Ouvi metade e já dá pra dizer: discão. Basta saber isso, porque, que preguiça desses lançamentos “elaborados”, viu…
O disco prometido pra anos saiu em duas partes: tem o vídeo disco “Endless” e o disco “Blonde” (mas que escreve-se “Blond” na capa, wtf). Junto foi lançado uma revista, “Boys Don’t Cry”, que antes seria o título do disco e agora é um item de colecionador sendo vendido por fortunas no eBay, mas que será lançado em larga escala em breve… Zzzzzz.
Finalizando a lista de bons discos, os internacionais. Interessante notar como muitas capas estão sendo pensadas sem o nome do disco ou do artista.
Como expliquei escrevendo sobre a lista de discos nacionais, aboli o termo “melhores discos” e adotei “bons discos” por acreditar que isso dá uma noção melhor do significado dessa lista. Não tem ordem, vale EP, até single tem vez. As regras são as mesmas utilizadas na lista brasileira.
O que vale são as dicas, portanto deixe suas dicas nos comentários.
1. Tame Impala — “Apocalypse dreams”: Se a “síndrome do segundo disco” já é uma fonte de pressão, imagina a responsabilidade de gravar o sucessor de um dos melhores discos de 2010. Os australianos do Tame Impala parecem ter sobrevivido ao teste, com sobras. Antes de “Elephant”, música oficial de lançamento do novo álbum, “Lonerism”, eles soltaram esse sonho apocalíptico que mostra que a psicodelia continua.
2. Frank Ocean — “Thinking about you”: O integrante do Odd Future dedicado ao R&B tem tido dias agitados desde que tornou pública sua orientação sexual num texto no Tumblr e, mesmo em meio à fofocada que se formou, Frank Ocean colocou seu disco para audição por alguns dias e arrancou declarações de “disco do ano” por toda rede. Essa “Thinking about you” saiu no fim do ano passado e é um hit.
3. The Xx — “Angels”: Demorando à beça para dar um gosto do aguardado segundo disco, o trio inglês mostrou mais do mesmo. Só que mais do mesmo do The Xx é mais do muito bom. Frases de guitarra delicadas cantando sobre uma programação de bateria minimalista, apoiadas em $ções do baixo e cobertas por sussuros.
4. Dirty Projectors — “Gun has no trigger”: Abre-alas do “Swing Lo Magellan”, disco que acabou de sair, os vocais de soul e os vocais de apoio de coral têm como base apenas numa batida funkeada e uma linha de baixo dançando pra lá e pra cá. É basicamente isso e não precisa de muito mais. Vindo do Dirty Projectors estranheza é qualidade, e eles não decepcionam.
5. Ariel Pink’s Haunted Graffiti — “Only in my dreams”: Com os pés nos anos 1960, o Ariel Pink apresenta um lado mais pop e lapidado, coisa rara para uma banda conhecida pelas experimentações lo-fi. Talvez esse seja o caminho do disco novo, “Mature themes”, já que antes eles tinham soltado uma versão de “Baby”, do Donnie & Emerson, nessa onda.
6. Little Dragon — “Sunshine”: Uma receita quase certa para a ruindade é aguardar o resultado de uma música encomendada a uma banda legal por alguma marca. Se for de bebida, então, sai de baixo. Contrariando tudo isso, o Little Dragon atendeu aos desejos de uma vodca e manteve a pose, sem concessões, soando exatamente como o Little Dragon, como se fosse uma sobra do bom disco “Ritual Union”. Mesmo que estejam pensando num drink de frutas.
7. Major Lazer — “Get free”: Do terrível projeto dos produtores Diplo e Switch (que abandonou o barco), Major Lazer, surgiu essa fofura de chapação, com vocais de Amber Coffman (Dirty Projectors), referências orientais e uma lentidão contagiante, forte candidata a música do ano. Diplo enfim conseguiu sua nova “Paper planes”, hit que produziu com M.I.A.
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Tchequirau
O menino Strausz continua sua série de remixes, dessa vez dando uma torcida em “Where Have You Been”, da Rihanna, que já tem pegada pra pista, mas fica mais pesada e levemente quebrada.
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.