A íntegra do papo que bati após o show do Primal Scream no Rio com Bobby Gillespie, vocalista da banda, sobre “Screamadelica”, dub, pirataria e Queremos.
Foi uma pequena saga, curta, porém sofrida. Do cancelamento da minha conta no YouTube devido (e agora encho a boca pra falar) suposta quebra de direitos autoriais até ver meus 240 vídeos de volta a rede não se passou muito tempo, porém aprendi muitono processo.
Muito bom ter conseguido resolver isso. Pra comemorar, republico o primeiro vídeo que subi na URBeTV: Nego Moçambique ao vivo, em 2005. Quando eu falo que o conteúdo é histórico… Veja lá.
Tentando amenizar a cagada já feita, quem me passou o tutorial, veja só, foi o empresário do autoKratz, banda cujo selo foi responsável por uma das acusações de quebra de direito autoral que resultaram no cancelamento da conta da URBeTV.
O motivo alegado foram “múltiplas reclamações de infração de direito autoral”, sobre as quais jamais fui avisado (pelo Twitter me disseram que bastam três e que é irreversível). Muito provavelmente ao alto número de vídeos de shows que tinha no meu perfil.
Ainda assim, que deletassem os vídeos com problemas. Ao simplesmente acabar com a minha conta, levaram juntos dezenas de vídeos que era meus mesmos: trailers dos meus filmes, doc-curtas e entrevistas que fiz com câmeras digitais, até entrevistas e trechos de shows de artistas brasileiros. Tudo pro vinagre.
Pior é saber, com se vê na imagem acima, que um dos reclamantes foi a bandeca inglesa autoKratz, cujo show na Rough Trade East filmei e postei por postar, porque tinha achado uma bela bosta. Perdi meu tempo no show, subindo o vídeo e agora, perdi minha conta e centenas de registros.
Com a constante troca de máquinas, alguns dos vídeos se foram pra sempre. Vou brigar para ao menos recuperar os meus vídeos, para uso próprio e privado, algo que tenho direito.
Criei minha conta no YouTube no seu primeiro mês de funcionamento, graças a sagacidade do Mateus. Jamais pensaria que uma novidade tão boa pudesse acabar de forma tão drástica.
Fica a lição: confiar demais em qualquer saite como fonte segura de arquivamento pode dar nisso. Vai nessa de nuvem, vai…
ATUALIZAÇÃO: A equipe do autoKratz escreveu pedindo desculpas pelo o que aconteceu, tentando amenizar, explicando que não foi culpa deles, “que são distribuídos por uma major que toma essas atitudes”. Sei. E quem assinou com a major e, a partir daí, concorda com as práticas da indústria falida? A batata quente caiu no meu colo, disso a gente sabe. Sensacional.
Num final de semana que tinha shows de Lucas Santtana, Siba e Nina Becker, o festival Back 2 Black centralizou as atenções da cidade. Uma das principais atrações, Seun Kuti, filho mais novo do Fela Kuti, cumpriu as expectativas.
Responsável por levar o legado do afrobeat adiante, Seun apresenta-se acompanhado pela última banda do pai, a Egypt 80 e faz um show hipnótico. Para alguns, o trabalho de Seun é uma continuação natural de Fela (com quem tocou desde os 9 anos), para outros é uma imitação sem graça.
Concordo os primeiros. Mesmo quem pensa o contrário, tem que admitir — e aproveitar — o fato de que a banda é irretocável e não teria como imitar a si mesma, visto que 2/3 é composta por membros originais.
O sucesso do musical “Fela!”, em cartaz em Nova York, comprova que o afrobeat anda em alta. As apresentações contam com o Antibalas como banda de apoio, o que por si só já valeria o ingresso. Poder assistir os músicos de apoio originais é melhor ainda.
O papo é que o show da evento foi o da Erykah Badu. Perdi porque passei o final de semana registrando as gravações do segundo disco do Seun Kuti, inteiramente gravado em três dias no Rio (sem participação nenhum músico local, foi aqui por questões de agenda da banda mesmo).
A julgar pela espancação de “Planet Rock” executada pela Badu no vídeo abaixo, o troço deve ter sido bom mesmo.
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.