domingo

12

setembro 2004

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O Globo Online, 12/09/04

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Matéria sobre aapresentação de Clotaire K no Rio que escrevi para o Rio Fanzine Online (O Globo).

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Hip hop do Habibs

Bruno Natal (especial para o Rio Fanzine)

Nem deveria ser necessário dizer, mas nem só de bombas e petróleo vive o Oriente Médio. Seja por culpa do Iraque, do Arafat, do Osama ou do Irã, ultimamente o mundo árabe ocupa horas e horas, páginas e mais páginas dos noticiários pelo pior dos motivos: a guerra. Clotaire K, um francês filho de libaneses e apaixonado pela cultura que herdou dos pais, transformou em missão pessoal mostrar o que há além de tanta desgraça.

A ferramenta escolhida para passar essa mensagem não poderia ser mais certeira. Atração internacional do Hutúz Rap Festival, Clotaire fez do hip hop seu veículo. Trilha sonora da juventude mundial e uma das melhores plataformas para misturas sonoras, é através do rap que o compatriota do MC Solaar vai tentar passar sua mensagem no próximo dia 15, na apresentação na noite de encerramento do evento (MV Bill, Edd Wheeler, Viela e Suspeitos da Mira também tocam).

As muitas visitas ao Líbano e as andanças pelo EUA e Europa resultaram em “Lebanese”, uma boa fusão entre os ritmos e melodias da música árabe com o batidão do hip hop. O disco tem ainda a participação do Asian Dub Foundation e seus temperos indianos, devolvendo a canja de Clotaire no “Community Music” dos ingleses. Se a rapaziada vai entender alguma coisa, é uma outra história.

O que pode complicar é o fato das letras serem quase todas em árabe oufrancês. Tudo certo que muita gente provavelmente também não entenda patavina de inglês, no entanto, pode apostar que o número de pessoas que falem árabe presentes no Armazém 5 deverá ser bem próximo de zero.

Isso não deve ser problema, “música é uma linguagem universal”. Ditado um tanto cafona, é verdade, porém correto. O (bom) som da banda de Clotaire deverá ser suficiente. Ainda mais entre os amantes do hip hop, geralmente fissurados por técnicas de produção, timbres e traquitanas sonoras e para quem as bases são tão importantes quanto as letras. É sentar no tapete voador e embarcar na viagem. Só não esqueça de levar a sua esfiha.

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