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segunda-feira

14

abril 2014

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Transcultura #136: 40% Foda/Maneiríssimo // Frankie Knuckles

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Transcultura_OGlobo_40FodaManeirissimo_2014_coluna

Versão integral e sem edição do texto da semana passada da “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo:

Nova Porcentagem
Com lançamentos em CD-R e fita cassete, o 40% Foda/Maneiríssimo investe em sonoridades pouco usuais e começa a chamar a atenção até no exterior

por Bruno Natal

Selos de nomes pomposos e afirmativos como 100% Pure e 100% Silk tem se tornado cada vez mais importantes, principalmente no papel de filtrar, chancelar e organizar o enorme fluxo de lançamentos musicais através da rede hoje em dia. Mesmo que isso não seja novidade, hoje é normal ouvintes que seguem selos e não artistas, principalmente quando querem se atualizar sobre estilos ou sonoridades específicas de maneira mais ampla.

Fundado pelos produtores Gabriel Guerra (Dorgas) e Lucas Paiva (Mahmundi, SILVA) há um ano, o Rio entrou na onda das porcentagens com o 40% Foda/Maneiríssimo. O nome não é fruto de um surto de humildade ou de crise de baixa auto-estima.

– Existe um sujeito na cena de rock carioca chamado Leonardo Carvalho, mais conhecido como Cabelo Veludo. Ele vai em todos os shows imagináveis e usa dois adjetivos ao mesmo tempo quando categoriza algo: regular/bom; ruim/merda; ou foda/maneiríssimo. O mundo não é feito de 100%, por isso os 40% – explica Lucas Paiva.

Para Gabriel, criar o próprio selo veio como uma forma de fugir da rotina fazer música para enviar para os outros selos, algo que para ele tira o foco de diversos outros artistas.

– A cultura de selo é muito bonita, mas não muito forte no Brasil, onde a visão é sempre que o artista está acima do selo. Estamos tentando implementar o contrário, não no sentido de rebaixar o artista, mas sim de criar uma estética forte para o selo para os ouvinte e artista nos procurarem – elabora Gabriel.

A história do 40% F/M se mistura com a do Epicentro do Bloquinho, grupo de música eletrônica improvisada que toca em festas no Rio, tido como a banda da casa do selo (“Hegelianos de Direita” saiu quando ainda era um trio, agora um duo formado por Gabriel e Lucas após a saída de Sávio de Queiroz, tocando agora no Ceticências, com Cadu Tenório).

Amigos desde 2011, quando trabalharam no estúdio Visom, as afinidades musicais fizeram da dupla amigos. Além da ajuda de Nuno Valle e Carmen Alves (que com o nome artístico Ilustradora Carmen Alves lançou “Dóqui Martinhos” pelo selo) em tarefas como divulgação e queimar CD-Rs, os dois tocam o selo praticamente sozinhos.

– Usamos o selo para lançar nossas coisas e, de vez em quando, coisas legais de outras pessoas. No início queríamos só gente que usasse equipamento hardware, mas a abolimos isso pois também tocamos e gostamos de softwares. Tende mais para música eletrônica, como house e techno de um gosto um pouquinho mais esquizofrênico e esquisito do que a aura que esses estilos tem. Cada dia que passa o selo serve mais como um centro para eu e Lucas lançarmos musicas que não se encaixam no nosso padrão de canção – conta Gabriel.

Fernando Schlaepfer_I Hate Flash_EpicentroBloquinho_40FodaManeirissimo
foto: Fernando Schlaepfer / I Hate Flash

Com nove lançamentos até aqui, 8 CD-Rs e uma fita cassete, os 40% que importam estão dando o que falar. Principal nome do selo até aqui, o EP do Seixlack repercutiu mundo afora. “Seu Lugar é o Cemitério” ganhou resenhas e comentários na Spin, Washington Post e Little White Earbuds, trazendo notoriedade para o 40% F/M. Entre os que compraram o disco na página do selo estão o crítico americano Philip Sherburne, o músico australiano Andras Fox, gente dos selos Mood Hut e Going Good e o fundador do Pitchfork, Ryan Schreiber.

– Sabíamos que era bom, mas não esperávamos este tipo de repercussão. Muito disso aconteceu porque nós todos resolvemos fazer um esforço a mais para promover o trabalho do Seixlack, especialmente o nosso amigo Nuno Valle que fez a maior parte da divulgação, sabendo encontrar as pessoas certas. O disco é excelente e não teria sido tão bem recebido se ele não fosse, claro – fala Lucas.

Ainda que a maior parte dos lançamentos seja online, eles se esgotam e deixam de ser vendidos. Além disso, também há versões em CD-R.

– Sempre fomos mais físicos do que virtuais, nossos “verdadeiros lançamentos” são os CD-R, existem discos no selo hoje somente disponíveis no formato físico. Esse ano ainda faremos o primeiro vinil, mas por questões de distribuição sai apenas na Europa – diz Gabriel.

Os títulos, tantos dos projetos quanto dos EPs e músicas, costumam ser divertidos: Japa Habilidoso e seu “Habilidades Eu Tenho”; DJ Guerrinha e “O Pedigree Histórico: Quem Liga Para as Misérias do DJ” e Pessoas que eu Conheço e “Uma Carta De Amor Para SEGA” são alguns deles.

– A retórica de estilos como house e techno nos últimos 20 anos pra mim é bem horripilante, parece um bando de gente a procura de algum tipo barato de escapismo, seja o típico estereótipo de alguém com o rabo cheio de ecstasy procurando “conexões espirituais” ou de algum imbecil fazendo carão, girando botões e usando alguma teoria john cageana de quinta categoria para poder se qualificar como “artista”. Queríamos quebrar o gelo dessa pretensão e fazer a coisa menos radical possível. É irônico, mas é um pouco politico também. As postulações divertidas são tão importantes quanto as sérias – pensa Gabriel.

A estética sonora que amarra os lançamentos, se é que há alguma, é resultado das experiências fora do universo da canção.

– Quando nós estamos de saco cheio de escrever canções, vamos lá e fazemos a coisa para o 40% F/M, pois geralmente elas são bem fáceis e divertidas de fazer. Nós estamos apenas manipulando máquinas, tentando fuder os sons e não dando tanta bola assim para estruturas ou progressões harmonicas. Geralmente elas não precisam ser novamente reproduzidas, é pressionar algumas teclas, mexer alguns cabos, girar alguns botões, ver se está bom, gravar e pronto. Óbvio que temos objetivos e coisas que buscamos ao fazer nossas faixas, mas nos damos liberdade para qualquer merda que acontecer se tornar essencial. Pra mim, compor musica é sempre uma questão de limitações e escolhas, e como house, techno e outros estilos da dita “música eletrônica” não envolvem quase nenhuma técnica, eles viram a epítome disso – detalha Gabriel.

De certa forma, essas sonoridades são uma resposta a cultura clubber das últimas décadas. São jovens produzindo sem obrigação de tocar e agradar em boates, uma experiência que, segundo os fundadores do 40% F/M, hoje podem ser desagradáveis, cara e ostensiva, gerando uma ressaca moral-social e motivo pelo qual coletivos como Menatol e Beatwise, de São Paulo, estão indo para as ruas tocar.

– Não estamos em Chicago em 1987, em Nova Iorque em 1991, não são mais negros, travestis, latinos. No Brasil, house e techno são feitos, na maior parte, por pessoas da classe média pra cima, é culturalmente desinteressante para nós, que nos incluímos na categoria “brancos/classe média”. Essas tradições e regras dos gêneros ligados a essa cultura clubber não passaram por nós.Nossas produções soam mal em clubes, pois as gravações são confusas e sujas, dificultam os DJ ao não dar muito espaço para a batida fluir. Lá fora é igual, garotos que também não vieram de uma cultura clubber, compraram sintetizadores e baterias eletrônica e começaram a fazer house e techno respeitando as imperfeições e limitações destes equipamentos – fala Gabriel.

Ao contrário do que possa parecer, não há um público alvo definido para os sons do 40% F/M.

– O público é quem quiser ouvir. É maneiro ver gente que a gente gosta comprando os discos, mas é maneiro também quando qualquer pessoa compra. Por mais específico que o som possa parecer de vez em quando, a gente está aberto a tocar para qualquer um que goste do que a gente está fazendo – define Lucas.

Tchequirau

Na semana que a música eletrônica sofreu a grande perda de Frankie Knuckles, apenas o pai da house music, tire uns minutos e ouça um de seus clássicos, “Your Love” (música que tem versão feita pelo Friendly Fires)

terça-feira

2

julho 2013

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Transcultura #116: Opala // DJ Sants

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Texto na da semana passada da “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo:

Opala nas ruas
Promessa da geração 2010, grupo seu primeiro show domingo, na Comuna
por Bruno Natal

O gosto comum por pop eletrônico, Nite Jewel, The Knife, pela trilha sonora de “Blade Runner” e pela cultura nipônica aproximou Maria Luiza Jobim e Lucas de Paiva. Decididos a compor juntos, “vomitando ideias para depois tentar decifrar os significados e reconstruir as músicas em cima dessas interpretações”, como dizem, formaram o Opala, que se apresenta pela primeira vez domingo, às 21h, na Comuna (veja na agenda abaixo). O EP de estreia, homônimo, recém lançado, já rendeu inevitáveis comparações com The XX devido aos vocais sussurrados e bases pra se ouvir na horizontal.

— Descobrimos uma química que vinha muito das nossas referências em comum — diz Luiza.
Lucas complementa:

— Tento fazer coisas que ela gosta. Gostamos muito da ideia de fazer músicas meio aquáticas e (retro) futuristas, mas isso não é calculado. Temos também uma obsessão pelo Japão.

Longe dos palcos desde que, em abril de 2012, saiu da Baleia, banda que fazia versões jazz de sucessos pop, Luiza diz que usou o tempo para se reaproximar das próprias influências.

— Fui buscar minhas referências mais antigas, além do jazz: eletrônica, o rock da minha adolescência, White Stripes, Radiohead, Muse, synthpop — conta ela. — Cantei na música do Júlio Secchin, “Night light”, que se assemelha com o que estou fazendo hoje . Conheci o Lucas e conseguimos traduzir esse processo nas nossas músicas.

Lucas tem se destacado como produtor, tanto pelos trabalhos com SILVA e Mahmundi, quanto por seu projeto solo, People I Know e o coletivo Epicentro do Bloquinho. O desafio é imprimir diferentes personalidades em cada um.

— Meus trabalhos costumam ser um reflexo do que eu tenho em minhas mãos naquele momento. Metade do equipamento que estou usando hoje são coisas que fui adquirindo conforme o disco do Opala foi sendo feito — diz Lucas. — Quando a gente começou o EP, não tinha o sintetizador que tenho hoje. Muita coisa que fiz no passado foi com equipamentos emprestados.

O som tem uma onda intrinsecamente preguiçosa. Como é usual nesses tipo de projeto, a transição para o palco pode ser complicada.

— Temos dois modelos de apresentação. Um é menor, apenas nós dois, onde canto, Lucas solta as programações e toca os sintetizadores, e tentamos executar o máximo que quatro mãos conseguem. O maior tem uma banda , com um guitarrista e baixista. No show deste domingo, optamos por um meio termo e chamamos a Marcela Vale (Mahmundi) pra tocar guitarra e fazer segunda voz — diz Luiza.

Para a questão se o Opala é um projeto temporário ou uma banda pra construir carreira, Luiza tem a resposta.

— Tem dado certo, está ficando com a nossa cara. O Opala é um dia de cada vez (risos).

Tchequirau

O garoto Sants lançou seu segundo EP. “Low Moods” serve tanto pra pista quanto para os fones de ouvido, a referência continua sendo a bass. Influenciado por suas passagens pelo Rio, tem música homenageando a Comuna e participações de Cybass e Gorky (Bonde do Rolê).

terça-feira

11

junho 2013

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Lançamento: Opala, "Opala" (EP, 2013)

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Conforme prometido (com um pequeno atraso), hoje é dia de lançamento do EP do Opala, projeto de Lucas de Paiva e Maria Luiza Jobim, chamado apenas “Opala”.

A Luiza apresenta as influência do disco:

“O EP foi um pout pourri desse (quase) um ano de trabalho com o Lucas. Difícil foi escolher apenas cinco músicas desses encontros. Selecionamos as que mais se aproximavam de uma identidade que acredito que conseguimos desenvolver à base de muito synthpop, música eletrônica e bandas como Oni Ayhun, St. Vincent, Chairlift, Tuneyards, Dirty Projectors, The Knife, Jai Paul.”

Ouça “Opala” abaixo ou baixe o disco:

quarta-feira

24

abril 2013

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Mais uma: Opala, “Come Home”

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arte de Luíza Jobim sobre foto de Lucas Bori

Segunda música do Opala (a primeira foi “Two Moons”), “Come Home” inclina-se em direção ao The Xx, se a cantora inglesa fizesse mais do que sussurrar. Luiza Jobim, que faz dupla com o produtor Lucas de Paiva, enviou a música e falou um pouco do processo de gravação:

“É um trabalho indendente, tudo feito na minha casa e na do Lucas. Vozes no closet, com direito a peneira como pop filter. Usamos tanto equipamentos analógicos quanto digitais, plugins e sintetizadores, como Prophet por exemplo. Quando a gente começou a fazer essa música, queríamos algo suave, mas com punch. Dançante devagar. Tenho apreço especial pelo sinth desafinado do final. Desafinar no tom certo é uma arte!”

Sobre influências do projeto, a lista é grande: Annie clark do St. Vincent, Jai Paul, New Look, The Knife, Nite Jewel, Nicolas Jaar, Jessie Ware, Animal Collective, Tune Yards, Dirty Projectors e timbres japoneses.

O EP de cinco músicas será lançado dia 14 de maio, aqui mesmo no URBe.

segunda-feira

22

abril 2013

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Transcultura #112: Daft Punk // Opala

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Versão um pouco mais longo do meu texto pra “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo (agora vou esperar o disco ou alguma música nova sair, porque essa “Get Lucky” já saturou).

Daft Punk volta a funcionar
Sem um disco novo desde 2005, grupo francês enlouquece os fãs com informações e sinais cifrados sobre “Random Access Memories”, que será lançado em 21 de maio
por Bruno Natal

(na página da matéria no Globo Online dá para assistir conteúdos relacionados a cada um dos pontos listados abaixo, organizado por item)

Nos últimos dias, informações sobre o novo disco do Daft Punk monopolizaram o noticiário pop. As expectativas são bastante altas, tanto pelo nível das produções da dupla quanto pelo tempo que ela está sem lançar um disco de carreira: o último foi “Human after all”, de 2005 (fora a trilha sonora do filme “Tron: o legado”, de 2010). A campanha que cerca o lançamento de “Random access memories”, marcado para o dia 21 de maio, já está acelerada. Numa estratégia de marketing bem controlada, todos os dias pingam novidades sobre o trabalho, e isso deve continuar assim até o dia D. Até lá, o trabalho é ligar os pontos. Já está bastante claro que o Daft Punk afundou na disco music e investiu em gravações ao vivo com músicos de estúdio, em busca de um som de pista retrô. Aqui, você vê os principais fatos relacionados ao disco surgidos até aqui.

Nos últimos informações sobre o novo disco do Daft Punk monopolizaram o noticiário pop. As expectativas são bastante altas, tanto pelo nível das produções da dupla, quanto pelo tempo que estão sem lançar um disco de carreira (fora a trilha sonora do “Tron: O Legado”, em 2010) – o último foi em 2005,”Human After All”, seu terceiro. Marcado para dia 21 de maio, a campanha de lançamento de “Random Access Memories” já está acelerada. Numa estratégia de marketing bem controlada, , todos os dias pingam novidades sobre o disco e deve continuar assim até o dia D. Até lá, o trabalho é ligar os pontos. Até aqui, está bastante claro que o Daft Punk se afundou na disco music e investiu em gravações ao vivo com músicos de estúdio, em busca de um som de pista retrô desde a execução. Abaixo, os 12 principais fatos relacionados ao disco surgidos até aqui.

– Em outubro de 2012, a dupla fez a trilha do desfile da Saint Laurent, na semana de moda de Paris, uma edição bastante sutil de “I gotta try you girl”, do blueseiro Junior Kimbrough. A aparição dos robôs deu início às especulações sobre o novo disco.

– Em fevereiro, Nile Rodgers, líder da superbanda de disco music Chic, grande influência do Daft Punk, revelou em seu blog que esteve em estúdio com a dupla.

– Em março, um anúncio de 15 segundos durante o programa Saturday Night Live, nos EUA, deu início a divulgacão oficial do disco. A guitarra inconfundível de Nile Rodgers se fez ouvir e o título do disco foi revelado. Duas semanas depois um novo trecho da mesma música, com vocais atochados de vocoder, pintaram em outro intervalo do SNL.

– O título do disco, “Random Access Memories”, faz referência tanto a memória RAM dos computadores (siga para memória de acesso randômico, em português) quanto as refências setentista e oitentistas de Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo.

– Poucos dias depois, fãs ansiosos looparam o único trecho de 15 segundos disponibilizado até então e subiram vídeos de até 10 horas no YouTube somente com a repetição desse trecho.

– Em parceria com o Creators Project, da Vice, uma série de vídeos com os colaboradores do disco começaram a ser divulgados. No primeiro deles, o lendário produtor Giorgio Moroder, famoso pela parceria com Donna Summer em “I Feel Love”, falou sobre sua participação. No seguinte, o produtor de eletrônica Todd Edwards contou mais histórias. Entre os dois depoimentos, muita informações sobre gravações ao vivo, pouco uso de computadores e todo tipo de dica de que, após a espetacular pirâmide, o Daft Punk vem com uma banda ao vivo. No terceiro vídeo da série, com Nile Rodgers, instrumentos transparentes foram mostrados.

– No sábado passado, durante o festival Coachella, o mistério começou a se desfazer. Num vídeo de quase dois minutos, aqueles trechos de 15 segundos tomaram corpo e revelaram um bom pedaço do primeiro single, “Get Lucky”, com vocais de Pharrell Williams, do Neptunes e N.E.R.D.. No vídeo os robôs apareceram “tocando” baixo e bateria, alimentando a expectativa de um show com músicos ao vivo.

– No mesmo vídeo, a relação completa de participações especiais em “Random Access Memories”, que já circulava informalmente, foi oficializada: Nile Rodgers, Giorgio Moroder, Julian Casablancas, Panda Bear, Paul Williams, DJ Falcon, Chilly Gonzales e Todd Edwards.

– Reforçando a relação com Hedi Slimane, que veste a dupla desde os tempos do segundo disco, “Discovery”, quando ainda estava na Dior, a grife francesa Saint Laurent divulgou fotos dos ternos brilhosos feitos especialmente para o Daft Punk, visto no mesmo vídeo.

– No domingo, um dia após o trecho mais longa ter sido divulgado nos telões do Coachella, alguém (ou será que foi algo oficial?) juntou a intro e o refrão dos teasers do SNL com a parte vocal do Pharrell e criou fato mais interesante dessa divulgação até aqui: uma versão de fã de “Get Lucky”. Bem editada, a faixa ilustra o comportamento do consumidor atual com a cultura: ou você me dá, ou eu vou buscar. Mesmo sabendo-se que não é a música oficial, a faixa vem fazendo sucesso, sendo inclusive tocada em festas.

– Ainda no final de semana, em entrevista para Rolling Stone dos EUA, a primeira relacionada ao novo disco, o Daft Punk afirmou que não há planos de turnê no momento e que o foco está no lançamento do disco. Uma ducha de água fria em quem espera ver uma super banda na estrada. Mas… acredita quem quer, né. Vale duas mariolas como antes do final do ano tem show e será com banda.

– Na sexta (19), Pharrell Williams cantou “Get lucky” primeira vez ao vivo, no HTC One, no Brooklyn, em Nova York. Feliz com o resultado, ele repetiu a canção três vezes e falou: “A música acabou de ser lançada e todo mundo já sabe a letra!”

– A super expectativa em torno do disco pode ser o seu algoz. É muito difícil satisfazer tanta ansiedade. Talvez “Random Access Memories” não seja nada além de um bom registro de disco music, sem muitas inovações. Ainda assim, sendo Daft Punk, sempre vai ter algo a mais. Mesmo que não tenha.

Tchequirau

Filha do maestro, Maria Luiza Jobim (ex-Baleia, já comentado na Trans) se juntou a Lucas Paiva (produtor de Silva, Mahmundi e seu próprio projeto People I Know, também já entrevistado aqui) e montaram o projeto Opala. A primeira música, “Two Moons”, com influências lo-fi e chillwave, está no Soundcloud da banda.