É de lei
Written by urbe, Posted in Música, Urbanidades
Teaser do doc “Cidade do funk”, ainda em produção, de Sabrina Fidalgo
(o vídeo tem 4 minutos, apesar de estar marcando 9 no contador)
Os assuntos continuam a se misturar. Agora ocupada pela Polícia Militar, estão proibidos os bailes funk na Cidade de Deus.
Independente de qualquer ilegalidade que cerque esses bailes, mesmo os que são (eram?) oferecidos pelos traficantes, uma coisa é certa: a culpa não é da música.
Respondendo a um comentário no texto falando do projeto de lei que pretende definir o funk como “forma de manifestação cultural popular”, sugeri a leitura de um texto sobre a relação entre violência e funk que havia escrito em 2005, após uma visita ao baile da Formiga.
Como o assunto se torna outra vez relevante, republico o texto. Fica aqui um trecho e o link para quem quiser ler a íntegra:
Sábado, 1h30 da madrugada, Praça Saes Pena, Tijuca. O aparente marasmo da praça deserta esconde muita coisa. Definitivamente, um péssimo lugar para ficar parado de bobeira, ainda mais carregando equipamentos de vídeo e fotografia. Abre o gás, risca o fósforo. A chapa vai esquentar.
Mais uma vez a mistura das coisas! Mais uma vez o Marlboro vai ter que ir na TV explicar que o cú não é as calças.
Adorei, muito bom o teaser! Quando é que Cidade do Funk estreia?
Se ficar provado que um baile é realizado para financiar o tráfico de drogas, ele deve ser proibido. Simples assim. É a lei, não vale papinho de arte marginal que faz a classe média passar a mão na cabeça dos favelados e falar, “que bonitinho”. Se, sei lá, o Bruno Chateubriand faz uma festa no Edifício Chopin com algum objetivo ilícito, ela também deve ser proibida. A questão cultural-antropológica-hermano viannista do funk é uma coisa. Outra é a questão policial. Ah, e comparar a realidade do samba no início do século com agora é de uma ingenuidade atroz.