Reggae de raiz, bicho
Written by urbe, Posted in Música, Resenhas
Johnny Clarke, “Every knee shall bow”
vídeo: eumemo
Diz o ditado que não se deve confiar numa banda de reggae em que a guitarra é o grande destaque. Entrar no Queen Elizabeth Hall e enxergar no palco apenas percussão, trombone, um piano (!) e um violão (!!) não podia ser bom sinal.
Tudo bem, não existe o tal ditado, mas o ponto é válido. Show de reggae sem baixo e bateria é como uma escola de samba desfilar sem surdo e tamborim. Não tem como dar certo (ou, sendo flexível, é muito, muito, muito pouco provável que dê).
Escalados para o festival Meltdown 2008, com curadoria do Massive Attack, Earl 16, Johnny Clarke e Horace Andy participaram da noite chamada “Reggae Acoustic Songbook”.
Um nome desses deveria ter servido de alerta, porém nada indicava que o show se resumiria aos cantores interpretando praticamente a coletânea “Legend”, do Bob Marley, de ponta a ponta, acompanhados por uma banda que não agradaria muito no sul do Brasil. Uhú, reggae raiz!
Inundado de tristeza e envergonhado com a breguice, restou esperar para os poucos momentos em que os cantores cantaram algum de seus clássicos.
Ver Johnny Clarke mandando “Every knee shall bow” ao vivo vale a pena. Mesmo sem baixo.