Um grande tributo a David Bowie será realizado hoje na 12° edição do show “The Music of David Bowie”, no Radio Cty Music Hall, em Nova York. Atrações como Patti Smith, Cat Power, Michael Stipe, Perry Farrell, Blondie, Pixies, Flaming Lips e J Mascis são esperadas no evento, que teve todos os seus 2.800 ingressos esgotados em apenas duas horas.
O show poderá ser asssitido online, ao vivo, com a condição de uma doação mínima de R$12 para as entidades beneficentes envolvidas no projeto, dentre elas The GRAMMY Foundation, Sonic Arts for All! e The Melodic Caring Project.
Sabe quem também homenageou Bowie este ano? A Lorde. Esperemos que hoje a noite seja melhor.
Cat Power anda confusa. Esses dias cancelou e em seguida reconfirmou sua turnê européia por “problemas financeiros e de saúde” (como deixar de trabalhar ajuda a parte financeira é difícil entender). O Rodrigo conferiu Chan Marshall em meio a dias turbulentos, em Seattle, e conta como foi:
Sabe aquele sábado que você sai pra jantar na esquina de casa sem pensar muito e do nada, duas horas depois, tem a Chan Marshall cantando no seu ouvido? Pois é, aconteceu comigo essa semana.
Quatro anos atrás encontrei com a Cat Power no mesmo endereço, nós dois bonitinhos de cabelo penteado e camisa pra dentro da calca. Eu na plateia quieto, dando todo o espaço do mundo pra ela colocar toda sua dor pra fora a cada estrofe, mas apesar de todos os seus perrengues, Chan tava lá, loirinha, bonitinha, angelical. Deixou saudade.
Hoje a história é bem diferente. Bastou eu aparecer sem avisar, comprando um ingresso minutos antes do show (impensável no universo sold-out the Seattle) pra ver a verdadeira face de Chan Marshall.
Num rock pesado de garagem a banda de abertura The Goat me fez conferir o ingresso, afinal, eles não tem nada em comum com a Cat Power que eu conheço. Haha, seu ingênuo.
Cat Power no palco, e o que um dia era uma bandinha comportada com uma loirinha encolhida se transformou numa banda dark e uma vocalista de jaqueta de couro e cabelo moicano.
Musica após musica ficava cada vez mais claro. Sintetizadores no fundo, guitarras arranhadas, duas baterias aumentando o peso do bumbo no meu ouvido. Chan encontrou novos amigos e finalmente conseguia colocar pra fora toda a dor que corre dentro dela.
Sei lá como explicar esse show, um rock industrial ancorado por uma voz blues absurda? Se você tiver chance de assistir faça um favor a si mesmo e vá, só não espere um encontro com a girl next door, a situacao agora é bem diferente, e pra melhor.
Tinha um papo de que ela estava a caminho do Brasil. Deve ter caído.
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Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.