Resposta Bombril
Written by urbe, Posted in Música
Nos bastidores de um show, Rodrigo Amarante, em momento inspirado, decide responder uma das recorrentes perguntas sobre “Anna Júlia”.
Pode apostar, em pouco tempo, seu não, porque nem sempre se tornará uma das respostas padrão mais utilizadas, enterrando de vez as do Caetano. Ou não.
Lidar com a imprensa não deve mesmo ser fácil.
huahuahuaua. Engraçadão. Mas eu quero ver o editor do senhor Amarante mandar ele cobrir 257 pautas em dois dias e ele saber profundamente todos os assuntos. Boa vontade zero ali, né? Meio metidinho o cara.
Acho que ele falou de um problema do jornalismo no improviso de forma muito coerente. Se o reporter tem 300 pautas para fazer em 2 dias, o problema é do reporter e da empresa que ele trabalha…não do público e dos artistas. Muito bom…
bom bagaraio!
mais uma historinha que vou contar aqui, que aconteceu comigo em 2000.
Fui chamado para fazer a cobertura do carnaval de Salvador pelo site do Gilberto Gil no referido ano.
Eu era o único ser do site que tinha toda a responsabilidade de criar matérias, entrevistar pessoas, tirar as fotos, tratar as imagens, fazer o upload e revisar. Tudo isso bem antes do boom dos blogs, ou seja, a parada era muito rudimentar mesmo.
Mas enfim. Na minha sala ficavam uns 30 jornalistas e fotógrafos do Terra (se lembra da bolha? Então, foi antes de explodir). A turma tava infestando o site deles de informação e belas fotografias, com câmeras digitais que pescavam até a purpurina da Globeleza e eu, por ser sozinho, tentei fazer uma cobertura digamos, diferenciada já que conhecia alguns artistas e gente do meio e a própria turma que fazia o camarote.
Pois bem, durante uma daquelas clássicas paradas de Carlinhos Brown na frente do Camarote de Gil, ele recorre a um parabéns pra você, olhando para a varanda. Um dia ou dois antes tinha sido aniversário da Nara Gil, minha amiga. Perguntei pra ela se o parabéns tinha sido uma homenagem e ela respondeu que sim. Só não perguntei pra quem foi a homenagem (para mim tinha ficado claro…).
Rapidamente fui reportar o “furo”, que ninguém sabia. Escrevi na manchete: “Carlinhos Brown homenageia Nara Gil na sua passagem pelo Barra-Ondina”.
Em 10 minutos, todos os sites de notícias tinham a matéria, com praticamente o mesmo texto que eu escrevi.
Para meu azar, descobri logo depois que o parabéns tinha sido para a cidade de Salvador e não para a Nara (era a tal da homenagem que eu tinha errado de alvo).
Não corrigi a informação justamente porque os sites não fizeram a menor cerimônia em pegar um assunto ao léu e divulgar como verdade. Ficou lá e depois fui comentar com as pessoas, que pra variar riram a beça do assunto e foram praticamente unânimes em afirmar: êita imprensa!
Não quero generalizar e “falar mal” da imprensa, mas a verdade é que esse caso do Amarante é comum. Nego chama um caboclinho qualquer para falar de algo que ele nunca viu na vida dentro de duas situações: o cara nem sempre é do meio e além de tudo não tem tempo de se informar, buscando perguntas “padronizadas”. Tais perguntas “padronizadas” geralmente são em função da polêmica, da fofoca ou do furo-com-teia-de-aranha.
E para piorar, cobrir música está sendo isso: pegar qualquer um e mandar pra entrevistar o artista. Afinal, pouco querem saber da tal da música, querem mais é saber sobre qualquer coisa.
Por isso a minha defesa aqui ao Bruno no que diz respeito a credencial do TIM Festival. Esses festivais tinham que dar graças a Deus por terem jornalistas interessados naquilo que realmente interessa: o som (no sentido mais amplo, da culturalidade e não apenas na sonoridade. aliás “culturalidade” é uma palavra que existe?).
Pra falar de música ou de arte ou de cinema ou qualquer coisa que valha tem que no mínimo chamar quem se interessa pelo assunto de coração, que está ali, batalhando descobrindo, redescobrindo, se moldando e moldando o ouvido. É claro que podemos ver jornalistas de outras áreas comentando sobre qualquer coisa, mas nesses casos é muito raro que o texto em questão seja atrativo.
Abraço!
C.
caraio!
agora que eu vi o outro link! Parcerias com Elis Regina foi ducaraio!!!
hahahaa!!
Boa cristiano! Concordo com vc e com o carlos que colocou um bom post sobre a cobertura do tim festival. As grandes mídias, principalmente os jornais, caem nessa de falar sobre celebridades, futilidades e principalmente, o gosto dos jornalistas que escrevem.
Pra quem gosta de cinema e acha, assim como eu, ridículo os críticos de jornal, aqui vai a dica do excelente saite http://www.revistacinetica.com.br
Pra quem gosta de música, fica por aqui pelo urbe.
Abs,
eu acho que o amarante tá totalmente certo!
Adorei o Rodrigo, tá certíssimo. Se ele tem que aturar esse tipo de pergunta burra, ele tb tem direito a falar o dircurso qeu quiser.O link também tá ótimo…fala aí CAMPELO, hahahaha
Salve, Felipe!
A cinética e a contracampo ficama aqui no meu bookmark das diárias! hehehe! São muito boas mesmo!
Grande abraço!!
Chris
Tá certíssimo o Amarante. Agora: que ele é arrogante, ele é!
A pergunta do repórter é, sem dúvida, uma estrovenga. Ela só é capaz de provocar uma resposta irrelevante, que não modifica absolutamente nada: uma pergunta idiota feita por um repórter igualmente idiota.
Pior do que a pergunta, porém, foi a resposta. O Rodrigo Amarante aproveitou o ensejo para apresentar sua filosofia de botequim a respeito da imprensa. Lamentável…Foi um dos discursos mais hipócritas já que ouvi.
Ficou claro, no 2º vídeo, que o grupo se utiliza de uma falsa irreverência, com o único propósito de camuflar uma desarticulação e alienação que parecem dominar seus componentes.
Alguém precisa dizer pra eles que a arte, para ser boa, não precisa vir acompanhada de nada. A arte que eles criam é de primeira. Eles não precisam de mais nada…Ou melhor, precisam de menos pretensão.
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
falaurbe [@] gmail.com
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