Andy Stott é um caso grave
Written by urbe, Posted in Destaque, Música, Resenhas
Poucas vezes o 4×4 do techno soa tão macio quanto na batucada afro filtrada pelo dub do inglês Andy Stott. Citando Jeff Mills, o selo Basic Channel, Square Pusher, Autechre, garage como referência, é exatamente uma mistura disso tudo que ele apresenta.
O live apresentado poderia tranquilamente ter acontecido em algum clube londrino em uma festa de bass (como a Dublime), é feito para as pistas de dança – bom, ao menos para aquelasque curtem dançar em câmera lenta, amassada por graves.
Num caminho inverso do Sun Araw, que esconde a pulsação do grave, Andy Stott mantém as texturas, colagens, estalos, ruídos e fragmentos de vocais sampleados escondidos sob pancadas de baixa frequência, servindo como isca para o transe do ouvinte.
As cadeiras do teatro chacoalharam, literalmente, num ambiente soturno, melancólico e reflexivo. Meditação grave das melhores.