Ainda não descobri o ano de lançamento, talvez estivesse morando fora quando estourou. Só isso explicaria mesmo, porque sendo antiga, isso deve ter tomado conta de algum verão. Deve ter sido difícil passar batido.
Procurando pela rede encontra-se dois títulos: “Balança Mas Não Pára” e “Balança MAIS Não Pára”. Torço para o segundo, esse pedido desesperado, ser o correto.
Pelo que o Sany Pitbull contou, o MC Buiu, autor da faixa, morreu num acidente no começo do ano. Uma pena.
Bases e rimas no talo, Emicida está fazendo algo bem complicado: transformando gírias paulistas que são motivo de zoação em outros Estados (zoação é paulistês?) em algo legal (como utilizar o “memo” no lugar de “mesmo”, adeus aos plurais, etc), distanciando-as do imaginário “maloqueiro” e facilitando a assimilação do sotaque.
Outro detalhe que parece óbvio, porém não tão óbvio ao ponto de ter se tornado regra obrigatória no hip hop nacional, é a boa dicção, tornando as letras comprensíveis de primeira. A quantidade de rapper com boa letra que fica pelo caminho por não saber se fazer entender é grande.
Os Racionais passaram longe de fazer essa ponte. O Kamau tinha potencial para isso mas não é tão pop quanto o Emicida,o Sabotage morreu antes da hora. O elemento pop é sempre um facilitador, vide dois dos maiores sucessos comerciais do hip hop nacional, Marcelo D2 e Gabriel O Pensador, terem também um sotaque carioca pesado.
Isso aqui não é mais um capítulo da eternamente boba disputa Rio x SP. Não canso de repetir que acho isso ridículo, embora seja dolorido ver minha própria cidade perder importância e os shows rarearem.
O fato é que São Paulo vem dominando o país há mais de uma década, não apenas economicamente como manda a tradição, mas também culturalmente, uma vez que uma coisa anda atrelada a outra.
O Emicida aprendeu a lição com seus antecessores e vai construindo uma alternativa interessante.
Dirigido por Roman Coppola em 2002, o clipe de “Funky Squaredance”, do Phoenix, realiza algo que todo diretor sempre diz que vai fazer e acaba nunca fazendo: um clipe (ou um filme) que em vez de ter sua idéia executada, limita-se a explicar o que seria essa idéia.
A brincadeira de 9 minutos de duração foi adicionada ao acervo do MoMA, em Nova York.
O fato de uma das metades Postal Service carregar a credencial de produtor do Death Cab for Cutie certamente não ajudou a aumentar a minha curiosidade em ouvir a banda, que conhecia só de nome. Depois de ouvir a boa programação de “The District Sleeps Alone Tonight” até fiquei curioso.
A única que conhecia era “Such Great Heights”, que até passa, mas não é exatamente boa. Dicas? Por enquanto achei alguns remixes e um mashup:
Antes do barulho causado por “The Reminder” e músicas como “My moon my man” e “1234”, Feist fez um disco calmo, misturando indie, chanson, bossa nova, chamado “Let It Die”. Metade do disco são parcerias com Gonzales, a outra metade são versões de outros autores.
Algumas das músicas foram originalmente gravadas em 2001, para um EP, ganhando novas versões em 2004 (após sua passagem pelo Broken Social Scene), quando finalmente foram lançadas no disco que marcou o nome de Feist na cena, merecidamente.
Cinco anos depois, tá aqui. Antes tarde do que nunca.
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.