quarta-feira

20

junho 2007

4

COMMENTS

Rolling Stone, Maio/2007

Written by , Posted in Imprensa

rs_008.jpg

Matéria sobre a gravação do segundo disco da parceria entre o pianista Sergio Mendes e o produtor Will.I.Am (que falou também sobre o novo disco do Michael Jackson) e resenha do disco do Songoro Cosongo, que escrevi para o oitavo número da Rolling Stone Brasil.

Com a edição fora das bancas, seguem os textos.

sergiomendes_william_divul.jpg

Mistura brasileira

No Brasil, Will.I.Am é mais conhecido como o vocalista do Black Eyed Peas. Nos EUA, talvez ele seja tão conhecido quanto como produtor. Suas batidas podem ser ouvidas em músicas de nomes como Justin Timberlake, Pussycat Dolls, John Legend e, num futuro próximo, Michael Jackson, já que ele foi o produtor escolhido pelo Rei do Pop para seu próximo disco.

Em 2006, Will produziu “Timeless”, do pianista brasileiro radicado nos EUA, Sergio Mendes. O disco vendeu mais de um milhão de cópias e a versão de “Mas que nada” fez tanto sucesso que a música foi cantada até em estádios, durante os jogos do Brasil na Copa do Mundo da Alemanha.

O primeiro contato do rapper e produtor com Sergio Mendes aconteceu anos atrás, via discos de vinil. “Um DJ amigo meu me mostrou um disco do Sergio Mendes e eu pirei. Foi a primeira música brasileira que eu ouvi. Depois ouvi Gilberto Gil, Jobim, Deodato, Astrud e João Gilberto, Arto Lindsay, Jorge Bem, Djavan… Mais de quinze anos depois, estou produzindo um disco do Sergio, pela segunda vez””, conta Will.

Os dois se conheceram pessoalmente depois que o presidente da gravadora do Black Eyed Peas sugeriu chamar Sergio Mendes para tocar, em vez de samplear, o trecho de “Insensatez” (Tom Jobim) que Will queria usar em “Sexy”, do álbum “Elephunk”. Três semanas depois, os dois estavam produzindo “Timeless”.

“Queria que fosse um sucesso, mas esse pensamento não interferiu na produção. Eu amo o disco, o Sergio ama e as pessoas amaram também”, Will fala sobre a parceria.

Logicamente, a dupla resolveu dar um repeteco na parceria e em março estiveram no país para gravar com artistas brasileiros. “Estava conversando como Sergio sobre termos sido indicados para três Grammys e decidimos fazer outro disco. Ele quis vir para o Brasil gravar com músicos daqui. Convidou Guinga, Toninho Horta, Ivo Meirelles, Vanessa da Mata. Nesse segundo, a única preocupação continua sendo fazer boa música”.

Sobre o trabalho como Michael Jackson, ainda em andamento e sem previsão de conclusão, Will.I.Am fala pouco. Até agora, existem seis músicas prontas, entre elas um possível hit, “I’m still the king” (“é ouro!”). No entanto, o produtor não tem a menor dúvida de que o Rei voltará ao topo.

“Para mim ele nunca foi embora, continuo sempre ouvindo seus discos. Até hoje, Michael Jackson é o maior nome da indústria nesse formato em que se gravava disco, lançava, botava na rádio, filmava um clipe, disco de platina… Ninguém se compara, nem ele mesmo. Agora a indústria está de cabeça pra baixo. É a melhor hora para se lançar, porque não se está mais competindo com aquele sistema. Não tinha YouTube, MySpace, celulares, ringtones, nada disso! Os objetivos são diferentes, mais diversos. É possível comparar o impacto”.

Confiante no resultado do trabalho com Michael Jackson, Will lança um desafio que espera ele mesmo cumprir. “Até hoje internet não tem uma grande estrela e ainda tem que provar que é capaz de criar uma”.

SongoroCosongo_capa.jpg

Songoro Cosongo
“Misturado com cachaça fica muito bom” (Bolacha Discos)
cotação: 3 estrelas

A latinidade do samba

Formado em 2005, o Songoro Cosongo faz uma autodenominada “Psico Tropical Musik”. Entre os oito integrantes, há brasileiros, colombianos, argentinos, chileno e venezuelano, mesclando salsa, samba, cumbia, afrobeat e chorinho.

Antes de ser lançado no Brasil, o SMD “Misturado com cachaça fica muito bom” (Bolacha Discos, songorocosongos@gmail.com) saiu na Argentina e no Chile, no começo de 2006. Em 2007, pelo segundo ano consecutivo, o Songoro Cosongo saiu como um bloco de carnaval pelas ruas de Santa Teresa, no Rio. Misturando é que dá certo.

Deixe uma resposta

4 Comments

  1. Rod Carvalho
  2. Sonia

Deixe uma resposta para Matias MAxxCancelar resposta