial também para banda. Era a primeira vez tocando sozinhos na cidade e num lugar de tamanho decente, com ingressos esgotados. Uma noite mágica.

Valerie June (The Wiltern, LA)

Valerie June

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Cheguei um ano atrasado no disco da Valerie June, mas não demorou muito pra conseguir vê-la ao vivo, esbanjando voz e talento…d

Sharon Jones (The Wiltern, LA)

Sharon Jones & The Dap Kings

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… e de “brinde”, ainda teve o furacão Sharon Jones tocando na sequência.

Cashmere Cat (SXSW, Austin)

Cashmere Cat, uma (bem) boa farofa #sxsw #sxsw14

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Conhecido pelas produções detalhadas (ouça o remix de “Do You…”, do Miguel), o set do Cashmere Cat não decepciona, equilibrando as facetas farofentas de agradador de pista com produções mais elaboradas. É tudo que um bom set farofa deveria ser.

Forrest Swords (SXSW, Austin)

Forrest Swords (e Justice?) #sxsw #sxsw14

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Poucos cenários seriam tão perfeitos para um show show do Forrest Swords do que uma igreja. E foi exatamente nesse ambiente que se deu uma meditação profunda, em Austin, no Texas, durante o frenesi que é o SXSW. Um show difícil de acontecer por conta da dificuldade de público para encher um lugar minimamente grande, foi uma sorte ter esbarrado com o Forrest Swords ao vivo. Talvez não tenha outra chance.

Addison Groove (SXSW, Austin)

Addison Groove #BASS #grosseria #faltadeeducaçãoaté #sxsw #sxsw14

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“BOOM! BOOM! BOOM! BOOM!”, na cabeça, na barriga, no meio dos peitos. Uma verdadeira surra de graves, num pub xexelento, cujo equipamento dava um verdadeiro baile nos melhores clubes do Rio. É de se pensar até quando vai se perpetuar a mentalidade de que a qualidade do som não é fundamental numa casa. Um dia muda.

Mala (Wobble, Rio; e The Great Escape, Brighton)

Mala espancando nos graves

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Mala e sua chuva de graves #skankin #dubstep #yce2014 #tge14 @uk_ce

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Quer grave? Mais grave? Então marca dois encontros com o Mala. Um dos sobreviventes da primeira leva do dubstep, conseguindo dar sequência na carreira mesmo após o cataclisma Skrillex, Mala tem patente alta, dá aula e é bigode grosso na cena bass.

Jagwar Ma (Miranda)

Ninguém dava nada pro show dos australianos (mais um!), tanto foi que não conseguiram chegar nem perto de esgotar ingressos para o diminuto Miranda. Azar de quem não foi. Com forte influência da Madchester, o Jagwar Ma oferecer uma viagem dançante psicodélica para os que estiveram presente. Tomara que voltem pra se apresentar pra mais gente.

segunda-feira

17

fevereiro 2014

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Mala na Wobble: o grave venceu

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Mala_Wobble_Rio_2014

Trap: pelo menos é grave”. Esse poderia ser um slogan cínico para uma festa do estilo musical (hip hop com dubstep da 2a geração, numa super simplificação) que domina as caixas de som de boa parte das festas do udigrudi.

O fato é que após alguns anos com agudos sufocando as pistas de dança, principalmente as mais comercialmente orientadas, se tem uma coisa que a onipresença do trap atesta é que o grave venceu. Se não em larga escala, ao menos com bastante folga na cena alternativa.

Ver, em festas como a Wobble o I Hate Mondays, uma penca de moleques sacudindo e urrando no balanço dos sub-graves é uma alegria, concretização do que parecia uma meta inalcançável há nem tantos anos. Mesmo que grande parte dos traps sejam de qualidade duvidosa, mesmo que o lance seja apenas se jogar, mesmo que boa parte do público não vá atrás das origens da cultura bass, ao menos estão imersos em graves. Então, como diz o poeta, “tá ruim, mas tá bom”.

Em uma edição especial da festa, gratuita e cedo, as 20h o londrino Mala, uma das metades do Digital Mystikz e um dos fundadores da DMZ, festa fundamental na propagação do dubstep de Londres para o mundo, assumiu os toca-discos do Fosfobox.

Durante três minutos Mala tocou frequências que iam descendo, descendo até transformarem-se em pancadas de graves e iniciar sua seleção. Como um selectah jamaicano, tocou dubplates e não mixou, passando de uma música para outra com paradas bruscas, desaceleradas e rewinds, também repetidos para repetir os momentos mais catárticos do set.

Já se vai muito tempo desde que o dubstep era um gênero obscuro até mesmo na Inglaterra até a dominação mundia. via EUA exectuada pelo Skrillex e sua releitura da névoa ambiente londrina. Mala – e o dubstep original – não ficaram parados. As produções atuais tem tanto peso e esporro quanto as que passaram a dominar o imaginário global a cerca do gênero, numa relação próxima a retroalimentação.

Mala demostrou isso, lançando toneladas de grave e batidas quebradas com uma elegância de arrepiar os pelos das canelas. Fez isso, porém, alheio as preocupações comercias ou de alguma disputa com o “efeito Skrillex”. É apenas mais um passo da cultura do bass, movendo-se e amassando o que vem pela frente, com o simples poder de meditação provocado pelo peso do grave.

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segunda-feira

6

dezembro 2010

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Transcultura #031 (O Globo): Scientist, La Cofradia de Los Corazones Solitarios

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Texto da semana passada da coluna “Transcultura” que publico todas as sextas no jornal O Globo:

Aplicando ciência ao dubstep
O dub do dub que vem de londres
por Bruno Natal

O dubstep é o filho mais recente e comentado do dub. Crescido nas regiões tidas como casca-grossa de Londres, como Brixton e Hackney, as frequências graves e pesadas vão se tornando pop, tocando nas rádios inglesas, ainda que em formatos diluídos, e nomes como Rusko têm sido convidados para produzir faixas para gente como Britney Spears.

Porém, o bom dubstep é mesmo aquele curtido em clubes alternativos, escuros e enfumaçados, sem preocupações comerciais, por gente como Mala, Skream, Digital Mystic, Kode 9, Burial e tantos outros.

Curiosamente, mesmo carregando o dub no próprio nome, afora as participações de alguns toasters jamaicanos, havia pouca interação entre os universos do dubstep e dos nomes clássicos do dub. Nesse sentido, o disco “Scientist launches dubstep into outer space” é um marco (troque seu e-mail por duas faixas no saite da gravadora).

Nele, um dos principais dubmasters da História, pupilo de King Tubby (pai da coisa toda), conhecido mundialmente como Scientist, aplica a ciência da mesa de som a 12 músicas exclusivas de grandes nomes do dubstep.

A proposta é muito simples: Scientist pegou as músicas com todas as faixas separadas, abriu numa mesa de som e fez uma nova mixagem, ao vivo, adicionando efeitos como delay e reverb, valorizando ainda mais os graves e criando novas versões da gravações originais. É um dub de músicas que já nasceram dub. É quase redundante, e, em alguns casos, é mesmo. Até porque faz tempo que o mestre perdeu a pegada. Só pelo encontro, vale a audição.

Tchequirau

Niña Dioz & Li Saumet – La Cumbia Prohibida (Prod. by El Remolón & Villa Diamante) by villadiamantezzk

Formada pelos argentinos Niña Dioz, Villa Diamante e El Remolón, e pela colombiana Li Saumet (Bomba Estéreo), La Cofradia de Los Corazones Solitarios é um projeto integrado por um time de estrelas da nova cumbia.