quarta-feira

28

janeiro 2009

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Olhando pra frente

Written by , Posted in Música


foto não creditada, pescada
no saite do HPP

Há meses o cara estava escondendo o jogo. Mesmo tendo indicado produtores para participar do disco, não teve colher de chá: nada de poder ouvir as músicas enquanto todas não estivessem prontas.

Finalmente, depois de muito mistério, semana passada escutei “Sem nostalgia”, o quarto trabalho de Lucas Santtana. Valeu a espera.

Extrapolando o formato de voz & violão convencionais, Lucas mostra o quão além se pode ir de simplesmente sentar no famoso banquinho, dedilhar as cordas e cantar.

Todos os sons foram produzidos apenas com a voz e o violão. Isso não significa que a gravação tivesse que ficar limitada a dois canais, ou mesmo que o uso de outros equipamentos — pedais, filtros, diferentes microfones e técnicas, uma MPC carregada de samples do instrumento — não pudessem ser utilizados para montar os arranjos.

Foi essa postura que abriu os horizonte. Disco conceitual é um perigo, se bobear precisa vir com bula pra fazer sentido. Não é o caso aqui. Repleto de canções, “Sem nostalgia” se sustenta independentemente do conceito que o constrói.

Mesmo nas músicas que mais se aproximam da sonoridade tradicional (três baladas, uma delas a assassina “Nighttime in the backyard”, tá no repeat há dias), fica a quilômetros de distância do convencional.

Por conta da semelhança de timbre (também da emissão nas lentinhas, sem falar no sotaque baiano-inglês), quando o disco sair Lucas deve perder bastante tempo com as comparações com Caetano — a exemplo do que já ocorreu na versão de “Mensagem de amor” (Paralamas do Sucesso) gravada por Lucas em seu primeiro disco, “EletroBenDôdô” (que, mais careta, não tem NADA a ver com a sonoridade do disco novo).

Das participações de Ryan Batista Regis Damasceno (Cidadão Instigado), Curumin e Do Amor as colagens de samples de Caymmi, Ben e Tom Zé; de parcerias com Arto Lindsay (a bolacha tem mais letras em inglês do que em português) a produções de Berna Ceppas, João Brasil, Chico Neves e Buguinha Dub, é uma belezura de disco.

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