foto: URBe
“(…) a propósito da atual intenção de construir muros cercando o bairro [Rocinha], eu discordo frontalmente. A nossa proposta é de estabelecer os limites da Rocinha, através de uma escadaria periférica, que limitaria a expansão das invasões, sem a agressividade separatista de um muro, que reforça a sensação de gueto. Sou totalmente favorável a soluções gregárias e utilitárias (a escada tem dupla função, quando o muro é apenas limitador), ao contrário das soluções separatistas e preconceituosas, que só contribuem para o aumento da rejeição e, consequentemente, da violência.”
(Índio da Costa, arquiteto, em entrevista ao jornal O Globo)
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Enquanto o avião sobrevoa a Restinga de Marambaia avista-se as praias serpenteando orla afora, enquanto as montanhas ondulantes brincam de pique esconde com as planícies e lagoas, lentamente revelando construções e esboços de uma cidade.
Pouco a pouco os pontos de concreto vão tomando conta da paisagem e quando se está acima do Engenhão em direção ao Maracanã, todo o vale já está salpicado de casas, prédios, ruas, viadutos. Os pontos verdes são minoria.
É uma visão um tanto absurda, criando um antagonismo entre o cenário e seus personagens. Algo não faz sentido, os prédios cravados no meio da floresta parecem totalmente fora de lugar.
A sensação é de que a área logo abaixo nunca pudesse ter sido escolhida pra abrigar uma metrópole. Ou ao menos que a tal metrópole tenha sido desenhada em total desacordo com o local.
É uma cidade que não se entende.
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