burial Archive

sexta-feira

21

dezembro 2012

14

COMMENTS

Os bons discos internacionais de 2012

Written by , Posted in Destaque, Música

Finalizando a lista de bons discos, os internacionais. Interessante notar como muitas capas estão sendo pensadas sem o nome do disco ou do artista.

Como expliquei escrevendo sobre a lista de discos nacionais, aboli o termo “melhores discos” e adotei “bons discos” por acreditar que isso dá uma noção melhor do significado dessa lista. Não tem ordem, vale EP, até single tem vez. As regras são as mesmas utilizadas na lista brasileira.

O que vale são as dicas, portanto deixe suas dicas nos comentários.


Beach House, “Bloom”


Emeralds, “Just To Feel Anything”


Major Lazer, “Get Free” (EP)


Rhye, “Open” (EP)


BadBadNotGood, “BBNG2”


Sun Araw & M. Geddes Gengras meet The Congos, “FRKWYS Vol. 9: Icon Give Thank”


Frank Ocean, “Channel Orange”


Tame Impala, “Lonerism”


Santigold, “Master of My Make-Believe”


TNGHT, “TNGHT”


Daphni, “Jialong”


Hot Chip, “In Our Heads”


Chromatics, “Kill For Love”


Actress, “R.I.P”


Burial, “Truant” / “Rough Sleeper” (EP)


Grimes, “Visions”


Bobby Womack, “The Bravest Man In The Universe”


Django Django, “Django Django”


Norah Jones, “Little Broken Hearts”


Lone, “Galaxy Garden”


Blondes, “Blondes”


Jessie Ware, “Devotion”


Dean Blunt & Inga Copeland, “Black is Beautiful”


Disclosure, “The Face” (EP)


Wild Belle, “Wild Belle” (EP)

terça-feira

14

fevereiro 2012

8

COMMENTS

Transcultura #070: Bass // Sun Araw

Written by , Posted in Imprensa, Música

Meu texto de sexta passada da coluna “Transcultura”, que publico todas as sextas no jornal O Globo:

A coisa tá grave, viva o grave!
por Bruno Natal

A explosão comercial do dubstep foi um dos fatos mais inesperados da história da música eletrônica. Poucos previram que os graves cavernosos e a atmosfera sombria das batidas quebradas de bpm lento, tocado em festas soturnas no sul e leste de Londres, poderiam chegar ao grande público.

Vampirando o estilo com seu pastiche, ressaltando o que há de pior (como as torrentes de wobble bass, um grave modulado, distorcido e oscilante), Skrillex atingiu o status de super DJ, saiu na capa da Billboard e passou a régua no dubstep. Skrillex, no entanto, apenas cristaliza o fim de um processo longo de pasteurização do gênero, uma metamorfose que se deu aos poucos, com elemento do dubstep sendo emprestados e misturado a outras correntes musicais.

O fato da produção de seus elementos “essenciais” serem ensinados em tutoriais no YouTube era um indicativo de que havia virado uma fórmula, o que é o fim para relevância de qualquer gênero. Era preciso fazer uma curva. O que poderia ser uma má notícia se gerando algo positivo, incentivando mudanças de direção por produtores mais preocupados com os sons que saem das caixas do que o tilintar das caixas registradoras.

http://youtu.be/uDblKjCIRjI

Desde os idos de 2007 produtores fiéis aos conceitos independentes do dubstep, como Burial e Kode 9 (dono do essencial selo Hyperdub), buscaram fugir da mesmice para qual tudo sem encaminhou, inaugurando o que que ficou conhecido como pós-dubstep, re-aproximando o estilo do clima experimental de onde surgiu. Essa fase 2 criou o ambiente para nomes como James Blake ou sua versão mais radifônica, Jamie Woon, despontarem, trazendo outros elementos para equação, notoriamente o R&B, outro gênero que sofreu com a comercialização, esse nos anos 90.

O principal legado do dubstep e, principalmente, sua viabilidade comercial, foi bem além dos novos gêneros que surgiram a partir dessa problemática (UK Funky, o próprio pós-dubstep): sua ascensão deu coragem para produtores colocarem o grave novamente no centro das atenções. No atual estado de DavidGuetização da música eletrônica, com sirenes por toda parte e o agudo tomando conta até onde menos se espera (o show de horrores proporcionado pelo Major Lazer é um exemplo), isso por si só é um alento. Mais grave é sempre um alegria, mesmo em música ruim. O grave é o alho sônico, deixa qualquer coisa melhor.

Conversando com o pesquisador Chico Dub, curador do festival Novas Frequências, ele observou: o grave se tornou o denominador comum da música urbana contemporânea. Seja em artistas tendendo ao r&b (The Weeknd), hip hop (A$AP Rocky), ao house (Lone), techno (Martyn), breakbeat (Mosca), drum n bass (Joy Orbison), 2-Step e Garage (Redinho, Julio Bashmore) ou até mesmo a um pós-pós-dubstep de olho no grande público (SBTRKT).

A impossibilidade de rotular cada um dessas misturas (uma prateleira para cada artista iria ficar complicado…) fez surgir mais um gênero, a bass music, um guarda chuva pra lá de bobo, por ser demasiadamente abrangente. Atendendo essa demanda, dois selos despontam: o escocês Numbers (por onde até Kieran “Four Tet” Hebden e o Modeselektor andam ciscando), nascido a partir de uma festa, e o inglês Night Slugs.

A coisa tá grave. E isso é ótimo.

Tchequirau

http://vimeo.com/34926849

Muito influenciado pelo dub, ano passado o Sun Araw (que recentemente esteve no Rio para participar do festival Novas Frequências) foi a Jamaica atrás do The Congos, do clássico “Heart of the Congos”, produzido por Lee Perry e tido em algumas listas como o melhor disco da história do reggae, para produzirem material juntos. Enquanto o disco não vem, tem um vídeo mostrando um pouco da viagem.

quarta-feira

16

março 2011

2

COMMENTS

segunda-feira

6

dezembro 2010

0

COMMENTS

Transcultura #031 (O Globo): Scientist, La Cofradia de Los Corazones Solitarios

Written by , Posted in Imprensa, Música


Clique na imagem para ampliar

Texto da semana passada da coluna “Transcultura” que publico todas as sextas no jornal O Globo:

Aplicando ciência ao dubstep
O dub do dub que vem de londres
por Bruno Natal

O dubstep é o filho mais recente e comentado do dub. Crescido nas regiões tidas como casca-grossa de Londres, como Brixton e Hackney, as frequências graves e pesadas vão se tornando pop, tocando nas rádios inglesas, ainda que em formatos diluídos, e nomes como Rusko têm sido convidados para produzir faixas para gente como Britney Spears.

Porém, o bom dubstep é mesmo aquele curtido em clubes alternativos, escuros e enfumaçados, sem preocupações comerciais, por gente como Mala, Skream, Digital Mystic, Kode 9, Burial e tantos outros.

Curiosamente, mesmo carregando o dub no próprio nome, afora as participações de alguns toasters jamaicanos, havia pouca interação entre os universos do dubstep e dos nomes clássicos do dub. Nesse sentido, o disco “Scientist launches dubstep into outer space” é um marco (troque seu e-mail por duas faixas no saite da gravadora).

Nele, um dos principais dubmasters da História, pupilo de King Tubby (pai da coisa toda), conhecido mundialmente como Scientist, aplica a ciência da mesa de som a 12 músicas exclusivas de grandes nomes do dubstep.

A proposta é muito simples: Scientist pegou as músicas com todas as faixas separadas, abriu numa mesa de som e fez uma nova mixagem, ao vivo, adicionando efeitos como delay e reverb, valorizando ainda mais os graves e criando novas versões da gravações originais. É um dub de músicas que já nasceram dub. É quase redundante, e, em alguns casos, é mesmo. Até porque faz tempo que o mestre perdeu a pegada. Só pelo encontro, vale a audição.

Tchequirau

Niña Dioz & Li Saumet – La Cumbia Prohibida (Prod. by El Remolón & Villa Diamante) by villadiamantezzk

Formada pelos argentinos Niña Dioz, Villa Diamante e El Remolón, e pela colombiana Li Saumet (Bomba Estéreo), La Cofradia de Los Corazones Solitarios é um projeto integrado por um time de estrelas da nova cumbia.

terça-feira

10

março 2009

4

COMMENTS

Introdução ao dubstep

Written by , Posted in Música

Dia desses um amigo — não lembro quem — me perguntou o que diabos exatamente era dubstep. Mandei um e-mail (pra pessoa errada!) cheio de links e apontando alguns dos principais nomes. O Chicodub também estava na troca de mensagens e botou pilha pra jogar aqui. Então aqui está.


Kode9 & Spaceape, “9 Samurai”

Kode9 – O pensador do movimento, dono do selo Hyperdub e agitador da rapaziada e está sempre na escalação das principais festas, seja tocando na Dublime, na FWD>> ou DMZ (mais sobre essa última abaixo). Ele é um dos entrevistados do meu doc Dub Echoes, falando de dubstep em 2004, quando isso sequer existia direito. Só o Chico pra ter achado isso. Hoje o cara é uma estrela na Inglaterra. Foi colocado pela gravadora em destaque na capa do DVD do doc, pra se ter uma idéia. Já tocou no Brasil e encerrou o festival Love Music Hate Racism.


Skream, “Midnight Request Live”

Skream – O hitmaker, até onde se pode considerar que o dubstep produz hits. Foi dele o primeiro sucesso a furar a barreira do nicho, “Midnight Request Live”. São dele os remixes “Not over yet” (Skream remix) (Klaxons) e “In for the kill” (Skream’s Let’s get ravey remix) (da queridinha da vez, La Roux). Ouça a original antes pra sacar o que o cara faz, remix é sempre bom pra dar essa dimensão, né. Tocou numa festinha da minha facul em Londres, eu e mais 20 doidos na platéia e só. Até lá o troço é underground!

Burial – O menino prodígio. Teve seu segundo disco indicado (e quase levou) ao Mercury Prize, o Grammy inglês. É visto como quem empurrou as fronteiras do gênero, falando com mais gente e divulgando o estilo para além do gueto a que estava restrito. Os dois discos, “Burial” e “Untrue”, realmente são muito bons.

Até pouco tempo ninguem sabia quem ele era, permanecia incógnito, gerando comparações com o Banksy. Não havia nenhum motivo especial para isso além de não querer tirar atenção do som (muitos pensavam que era o Kode9, já que os discos saem pela Hyberdub).

Na época da indicação ao Mercury, o cerco arrochou tanto que ele achou que o próprio anonimato estava tirando atenção das músicas e ele mesmo revelou sua identidade. Pode ter sido também pra poder lucrar com a fama, podendo se apresentar ao vivo, coisa que não fazia antes.


DMZ

DMZ – É a principal festa do gênero, que acontece numa antiga igreja, em Brixton, no breu total. Escrevi sobre a festa depois que lá estive.


Tranquera, ao vivo

Tranquera – Dubstep brasileiro, capitaneado por Bruno Belluomi, conhecido e respeitado no exterior.


Rusko, “Jahova” fez um adendo:

Chicodub fez um adendo:

“De cada 10 dubsteps, uns dois, talvez três, sejam bons. Mas quando é bom… Meu amigo, vou te contar: porrada! Os mais puxados pra Jamaica (tem de tudo, até mesmo coisas que nem parecem com dub – a maioria) são atualizações urbanóide-apocalípticas do King Tubby dos anos 70. Lindos, lindos… Porradas, claro. O resto é mais porrada ainda. É cru, esparso, ogro, psicopata, raivoso. Ainda assim, pode ser espacial e climático às vezes. E nessas vezes, mesmo dopado, a tensãozinha tá sempre lá.”