Curtir, estrelinhas, número de comentários, tuitadas e facebookadas… Ao confiar nos termômetros de popularidade digital estaríamos abandonando nosso senso crítico? É o que levanta Chris Colin num artigo para Wired:
“A série acompanha a luta dos personagens para fazer parte dos 3% dos aprovados que irão para o Lado de Lá. A trama se passa em um mundo no qual todas as pessoas, ao completarem 20 anos, podem se inscrever em um processo seletivo. Apenas 3% dos inscritos são aprovados e serão aceitos em um mundo melhor, cheio de oportunidades e com a promessa de uma vida digna. O processo de seleção é cruel, composto por provas cheias de tensão e situações limites de estresse, medo e dilemas morais.”
Fazendo um paralelo com o acesso ao ensino superior no Brasil, a série “3%” foi citada na Wired.
É por conta de sensacionalismos como essa última capa da Wired, “The web is dead” (“A rede morreu”), que tenho os dois pés atrás com os textos do Chris Anderson (editor da revista e propagador da teoria da cauda longa), por mais que ele acerte bastante.
Focado em causar polêmica, a reportagem usa como principal argumento esse gráfico acima, indicando que vídeos já respondem pela maior parte do tráfego de dados na rede. Parece bastante óbvio que, por serem mais pesados, os vídeos exijam mais banda, o que não significa que sejam mais utilizados que aplicativos e saites mais leves.
E é óbvio mesmo. O texto foi destroçado nos comentários da versão online, com leitores apontando não apenas essa interpretação torta dos dados, assim como apontando para confusão entre a rede/web (o programa que utiliza o protocolo HTTP para acessar páginas) e a internet (a estrutura maior onde a rede opera). Vale a pena ler.
Nessa, o ponto mais importante do artigo se perdeu – a decadência dos navegadore por conta da ascendência das apps indica um possível futuro para navegação na rede: o conteúdo vem a você em vez de você ir ao conteúdo.
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.