A calma e a elegância do Air no Rio
Written by urbe, Posted in Música, Resenhas
Air, “Be a Bee”
Vestidos de roupa social branca da cabeça aos pés, comedidos e cercados de teclados e sintetizadores (Wurlitzer, Moog, Korg… ajustados entre cada música por um roadie de chapéu de mineiro chileno) cuidadosamente posicionados, um telão minimalista, a pose do palco… A elegância do Air beira a breguice.
É um risco milimetricamente calculado para resultar kitsch, fazendo brotar o adjetivo favorito para descrever a banda: chique. A estratégia (do grego strategía, do latim estrategia… divago) funciona, sem falhas. O ótimo show no Circo Voador ontem não deixa dúvidas.
No palco os franceses Nicolas Godin e Jean-Benoît Dunckel recebem a companhia de um baterista (que também dispara as programações) e enquanto Jean divide-se entre pilhas de teclado, Nicolas se reveza entre o baixo e o violão.
Essa troca de instrumentos feita por Nicolas é o divisor, definindo as duas principais atmosferas do show, hora ensolarada e animada, hora encharcada de um peso lento, chapado.
Ao vivo a influência do Kraftwerk salta mais do que nos discos. A eletrônica gelada, os grooves retos, ainda que aquecidos pelo baixo ou entortados pelas teclas, serve como um filtro, por onde passa todo o resto: psicodelia floydiana, texturas kraut, transes trip hop, meditações dub e até mesmo l’amour da chanson francesa.
Nos momentos em que o violão toma frente, o Air poderia reivindicar para si o surrado título de Nu-Folk. Porque a mistura de eletrônica e sintetizadores com harmonias vocais e levadas de violão sim deveria ser chamada de novo folk. Essa nova leva de pseudos Bob Dylan é, no máximo, Folk-Again.
É quando a coisa pesa que ficam ais interessante. A construção de texturas, empurradas por linhas de baixo, permitem improvisos, solos de Moog (precisos, técnicos, porém viajantes) e mais liberdade para sair do programado.
O som estava bem tirado demais e o Circo, lotado, se esbaldou. Só faltou o rodízio de churrasco.
show excelente! os caras mandam muito ao vivo, técnica invejável…
só senti falta duma maior liberdade na estrutura das músicas ao vivo, o que acabou acontecendo mesmo na última e épica música.
o som estava muito bem tirado mesmo, o que tem sido constante no circo ultimamente. mas engraçado, acho que podia estar um pouco mais alto. gostei muito do telão, um dos mais simples e ao mesmo tempo bonitos que vi recentemente.
lindo show,equívoco de resenha.
lindo show, equívoco de resenha. tá moderando agora, natal?
Moderando o que, “mali”?
Se bem que um comentário idiota e sem nenhum conteúdo desse merecia ser “moderado” mesmo.
Se bem que um comentário idiota e sem nenhum conteúdo desse merecia ser “moderado” mesmo.
OWNED
show lindo, lindo e SIM o som estava baixo.