Epifania do sample
Written by urbe, Posted in Música
Massive Attack, “Safe from harm”
Billy Cobham, “Stratus”
Aproveitando o lançamento de “Massive Samples”, uma coletânea de músicas sampleadas pelo Massive Attack, Simon Reynolds, autor de “Rip It Up and Start Again”, escreveu uma coluna para o Guardian falando daquela estranha sensação de quando sem querer descobrimos a fonte original de alguma música da qual gostamos. Boa leitura.
link pro disco?
A discussão proposta por Simon Reynolds é um pouco datada, embora ele seja um grande crítico. Os dois principais pontos abordados (questões legais e a epifania da descoberta de uma música original, que serviu como base para um sample famoso) já foram discutidos ad nauseam em diversos momentos (nos discos do Girl Talk, por exemplo).
O que deve ser discutido é quando os samples são usados como matéria-prima para algo novo e criativo e quando são usados para servir de base a algo comercial e sem graça (Por exemplo: “Gimme! Gimme! Gimme!” do ABBA foi sampleado pela Madonna na música “Hung Up”).
No caso do Girl Talk observamos um manifesto do pós-modernismo. Muitas informações, desconexas entre si, formando um “todo fragmentado”. Em outras palavras, a soma das partes é menor que o total.
Já no caso do Massive Attack, observa-se uma obra com começo, meio e fim. O album Mezzanine, por exemplo, conclui o processo de obscurantismo do Massive. O maior exemplo é a transformção do reggae grooveado de John Roth (“Man Next Door”) em algo soturno e claustrofóbico. Os samples e cover usados foram um meio para chegar a um fim muito maior e mais consitente.