sexta-feira

20

abril 2007

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Rolling Stone, Mar/2007

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Matéria sobre a volta do hit maker Michael Sullivan, mais uma resenha do disco dos cariocas do Inumanos, que escrevi para o sexto número da Rolling Stone Brasil.

Com a edição fora das bancas, seguem os textos.

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Inumanos
“Volume dez” (Bizarre)
cotação: três estrelas

A leeenda, brother

O Inumanos se tornou conhecido — e bem falado — fora da cena carioca após participar das coletâneas “Zoeira hip hop” (2000) e “Hip hop Rio” (2001). Seguindo a seqüência lógica, o próximo passo seria lançar um disco próprio. Em 2002, o MC Aori e o DJ Babão, os nomes por trás do Inumanos, entraram em estúdio para gravar sua estréia.

O disco já havia se transformado uma lenda urbana, circulando há algum tempo em CD-R e MP3, até ser finalmente lançado no final de 2006, em festas no Rio e em São Paulo. Mais de quatro anos depois, “Volume dez” (Bizarre Music) finalmente chega na praça.

Tanto tempo na gaveta, em vez de tornar o som datado, serviu apenas para confirmar o talento do Inumanos para batidas assassinas. Produzido pela dupla Aori e Babão, Pedro Garcia e o francês Damien Seth, “Volume dez” soa atual como se houvesse sido gravado ontem.

A carta de intenções “Montagem dos Inumanos”, um pancadão que entrega as origens do duo, “Todo errado” e “Polegar opositor” (cujo clipe foi indicado ao prêmio da MTV em 2006) demonstram a combinação perfeita das habilidades do DJ Babão e do discurso explosivo de Aori.

A lenda era verdadeira. É pra ouvir no volume dez.

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É de chocolate?
Compositor de hits dos anos 80, Michael Sullivan se lança em carreira solo

Conhecido como metade da dupla Sullivan & Massadas — crédito presente em boa parte dos lançamentos de maior vendagem do Brasil nos anos 80 — Michael Sullivan está de volta, dessa vez, como artista. Após anos morando nos EUA, o músico encurtou o nome artístico e ressurge com “Ver-te mar”, parceria com Carlinhos Brown. Buscando trocar a pegada popular, que marcou sua carreira, por sonoridades mais alternativas, Sullivan combina soul com elementos eletrônicos e convidou os cariocas do Digitaldubs pra remixar a faixa.

Melhore deixar ele próprio explicar. “A maior parte das composições do disco nasceram dessa parceira com o Brown. Encontrei nele a inquietude da experimentação, dos novos timbres, das linhas modernas com loops improváveis, deixando o meu lado soul totalmente livre para passear nos arranjos. É black music contemporânea, com todas as novas possibilidades que a musica eletrônica permite”.

Se a idéia é deixar para trás os tempos de hit maker dos outros, a canção escolhida para lançar o trabalho solo pode atrapalhar. “Ver-te mar” não é inédita, está no recém-lançado quinto disco do grupo de axé Babado Novo, que tem o mesmo nome da música.

Após iniciar a carreira num programa de calouros em Recife, mudar-se para o Rio, integrar Renato e seus Blue Caps e The Fevers, a consagração veio quando conheceu o parceiro Paulo Massadas.

Segundo o compositor, suas músicas venderam 60 milhões de discos, acumulando 50 discos de diamante, 270 de platina e 550 de ouro. Suas músicas foram gravadas por Roberto Carlos (“Amor Perfeito”, “Meu ciúme”), Tim Maia (“Me Dê Motivo”), Fagner (“Deslizes”), Sandra de Sá (“Joga Fora”), Gal Costa (“Um dia de Domingo”), Roupa Nova (“Whisky a Go-Go”), Xuxa (“Lua de Cristal”) e muitos outros, além da sua criação, o Trem da Alegria, e de muitos temas de novela.

“Todo sucesso que conquistei como compositor foi fruto de anos na estrada como artista. Meu termômetro sempre foi a reação do público, isso me deu senso crítico pra avaliar o potencial de minhas composições. Voltar como artista é apenas um movimento natural desse ciclo”, resume Sullivan.

Empolgado com o momento atual da música independente, Sullivan aposta na internet para voltar ao topo. ”Talento não precisa ser maquiado O público pode estar a um click de descobrir novas obras e novas tendências. A internet devolveu aos artistas sua autonomia, auto-estima e vontade de apresentar coisas inovadoras”.

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  1. Rodrigo

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