Lua dub
Written by urbe, Posted in Resenhas
Easy Star All Stars: “Time”
O conjunto Easy Star All Stars, responsável pela versão inna dub style do clássico do Pink Floyd “Dark Side of the Moon”, apareceu pelo Brasil para uma série de apresentações do disco “Dub Side of the Moon”. O roteiro incluiu Rio, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte.
A tarefa era complicada; transpor para o palco as delicadas camadas do disco e repetir ao vivo o que deu tão certo quando foi gravado: transformar psicodelia rock em psicodelia reggae. O MC talvez tenha tido a missão mais ingrata, ao ter que refazer vocais que no disco são cantados por nomes como Ranking Joe.
A banda afiada deu conta direitinho. Começando com um aquecimento de umas cinco músicas próprias antes de entrar no repertório do disco — que foi tocado na ordem — o Easy Star All Stars adiantou a versão interessante de “Climb up the walls”, do Radiohead, que vai estar na próxima experiência do grupo, a releitura de “Ok Computer”, chamada “Radiodread”. Agora é esperar o disco sair pra ouvir o resto.
A Via Funchal não lotou, mas ficou cheia, na noite que também teve apresentações do DubVersão e do Firebug, com participação de BNegão dando um sabão no D2. O público cantou junto em várias músicas, como “Time” e “Us & them”.
Faltou mais pressão no grave da casa (como já havia acontecido no show do Massive Attack, em 2004), porém nada que estragasse a noite. Só a oportunidade de ver uma boa banda de reggae passando longe do óbvio “tributo a Bob Marley”, coisa difícil de acontecer por aqui, já valeu o ingresso.
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Joca Vidal conta como foi o show no Rio:
O lado dub do Rio
Que o evento ia ficar cheio, ninguém duvidava. Só não dava pra imaginar que ia ficaria lotado. O próprio pessoal do Circo Voador estava na dúvida se iria “bombar” mesmo, afinal muita coisa estava em jogo naquele dia, principalmente custos. Devem estar sorrindo até agora.
Como de costume aqui na Cidade Maravilhosa, o público foi chegando bem aos poucos. 1 da manhã e metade do Circo tinha acabado de ser preenchida. A outra metade, só 1 hora depois, quando a banda entrou no palco.
Antes deles, o coletivo Sound System Attack começou a tocar por volta das 23h. Escalados para serem a primeira atração, o Digitaldubs se recusou a entrar no palco e preferiu deixar rolando o novo disco de Lucas Santtana, integrante do Sensorial Sistema de Som (ao lado de David Cole).
O Sensorial abriu oficialmente os trabalhos, seguido pelo Sozales Dub. O pessoal ia chegando e aos poucos uma pista ia surgindo. Chico Dub fez o seu set, privilegiando a mistura de dub com eletrônica e tocando nomes como Roots Manuva.
Quando o Urcasônica entrou, já tinha um pessoal atento as batidas do dub/dancehall, até mesmo porque eles levaram as suas “Uh-tererês Queens” para dançarem no palco enquanto discotecavam. Quando o set do Urca acabou o Digitaldubs entrou e começou uma combination entre todos os sounds, cada um tocando uma música. Foi nessa vibe que chegaram os integrantes do Easy Star All Stars.
Ovacionados assim que entraram no palco, o Easy Star All Stars demorarou para mandar os petardos de “Dub Side Of The Moon”. Antes da primeira música do disco, foram apresentados vários sons do selo do Easy Star, como “Fighting”.
45 minutos depois e o público já estava tenso. Aos primeiros acordes de “Time” o Circo veio abaixo! O sorriso nos rostos das pessoas (e dos músicos) era cintilante. Um clima de misticismo misturado com uma pressão que vinha de todos os lados era responsável pelo momento mágico que todos esperavam.
“The Great Gig In The Sky”, “Money” e “Us And Them” adaptaram o som clássico do Pink Floyd à modernidade da emergente cena dub carioca. Mas não foi só isso: o Easy Star ainda manteve a vibe com clássicos como “World a Reggae” (de Ini Kamoze, inspirador de “Welcome To Jamrock”, clássico contemporâneo), “Climbing Up The Walls”, do Radiohead e “Steppin’ Out” (o riddim, instrumental). Duas horas depois o público já se dava por satisfeito.
Todos foram unânimes em repetir que o show foi histórico. O engraçado foi ver que, no dia seguinte, um monte de amigos esteve por lá e nem deu para encontrar. Isso mostra que o público está atento ao que vem de fora e realmente representa algo original, inovador. Se o show fosse apenas uma cópia do disco não ia ter tanta graça.
Pelo vídeo deu pra sentir que o show foi igual ao Rio!!
Fodão!!!!!Que banda hein??? mas no Rio não rolou nada do Radiodread, pelo menos eu não consegui captar…
Foi um bom do show de reggae e dub. Eu como não sou um “viciado” gostei. Destaque para trombonista que dava um toque jazz e para o baixista que criava um colchão no ouvido. O show no Circo Voador lotou e acho que foi uma das coisas que incomodou….mas, como eu não sou um viciado em reggae, fui mais para ver as tão esperadas versões para o Pink Floyd. Muito boas, mas criaram tanta expectativa que o resultado não foi tão “a décima maravilha do mundo”.
Confesso que esperava algo mais pscicodélico e mais ousado… Fora as músicas da banda, escutei umas 4 do PF, e já estava de bom tamanho.
Mas para quem é viciado…deve ter sido um show do c%$*&
Realmente parece ter sido um belo show… fiquei meio bolado de perder, mas o Skol Beats sempre tem preferencia…
tb esperava mais ousadia, mas como vc bem disse a banda eh simpatica e afiada.
sensorial,digital dubs,urca sonica, suolsalez e chico dub abriram a noite cada um no seu estilo mas tudo de muito bom gosto, quem chegou mais cedo pode conferir a diversidade musical jamaicana.
yepp!
Não sou viciada, mas foi um show do caralho !
Histórico com certeza !
O som da casa, pra mim, tava ótimo, e ñ acho q lotou, se comparado com os dias de Orquestra Imperial no verão, tava até tranquilo.
Pela felicidade q eles aparentavam, por estar tocando ali, acho q voltam com o Radiodread hein…
Tomara !
Aqui em Sampa, achei tudo muito bom…um dos melhores shows internacionais de reggae que já ví!
como boa fã de PF e dub music, eu posso dizer que AMEI.
APENAS UMA CORRECAO. Eu coloquei apenas a primeira faixa do disco chamada Awô dub realmente a pedido do MPC. e o disco eh de Lucas Santtana e Seleção Natural.
quanto ao evento foi um divisor de aguas na cena reggae carioca. agora que sabemos que tem gente interessada vamos participar dos lucros tb. acho justo.
Olá Joca! O pessoal do Circo realmente está sorrindo, mas não porque lucramos absurdamente como devem imaginar. Os custos eram tão altos que mesmo com casa cheia quase empatamos. Ficamos felizes mesmo porque o show foi lindo, todos se divertiram,a banda a-m-o-u tocar no Circo (Olha o radiodread aí!) e o produtor deles mandou-nos um email agradecendo e dizendo estar muito feliz com a noite.O público foi ótimo, muitos “obrigados”, “por favor” palavrinhas, que, como diz o Bruno, fazem a diferença.Vamos nessa, tentar recuperar o que está indo embora do Rio!abs
oi Julia…
não falei que vcs estavam sorrindo por causa da renda e do lucro de vcs (que eu nem sei qto foi, nem quero saber)… mas sim pq a casa encheu e provavelmente, imaginava eu, não teria dado o famigerado prejú. é isso, parabéns pela noite e bola pra frente!!! abrs.
Legal o texto, hein Jocasan!
Fodastico esse dia!!
Dizem q o Radiodread num chegou aos pes do dub side.. Não ouvi ainda!
Bjuxx
Olá amigos eu pude descobrir este album desta banda só agora gostaria de saber se existe a possibilidade de um retorno desta banda pelo brazil. um grande abraço do Fernando
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
falaurbe [@] gmail.com
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