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maio 2011

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Transcultura #046 (O Globo): The Weeknd, Rome, Mayer Hawthorne & Friendly Fires, Google Music Beta

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Meu texto da coluna “Transcultura”, que publico todas as sextas no jornal O Globo (e completou um ano essa semana!):

Trailer musical completo
Três Quatro artistas permitem audição na íntegra dos seus novos discos
por Bruno Natal

O tempo em que o lançamento de um disco era um evento exclusivo vai, ainda bem, ficando para trás. Também comem poeira o pinga-pinga de faixas avulsas e a bisonha “sacação” de liberar alguns segundos de determinada canção – algo que pode funcionar no cinema, na literatura, porém totalmente sem sentido na música. Cientes de que a audição prévia tem o poder de alavancar as vendas, cada vez mais artistas oferecem uma audição completa do disco antes do lançamento para os fãs decidirem se gostam o suficiente antes de comprar, sem a necessidade de baixar as músicas ilegalmente.

Esta semana, os novos trabalhos do Friendly Fires e do produtor Danger Mouse foram disponibilizados no Hype Machine (onde também foi lançado o segundo disco de Lykke Li) e na NRP Music, respectivamente. Além deles, há um mês o estreante The Weeknd fez o mesmo no Soundcloud, além de permitir baixar o disco todo. Também de presente para os fãs, Mayer Hawthorne lançou um EP de versões pra baixar de graça na página de sua gravadora, Stones Throw Records.

“Rome”, Danger Mouse & Danielle Luppi (participação especial de Jack White e Norah Jones): Numa época em que todo ser humano parece ter um trabalho artístico, observar o tamanho e a quantidade de projetos do Danger Mouse nos últimos anos (um produtor que chamou a atenção inicialmente com um disco de mashups de Beatles com Jay Z, montou o Gnarls Barkley e produziu o Gorillaz), é ter certeza que da quantidade pode vir qualidade. E viva as facilidades digitais. Seu mais recente projeto é uma parceria com Daniele Luppi e conta com a participação de Jack White e Norah Jones nos vocais. Produzido ao longo de cinco anos e inspirado nas trilhas de Ennio Morricone, “Rome” foi gravado em… Roma, em formato analógico, com músicos originais das trilhas de Morricone, incluindo Edda Dell’Orso, uma das cantoras prediletas do compositor, presente também nas trilhas dos três principais filmes de Sergio Leone, mestre do western spaghetti. O resultado serviria perfeitamente para uma trilha de Tarantino. Bem contemplativo, “Rome” lembra em alguns momentos “Dark night of the soul”, outro projeto de Danger Mouse, sempre em boa companhia, com David Lynch e Sparklehorse. Os músicos disseram em entrevista que uma turnê está nos planos. É aguardar pra ver se conseguem juntar tanta gente num mesmo palco.

“House of balloons”, The Weeknd: A influência da estética do dubstep, mais do que o próprio estilo surgido na Inglaterra, vai cada vez mais longe, se distorcendo e se transformando, como mostram os recentes discos de James Blake ou Mount Kimbie. No caso do novato The Weeknd, que é formado pelo cantor Abel Tesfaye e os produtores Doc McKinney and Illangelo, as pancadas graves no vazio e os reverbs secos do dubstep encontram o r&b, resultando num melado trip hop de derreter a orelha e dançar devagarinho, como sugere a psicodelia soft porn da capa.

“Pala”, Friendly Fires: O trio inglês chegou de mansinho com “Paris”, acelerou com “Skeleton boy” e explodiu com “Jump in the pool”, rapidamente passando de aposta da semana para banda da vez, título que o Friendly Fires pretende consolidar com o segundo disco. O mais próximo do que se conhecia do Friendly Fires é “True love”, dançante, com bateria “disco” e baixo pulsando. “Pull me back to earth” e “Show me lights” também não passam tão longe. De resto, “Pala” (nome da ilha utópica do livro “A ilha”, de Aldous Huxley) é muito diferente, o que é ótimo. Muito influenciado pelos anos 80, às vezes de forma direta, outras perto da releitura da década proposta pelo hypnagogic/ chill wave e seus vocais filtrados e camadas de teclado, o trio pula a furada nu-rave e vai direto de rave, acid-house e tudo mais. O clipe da música que abre o disco, “Live those days tonight”, ganhou uma versão editada pela banda só com imagens de festas na virada dos anos 1980 para os 1990 encontradas no YouTube. Como todo bom disco, cresce a cada audição.

“Impressions”, Mayer Hawthorne: Com apenas um disco, Mayer Hawthorne conseguiu uma boa base de fãs para o seu soul retrô, com uma leve atualizada via hip hop. Bom de palco, um dos seus trunfos são as versões – a interpretação de “Gangsta Love”, do Snoop Dogg, faz frente a original. Por isso, enquanto o segundo disco não vem, Mayer dá uma acalmada oferecendo de graça um EP só de covers. São seis músicas: “Work To Do” (Isley Brothers), “Don’t Turn The Lights On” (Chromeo), “You’ve Got The Makings Of A Lover” (The Festivals), “Fantasy Girl” (Jon Brion), “Little Person” (Steve Salazar) e “Mr. Blue Sky” (Electric Light Orchestra). Fino.

Tchequirau

O Google lançou seu serviço de música, no qual o usuário hospeda sua discoteca de graça e pode acessá-lo de qualquer lugar, incluindo celulares rodando o sistema Android. É basicamente um Spotify gratuito com pontencial pirata, já que aparentemente não questiona a procedência das músicas.

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