quarta-feira

4

janeiro 2012

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“Pop moderno” e a maldição das sirenes

Written by , Posted in Destaque, Música

Faltando dois dias para o final do ano, lá fui eu dividir os toca-discos com o Bori em uma última festa. A missão era arriscada: tocar por duas horas numa boate em Búzios, na boca da Rua das Pedras, em plena férias de verão.

Pode ser difícil agradar um público tão heterogêneo (ou nem tanto, bastava hip hop farofinha, como descobri depois), porém é também uma chance de tocar umas boas músicas pop que o público de muita festa não permite.

Certamente, seria o mais perto que chegaria da atmosfera de Ibiza. Nos parênteses após nossos nomes lia-se “pop moderno”, indicando problemas. O DJ que tocava antes se dividia entre os CD-Js, iPad e controle do Wii. Enquanto nos ajeitávamos para começar, um assistente pedia “vamos lá, DJs, dancem aê”. Complicado. E piora.

Tentando lentamente fazer a transição do poperô para algo mais legal, passei por “Sou Foda” vs. “One More Time”, The xx vs  MC Fl (“Basic Amante”) e Lil Jon vs Mr. Catra (“Machuka”). Veio recado pra tocar “mais pop”. Hmmm… Bom, vai ver era algo macio, pra fazer pista, então lá foram Fligh Facilities (“Crave You”),  Phonique (“You That I’m With”), Black Joy (“Djomani”), The Rapture (“How Deep Is You Love”)… Nada pegava.

Com pouco mais de meia-hora de set, veio o pedido pra encerrar e deixar o DJ da casa pilotar. Totalmente deslocados, fomos ejetados (Bori nem tocou). A gritaria de felicidade que veio da pista assim que o DJ substituiu músicas marcadas pelo grave pela gritação de sirene e agudos das “músicas de pista” da atualidade só demonstra o quanto o processo de DavidGuettatização da música eletrônica atual está avançado.

Tem volta não, parece. Até o Justice entrou nessa. Tá na hora de uma campanha pelo retorno da chapação.

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  1. MA
  2. Christiano Ottoni
  3. Ricardo

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