los hermanos Archive

segunda-feira

17

outubro 2011

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Transcultura # 062: Pazes // PressPausePlay

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Meu texto da semana passada da coluna “Transcultura”, que publico todas as sextas no jornal O Globo:

Paz da música eletrônica
Estudante Lucas Febraro mistura influências variadas para fazer colagens etéreas e espaciais
por Bruno Natal

Estudante da Universidade de Brasília, Lucas Febraro é um cara da paz. Gostava de tocar guitarra e MPB, era fã de Martinho da Vila e Paulinho da Viola, até conhecer a música eletrônica, interessar-se por hip-hop e compor com sintetizadores, samplers e baterias eletrônicas e no computador. Depois disso o sujeito nunca mais foi o mesmo. Tudo mudou. Ou quase tudo. Mesmo chafurdado no temido mundo da música eletrônica, Lucas continuou na paz.

Limbo by Pazes

Tanto é que seu projeto se chama simplesmente “Pazes”. As colagens são etéreas e espaciais, soando como um Flying Lotus dopado. Bom exemplo é a releitura que fez de “Do sétimo andar”, do Los Hermanos. Da original, apenas o vocal de Rodrigo Amarante resistiu, envolto em camadas de teclado, empurradas por um bumbo pulsando de maneira irregular, sem batidas, apenas um contratempo aparecendo aqui e ali. A melancolia da música saltou uns sete andares.

Sétimo Andar by Pazes

– Os vocais em “Do sétimo andar” tiveram algo de Toro Y Moi como inspiração, mas qualquer semelhança fora isso não é intencional. Minhas influências mais fortes são a beat scene de Los Angeles, do Flying Lotus, Teebs, Jeremiah Jae e Matthewdavid, e o dubstep do Burial, James Blake e Blue Daisy – diz ele. – Ando ouvindo também discos muito interessantes de percussão de umbanda e de órgão dos anos 1950 e 60, tipo André Penazzi.

Lucas jogou “Do sétimo andar” e outras faixas on-line e acabou lançando um EP pela Exponential Records, gravadora fundada e gerida pelo Ernest Gonzales, do Mexican With Guns. Após entrar em contato com eles em 2010, em fevereiro deste ano saiu “Pazes, The Southpaw EP”. No mesmo mês da estreia, Lucas se inscreveu na disputada Red Bull Music Academy – evento itinerante que reúne, a cada ano, 30 instrumentistas, DJ, produtores e outros profissionais da música, para oficinas, palestras e apresentações – e foi selecionado para o encontro deste ano, em Madri, de 23 de outubro a 25 de novembro.

– Pretendo lançar outro EP ou LP em breve, antes ou logo após a academia, acho que já amadureci muito musicalmente desde o EP na Exponential e que ele não serve mais de base pra mostrar onde estou. Estou prestes a começar a me apresentar ao vivo, estou me preparando pra tocar en Madri, onde, além das oficinas e atividades, vou me apresentar à noite – fala o produtor.

Com tantas referências estrangeiras, Lucas diz não encontrar muitos pares na cena brasileira, embora admire alguns artistas.

– Nunca ouvi nada muito parecido com o que eu faço no Brasil, os artistas de música eletrônica aqui tendem a ser muito influenciados por gêneros como house, jungle, drum’n’bass, coisas que eu nem sei distinguir muito bem em sonoridade. Ou então fazem coisas tipo electrobossa, principalmente os mais >ita

Tchequirau

“Press pause play”, documentário sobre a revolução digital, o consequente impulso criativo e os efeitos dessa democratização da cultura, cujos trechos pipocaram na rede ao longo do ano, já pode ser visto na íntegra na página do filme.

quinta-feira

25

agosto 2011

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terça-feira

10

maio 2011

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Camelomania no Circo Voador

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Cercado de samambaias no palco, com um som impecável e muito bem acompanhado pelo Hurtmold e por um naipe de metais, Marcelo Camelo subiu ao palco do Circo Voador para o lançamento do seu segundo disco, “Toque Dela”. A noite prometia.

O show começou pouco depois da meia-noite e pouca gente estava no Circo para a abertura do Me & The Plant (também perdi…). Surpreendentemente, ao menos para mim, os ingressos não estavam esgotados.

Em seu novo disco, Camelo também está mais solto, dando mais espaço para guitarra, escancarando mais suas próprias influências, um disco mais pra cima que o anterior “Sou”.

Com algum tempo de estrada juntos, Hurtmold e Camelo construíram uma sonoridade juntos, mesmo que no segundo disco o compositor tenha decidido tocar todos os instrumentos em algumas faixas. É muito bacana ver o encontro dos dois artistas de escolas diferentes, a mistura dos estilos. A escolha do septeto paulistano como banda de apoio é das coisas mais interessantes da carreira solo do Camelo. Com um time desses, metade do show está garantido.

Casa cheia sem estar abarrotada, bandão, som tinindo pro lançamento de um bom disco. Tudo certo para uma noite e tanto. Faltava saber a reação do público.

Sem fugir do clichê, a reação foi hermânica. Não chegou a histeria de outros tempos, embora tenha passado perto em alguns momentos. Marcelo chegou a presentear a plateia com as plantas do cenário. Roberto Carlos distribui rosas, Camelo distribui samambaias.

É muito legal a reação calorosa do público, sem dúvida. Para o artista deve ser ainda mais especial. Em “Doce Solidão”, sozinho, Camelo sequer abriu a boca até mais da metade da música, quando o Hurtmold voltou ao palco.

Ele gosta, incentiva, se diverte com a gritaria. É muito legal mesmo. Agora… Em todas as músicas, sinceramente, enche o saco. Você sai de casa, quer ouvir o show e só dá coro desafinado no ouvido. Por mais que a catarse seja divertida e sincera, aos poucos vai cansando

Paritcularmente, preferiria não ouvir nenhuma música do Los Hermanos no show do Camelo. A quantidade que é tocada, três, quatro, é um exagero. Tira o foco do show. Virou regra. As músicas são dele, claro, mas se é carreira solo, é carreira solo. Podia deixar isso pra depois.

O artista no palco, vivo, aos 30 e poucos anos e uma estranha nostalgia do presente toma conta. É um troço doido, o público impaciente, querendo ouvir as músicas nem tão antigas, quase como que aturando o disco novo para chegar até elas. Essa preguiça de encarar o novo que estrangula a cena no Brasil.

Isso tudo no show de lançamento de um disco novo. Um showzaço, diga-se. Teria sido bem melhor se tivesse dado pra ouvir a interpretação do artista. A do público eu mesmo faço em casa.

segunda-feira

22

março 2010

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João Brasil, "De Leve Ventura"

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capinha feita pelo Dimáquina

Nosso astro João Brasil parece estar se divertindo com as reações extremadas aos resultados do seu projeto 365 Mashups.

Depois de chocar os puristas levando os Beatles para o baile funk, ele promove o encontro de Snoop Dogg e Miles Davis e se aventura pelos mini-mashups, colocando Prince e Ultraje a Rigor frente a frente com as músicas relâmpago da banda de trash metal S.O.D., em pepitas com dois segundos de duração.

E como a cada leva, sai um EP, o passeio do rapper De Leve pelas bases instrumenteais do Los Hermanos rendeu o “De Leve Ventura” , gerando pérolas como “Samba das mulhé” e “Camelin Vencedor”.

quinta-feira

26

março 2009

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Parece mas não é

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Radiohead, “Fog”
(lado b do single de “Knives out”, do álbum “Amnesiac” em 2001)


Los Hermanos, “O velho e o moço”
(do disco “Ventura”, de 2003)

O Pedro mandou um e-mail, falando de como essas duas músicas se parecem. Parece mesmo.